Nesta terça-feira (12), a Câmara Municipal de Curitiba concedeu o título de Vulto Emérito ao médico Luiz Antônio Munhoz da Cunha. A solenidade foi presidida pelo vereador Marcelo Fachinello (Pode), presidente da Casa, e teve a iniciativa do vereador Professor Euler (MDB). Fachinello parabenizou o homenageado não só por seu desempenho profissional, mas também por sua história de vida.

A mesa foi composta por: José Fernando Macedo, diretor de Defesa Profissional e presidente eleito da Associação Médica do Paraná; Jurandir Marcondes Ribas Filho, presidente da Academia Paranaense de Medicina; Luiz Carlos Sobania, ex-presidente e representante da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; e o vereador Professor Euler, proponente da homenagem. 

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Também estiveram presentes: o ex-vereador e atual deputado estadual Ney Leprevost; André Gambe, chefe de coordenação do Governo do Estado do Paraná, representando Eduardo Pimentel, vice-prefeito de Curitiba e secretário estadual das cidades; Luis Álvaro Carneiro, vice-diretor de Inovação e Tecnologia do Hospital Pequeno Príncipe; e Anderson Ramos, conselheiro eleito da Associação Médica do Paraná.

O homenageado recebeu o diploma de Vulto Emérito e a reprodução em escala menor de uma escultura feita por João Turin (1878-1949), feita pelo artista Rafael Sartori, que também foi o responsável pelas reproduções de obras de Turin expostas no Memorial Paranista.

Saudação

Professor Euler esclareceu que o título de Vulto Emérito é a maior honraria que um cidadão curitibano pode receber de sua cidade natal, levando-se em consideração os trabalhos que essa pessoa tenha realizado para engrandecer o nome de Curitiba, e trouxe alguns dados sobre a carreira do homenageado, que é informalmente conhecido como Doutor Cunha. O vereador enalteceu a carreira de Luiz Antônio Munhoz da Cunha, destacando sua liderança à frente do setor de ortopedia pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe.

“Sua trajetória começou quando ele cursou medicina na Universidade Federal do Paraná entre os anos de 1970 e 1975. Depois, especializou-se em medicina do trabalho em 1977, também pela UFPR. Realizou residência médica em ortopedia e traumatologia com especialização em ortopedia pediátrica em 1982, pelo Alfred I. DuPont Institute, nos Estados Unidos ”, disse Euler. O vereador também lembrou que o homenageado cursou seu mestrado em clínica cirúrgica entre 1989 e 1991 na UFPR e doutorado em ortopedia e traumatologia entre 1994 e 1999 na Escola Paulista de Medicina. 

“Além disso”, relatou Euler, “Doutor Cunha traz na bagagem a presidência da Associação dos Médicos do Hospital Pequeno Príncipe, a fundação da Cooperativa dos Médicos do Hospital Pequeno Príncipe, o posto de conselheiro do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e foi, também, fundador e presidente da Sociedade Latino-americana de Ortopedia Pediátrica e presidente da Sociedade Latino-americana de Ortopedia Pediátrica”. De acordo com o proponente da homenagem, Cunha, ao longo dos seus mais de 50 anos de exercício da medicina, recebeu diversas honrarias durante sua trajetória, devido ao seu mérito, desempenho e atuação profissional.

Entre as honrarias recebidas, pelo homenageado, destaque para o reconhecimento e gratidão pelo trabalho desenvolvido como primeiro-secretário da Associação Médica do Paraná, em 2011. Em 2014, o prêmio de Reconhecimento, Dedicação e Competência da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. No ano seguinte, tornou-se membro correspondente das sociedades colombiana e peruana de cirurgia ortopédica e traumatologia. Em 2017, foi eleito acadêmico honorário da Academia Paranaense de Medicina. 

De acordo com o parlamentar, o homenageado dedicou sua atividade profissional ao serviço em prol da humanidade, sempre com respeito à autonomia e à dignidade de seus pacientes, com o máximo respeito pela vida humana e nunca permitindo que qualquer condição individual dos pacientes o impedisse de cumprir seu dever. “Exerceu sua profissão com consciência e dignidade, sempre em acordo com as boas práticas médicas, promovendo a honra e as nobres tradições da medicina, além de dar aos seus professores, colegas e pacientes o respeito e a gratidão devidos, como princípios de vida. O Doutor Cunha sempre esteve comprometido com a medicina e com seus pacientes”, disse Euler.

Agradecimento

 Luiz Antônio Munhoz da Cunha manifestou estar orgulhoso e honrado pelo recebimento do título de Vulto Emérito de Curitiba. “Desde a minha infância, aprendi a amar e a guardar no coração essa cidade”, disse o homenageado, que lembrou ser neto por parte de pai de Eurides Cunha (1872-1955), ex-prefeito de Curitiba, e neto por parte de mãe de Alcides Munhoz (1873-1930), escritor que foi o 3º ocupante da Cadeira 11 da Academia Paranaense de Letras (APL). O médico disse que sempre se manteve fiel aos valores morais, éticos e religiosos que recebeu de seus pais, Laura Munhoz da Cunha e Carlos Cunha. O homenageado lembrou que teve sua formação no Colégio Medianeira, sendo que ele e seu irmão Alcides foram os primeiros matriculados na então recém-inaugurada instituição. Nesta escola, ele estudou até o ingresso na UFPR e, até hoje, mantém contato com ex-colegas desse período. 

De acordo com ele, o ensino técnico e religioso que teve no Colégio Medianeira o levaram a uma visão humanista da medicina. “Todos esses anos venho dispensando aos pacientes o tratamento e o acolhimento com base em valores morais e éticos, valores que procuro transmitir aos alunos em residência, no exercício do magistério”, afirmou o médico. Para ele, o maior prêmio por suas atividades profissionais é o reconhecimento que recebe dos pacientes e de seus familiares.

Ele destacou sua participação em agremiações e sociedades desde os tempos escolares e durante o exercício da profissão. “Hoje, sou o vice-presidente do CRM-PR para a próxima gestão (2024) e fui também escolhido para a Cadeira 36 da Academia Paranaense de Medicina. Sinto-me feliz e honrado por substituir imortais famosos como a professora Maria Falce de Macedo (1897-1972), a primeira médica formada no Paraná; o professor Orlando Teodorico de Freitas e o professor Luis Carlos Pereira”, afirmou o homenageado, que também é titular da Cadeira 19 da Academia Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. 

Ele lembrou que foi um dos fundadores e o quarto presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica e, sob sua gestão, a entidade foi pioneira na participação dos médicos no ambiente político. “Junto ao deputado federal Luiz Henrique Mandetta, que também é médico ortopedista, aglutinamos médicos e entidades ao Instituto Brasil de Medicina (IBDM), que se tornou um elo entre os profissionais e a Frente Parlamentar da Medicina. Continuamos atuando nesta ligação política contra essa onda nefasta que vem assolando nosso país, com novas escolas médicas e médicos sem Revalida”, disse o homenageado. Para ele, se essa tendência persistir, exporá a medicina e a população brasileira a profissionais ineptos, oriundos de um ensino deficiente e sem qualidade.

“Gratidão é a palavra que trago em relação a essa homenagem. Agradeço á Câmara na pessoa do presidente Marcelo Fachinello e do vereador Professor Euler por essa honraria e agradeço à UFPR e aos professores daquela entidade, na pessoa do professor Sobania, a quem substituí”, disse o homenageado. Ele também agradeceu a oportunidade que recebeu do Complexo Pequeno Príncipe na pessoa de Luís Álvaro, representante da família Forte, especialmente Eti Forte e Luis Forte Neto que possibilitaram as condições para que eu pudesse cuidar dos meus pacientes com todo o suporte possível. “Iniciei minhas atividades nesse hospital em 1979, por intermédio, também, do professor Luis Carlos Sobania, que era então o diretor do Hospital de Crianças César Pernetta, que era vinculado ao estado. Neste local entreguei meu coração”, afirmou o médico. 

O homenageado encerrou sua fala agradecendo à sua família, em especial sua esposa, Luciana Loyola, com quem namorou por dez anos e com quem está casado há 50 anos. “Ela é o esteio que me conduz e, sem ela, não consigo imaginar a vida”, disse o médico que concluiu citando a última frase da última canção gravada pelos Beatles: “And in the end, the love you take is equal to the love you make”.