Câmara de Curitiba avaliza novos limites territoriais com São José dos Pinhais
Vereadoras pediram mais prazo para analisar documentos, mas o pedido não prosperou na CMC. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Foram 23 votos favoráveis, 6 abstenções e 1 voto contrário na votação realizada nesta terça-feira (6), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), para deliberar sobre uma mudança nos limites territoriais entre a capital do Paraná e o vizinho município de São José dos Pinhais. O projeto, apresentado pelo Executivo, volta ao plenário nesta quarta para análise em segundo turno. A alteração precisa ser aprovada pelas câmaras municipais das duas localidades antes de ser submetida à Assembleia Legislativa do Paraná (005.00076.2020).
Pela proposta, elaborada pelo Governo do Estado, o trecho retificado do rio Iguaçu passaria a ser a nova divisão entre as cidades. Na prática, o Parque São José, que possui grande parte de sua área dentro de Curitiba, pertenceria integralmente a São José dos Pinhais. E a capital incorporaria à Reserva do Cambuí, que já fica em seu território, uma área adjacente localizada entre o antigo leito do Rio Iguaçu e o Canal Extravasor (paralelo ao rio). O anexo à mensagem determina o limite exato, com as coordenadas geográficas e respectivas referências.
Maria Leticia (PV), Professora Josete (PT) e Noemia Rocha (MDB) pediram mais prazo para avaliar documentos apresentados hoje cedo pelo líder do governo na CMC, Pier Petruzziello (PTB), alegando precisarem de mais tempo para analisar os laudos e discutir questionamento da Procuradoria Jurídica sobre a necessidade do aval municipal à mudança, que é de responsabilidade da Assembleia Legislativa. Petruzziello pediu aos vereadores que a proposta fosse votada hoje, postergando um eventual adiamento para a votação em segundo turno. O resultado foi 14 a 11 pela manutenção da deliberação nesta terça.
Apoiando a votação hoje, Serginho do Posto (PSDB) argumentou que se tratava de um aval burocrático, “pois há interesse de ambos [os municípios] para que possam resolver essa questão geográfica, acertando esse imbróglio, que atinge as pessoas lindeiras à APA [do rio Iguaçu]”. Para Mauro Bobato (Pode), favorável à mudança, a proposta já poderia incluir área semelhante em Fazenda Rio Grande, “pois ali há o mesmo problema”.
Junho Violeta
Com 30 votos favoráveis, foi aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) a campanha de conscientização que cria o Junho Violeta. A ideia é ter um mês inteiro voltado para a prevenção do ceratocone (005.00023.2020 com substitutivo geral 031.00033.2020), que é uma doença genética caracterizada pela deformação progressiva da córnea, provocando seu afinamento em forma de cone.está na pauta. A proposta é do vereador Toninho da Farmácia (DEM) e foi apoiada, em plenário, por Colpani (PSB).
“É importante a consulta com médico dos olhos, pois muitas vezes a pessoa vai num oculista, pensa que está com distorção na visão, como é a miopia, e é o problema do ceratocone”, justificou Toninho da Farmácia. Em apoio à medida, Colpani relatou caso pessoal, pois o filho teve esse diagnóstico quando criança. “É uma deformação na córnea e causa cegueira nos casos mais graves. Mas quando é diagnosticado precocemente, tem como evitar a progressão dessa doença, que pouca gente conhece”, afirmou.
Utilidade pública
Completam os primeiros turnos dois pedidos de declaração de utilidade pública, para a Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar (014.00020.2020) e para a Associação Paranaense de Educação Esportiva e Social (014.00007.2020), solicitados, respectivamente, por Sabino Picolo (DEM) e Maria Manfron (PP). O documento é exigido pelo Poder Público para a realização de convênios, por exemplo. É vedada a declaração de utilidade pública para instituições cujos serviços sejam prestados exclusivamente em favor dos associados, ou naquelas em que a direção é remunerada pela própria entidade.
“A Pró-Saúde, essa associação, desde 2017 faz a gestão da Santa Casa de Misericórdia aqui de Curitiba. Tinha uma dívida de R$ 97 milhões e um deficit mensal de R$ 2 milhões. Hoje, liquidou a dívida e a operação é superavitária. A gente não ouve mais falar em pedido de socorro, de ajuda. O propósito é transformar a Santa Casa em um hospital de referência. Eles assumiram também o Instituto de Medicina, contribuindo com 110 leitos, em boa parte de UTI, para o enfrentamento do novo coronavírus”, justificou Sabino Picolo. A utilidade pública foi aprovada com 26 votos favoráveis.
Já Maria Manfron informou que a Associação Paranaense de Educação Esportiva e Social é fruto do trabalho da tenista Gisele Miró, “que fez história ao conquistar duas medalhas nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis, em 1987”. O plenário aprovou a declaração de utilidade pública com 29 votos favoráveis. Todas as proposições votadas hoje em primeiro turno retornam à pauta da CMC, nesta quarta (7), para serem submetidas à ratificação do plenário.
Restrições eleitorais
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