Em primeiro turno unânime, na sessão desta segunda-feira (9), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou o projeto de lei com o objetivo de batizar um bem público não especificado como Luiz Carlos Martins Gonçalves, radialista que fundou a Banda B. O comunicador, que já teve mandatos nos Legislativos Municipal e Estadual, faleceu no fim do mês de julho, aos 75 anos de idade. A homenagem póstuma foi proposta pelo vereador Tico Kuzma (PSD).

A análise do projeto de lei em primeiro turno recebeu 27 votos “sim”. A segunda deliberação pela plenário da Câmara de Curitiba será na manhã desta terça (10). Depois da confirmação pelo plenário, a proposta será encaminhada para a sanção do prefeito Rafael Greca (009.00020.2024).

A votação foi acompanhada pelo jornalista Antônio Nascimento, conhecido como Toninho, da Banda B. “Hoje subo a essa tribuna com uma emoção genuína”, disse Kuzma, que exibiu dois vídeos em homenagem a Martins. “Trago à apreciação de todos uma proposta que não é apenas justa, mas necessária, [que é] a denominação de um logradouro público em homenagem ao querido amigo, ao Rei do Rádio, Luiz Carlos Martins.”

O comunicador, continuou o autor da proposição, “entrou nos lares paranaenses com a sua voz marcante, sua energia inigualável e seus bordões que ficaram eternizados em nossas memórias: ‘um beijo no coração e oi, oi, gente querida’”. “Luiz Carlos Martins foi mais que um comunicador brilhante e um líder nato, ele foi um defensor das causas do povo”, continuou Kuzma, sobre a trajetória política do comunicador. Eleito vereador em 1989, para a 10ª legislatura da Câmara de Curitiba, ele conquistou, dois anos depois, uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), onde exerceu oito mandatos.

Diversos vereadores se somaram a Kuzma no debate da homenagem póstuma. O presidente Marcelo Fachinello (Pode), que também é radialista, reforçou o legado de Luiz Carlos Martins. “Durante a minha carreira de mais de 23 anos na rádio esportiva aqui do Paraná, de Curitiba especialmente, eu não tive a oportunidade de trabalhar na rádio Banda B. Trabalhei na Rádio CBN e na Rádio Transamérica, onde estou até hoje e fomos concorrentes, porque a Rádio Banda B sempre foi muito forte nas transmissões esportivas, [...] ter concorrência de qualidade, ter concorrência bem dirigida no outro lado só faz bem para o mercado”, elogiou.

Sidnei Toaldo (PRD) também lembrou da relevância da Banda B dentro do jornalismo esportivo. “Luiz Carlos Martins faz parte da história do rádio”, continuou o Jornalista Márcio Barros (PSD), que ainda elogiou a trajetória de Antônio Nascimento no jornalismo policial. “Ele tinha aquilo que todo locutor gostaria de ter, que é aquele carisma para atrair o público”, observou Rodrigo Reis (PL), a respeito do homenageado.

“O Luiz Carlos Martins era sempre uma referência e, além da sua qualidade, como nós temos também que enaltecer sua qualidade como administrador, porque não é fácil você fazer com que uma rádio AM se torne o que se tornou, eu acho que a Banda B é uma referência”, disse Alexandre Leprevost (União). Para Oscalino do Povo (PP), Martins se “identificava facilmente com a população”.

“Conheci o Luiz Carlos Martins como vereador, já naquela época trabalhando com o rádio”, comentou Angelo Vanhoni (PT), sobre o tempo em que tiveram mandato na mesma legislatura. Nori Seto (PP) lembrou que Martins foi filiado ao seu partido, o Progressistas.

Líder da Igreja Assembleia de Deus, pastor terá homenagem póstuma

Também foi unânime, com 26 votos “sim”, a aprovação da denominação de bem público não especificado de Curitiba como Pastor Glicerio Gonçalves da Silva (009.00031.2020, com o substitutivo 031.00097.2024). A proposta é assinada pelo vereador Osias Moraes (PRTB) e também depende da votação em segundo turno, na sessão plenária desta terça, para ser encaminhada para sanção.

Falecido em 2007, aos 87 anos de idade, o pastor Glicerio foi um dos precursores da evangelização cristã no Paraná e líder da Igreja Assembleia de Deus no interior do estado. O homenageado, frisou o autor do projeto de lei, era “um homem com uma trajetória de muita fé e coragem”.

“Professor, médico, advogado. Várias outras profissões e missões são muito importantes, porém, ser pastor é um chamado divino [...] e quando nós assumimos essa trajetória, essa missão, colocamos a nossa vida à disposição de Deus”, continuou Osias Moraes.

Depois de passar por diversas cidades do interior do Paraná desde que deu início à trajetória como pastor, em 1953, ele se mudou para Curitiba, em 1982, cidade em que permaneceu até falecer, no ano de 2007. Na capital, participou da fundação do Lar Esperança, hoje chamado de Confederação da Assistência Social, dentre outros projetos da Igreja Assembleia de Deus.