Câmara concede Cidadania Honorária de Curitiba a Adriano Bretas
A Câmara Municipal de Curitiba, por iniciativa do vereador Denian Couto, concedeu o título de Cidadania Honorária ao advogado, professor e escritor Adriano Bretas. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Nesta quinta-feira (30), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) homenageou Adriano Sérgio Nunes Bretas, advogado, professor e escritor com o título de Cidadão Honorário da cidade. Tico Kuzma (Pros), presidente da Câmara, presidiu a solenidade, cuja iniciativa foi do vereador Denian Couto (Pode). A mesa também foi composta pelas seguintes autoridades: desembargador Sérgio Mainardi, ouvidor-geral da Justiça, representando o desembargador José Laurindo de Souza Neto, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR); José Augusto Araújo de Noronha, conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ouvidor federal do Conselho Nacional da OAB, representando o presidente nacional da OAB, José Alberto Simonetti; Denian Couto, autor do projeto que deu origem a essa homenagem; Regis Rogerio Vicente Sartori, promotor de Justiça, representando o procurador-geral de Justiça do Estado do Paraná, Gilberto Giacoia; José Lúcio, ex-presidente da OAB-PR, representando a presidente da OAB-PR, Marilena Kunter.
Saudação oficial
Denian Couto iniciou a saudação oficial esclarecendo que o prêmio de Cidadania Honorária é o mais alto galardão concedido pela Câmara Municipal de Curitiba. De acordo com ele, trata-se do reconhecimento aos homens e às mulheres que não nasceram aqui, mas que escolheram Curitiba e dedicam suas vidas à história e ao desenvolvimento da capital. “A partir de hoje o senhor é um curitibano pleno, em lei, de fato e de direito, e para sempre”, afirmou o parlamentar.
Denian Couto destacou que a homenagem a Bretas não se deve exclusivamente à sua atuação enquanto advogado, professor e escritor, mas por seu compromisso com os direitos fundamentais dos curitibanos. “Curitibanos de todos os lugares, seu respeito àqueles que têm seus direitos violados. Pessoas que, muitas vezes, se encontram em completo desespero e desamparo. Trabalhar com o Direito tendo a bússola voltada à plena realização da dignidade humana é a maior das marcas da sua atuação como profissional e como homem”, declarou o vereador.
Os valores cristão foram apontados por Couto como princípios que orientam as ações do homenageado. “Essa conduta faz do Adriano Bretas um bom marido e um amigo leal, um profissional de conduta técnica irretocável, um incansável batalhador”. O vereador salientou as qualidades do homenageado em sua prática como professor. “Bretas é dono de uma oratória ímpar, foi meu professor e era amado pelos alunos e admirado pelos colegas de magistério”.
Agradecimento
“Esta é uma noite de júbilo. Meu coração transborda de alegria. Minha alma lateja de emoção”, disse o homenageado Adriano Bretas no início de sua fala de agradecimento. Ele agradeceu à Câmara e ao vereador Denian Couto. “Desde a mais tenra infância, me vi embrenhado no escritório de meu pai, o advogado José Bolívar Bretas. As minhas primeiras recordações trazem o ‘tique taque’ frenético das máquinas de escrever e o entra e sai de clientes em nosso escritório na cidade de Assis Chateaubriand”.
Ele recordou que aos 9 anos, ao ver as várias pastas de um processo criminal, inquiriu seu pai sobre o que seria um “processo” e recebeu uma resposta didática e ilustrativa. Perguntou, então, se poderia escrever as alegações finais. O pai, para não abafar uma vocação nascente, incluiu as duas páginas escritas pelo então garoto Adriano Bretas no final do texto “oficial” e o juiz, ao inocentar o réu, não destacou as argumentações elaboradas pelo advogado, e sim, as razões expostas pelo filho de 9 anos. “Foi ali que nasceu a centelha da minha vocação”, disse Bretas. No ano seguinte foi presenteado com uma máquina de escrever e recebeu o convite par escrever uma coluna semanal de crônicas em um jornal de Assis Chateaubriand. Na sequência, ele veio para Curitiba.
“Guardo nos rincões da minha memória, os anos que vivi na saudosa Faculdade de Direito de Curitiba, cuja demolição tem marretado os escombros da saudade”, disse o homenageado. Ele recordou os momentos de efervescência que acompanhou no Diretório Acadêmico Clotário Portugal. Ele também se lembrou das inúmeras iniciativas da Sala de Cultura Joaquim Nabuco que, segundo ele, era “uma espécie de usina de sonhos, acalentados naqueles tempo da faculdade”. O homenageado frisou a influência em sua vida do professor José Pinto de Almeida e do amigo Claudio Daledone, também advogado.
Bretas citou sua escolha inicial por montar uma banca de advocacia própria. “Não tinha nenhum cliente, nenhuma causa. Não tinha sequer como pagar as contas do mês. Nesse momento, foi o magistério, o ato de lecionar, o que garantiu a manutenção do escritório”, lembrou ele. Ao mesmo tempo, no dia em que seu nome ganhou destaque como promessa literária curitibana em artigo no caderno Fun, extinta seção cultural da Gazeta do Povo, conheceu sua esposa, Juliane Bretas, a quem chamou de “bálsamo das minhas dores mais pungentes”.
“A cada audiência, a cada sustentação oral, a cada júri eu sempre me debrucei com uma pertinácia obstinada de quem sabe que por trás daquelas fórmulas legais, existem as aflições humanas e conflitos existenciais”, afirmou Bretas. “Minha Curitiba querida, das araucárias e dos ipês floridos, da poesia de Paulo Leminski e Alice Ruiz, da literatura de Dalton Trevisan. Curitiba, das pessoas reservadas, mas autênticas e leais. Curitiba das oficinas de música e dos Autos de Natal, das apresentações da Orquestra Sinfônica do Paraná e da Feira do Largo da Ordem aos domingos. Ó Curitiba amada, como é doce o aguilhão de nostalgia que me arrebata a alma e inunda o ser ao falar de ti. Oxalá, hoje a gralha azul há e cantar nas cumeeiras das araucárias e o seu eco haverá de reverberar pelos píncaros da serra do Mar”, concluiu.
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