Câmara comemora Dia Nacional do Escrivão de Polícia
Nesta segunda-feira, a Câmara homenageou o Dia Nacional dos Escrivães de Polícia. A iniciativa da cerimônia foi do vereador Rodrigo Reis. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Nesta segunda-feira (6), a Câmara Municipal promoveu uma sessão solene para homenagear o Dia Nacional do Escrivão de Polícia. A iniciativa da cerimônia foi dos vereadores Beto Moraes (PSD) e Rodrigo Braga Reis (União), que presidiu a sessão. Ele destacou que esta homenagem aos escrivães de polícia é a última antes da extinção da carreira. Os escrivães remanescentes foram unificados aos agentes de polícia na categoria agente de polícia judiciária, conforme o texto da lei complementar 259/2023, de 21 de julho deste ano.
Também compuseram a mesa: Airton Carlos Fernandes, presidente da Associação dos Escrivães de Polícia do Estado do Paraná; Paulo Martins, diretor parlamentar da Associação dos Escrivães do Estado do Paraná; Rogéria Dotti e Francisco Zardo, advogados do escritório Dotti Advogados Criminal; Valderes Luiz Scalco, delegado da Divisão dos Crimes Contra o Patrimônio, representando o coronel Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança do Paraná, e também o delegado-geral da Polícia Civil Sílvio Jacob Rockembach; o professor Walter César, da Central Força Trabalhista do Brasil (CFTB), representando o deputado estadual Mauro Moraes; Robson Barreto, delegado; e Izaias Meireles, pastor da Igreja Presbiteriana
Assista à cerimônia no Canal da Câmara no Youtube.
Veja as imagens da sessão solene no Flickr da Câmara.
Saudação
O vereador Rodrigo Reis assinalou que o escrivão de polícia é o profissional responsável pela guarda, elaboração e encaminhamento do inquérito policial para a Justiça, sendo imprescindível para o Poder Judiciário e um braço forte do processo investigativo. Para ele, o escrivão de polícia deve saber controlar suas emoções, mesmo no limite de suas forças. Reis lembrou, que em 21 de julho de 2023, de acordo com a lei complementar estadual 259/2023, foi extinta a carreira de escrivão, sendo que todos os profissionais remanescentes foram integrados aos agentes de polícia em uma só carreira: a de agente de polícia judiciária.
“A Associação dos Escrivães, entidade fundada em 15 de fevereiro de 1962 e que posteriormente passou a ser o Sindicato dos Escrivães do Estado do Paraná, sempre esteve em dinâmica sintonia com a adequação do ordenamento jurídico, e se adequará às mudanças decorrentes do novo cargo proposto na lei complementar 259”, afirmou o parlamentar. Rodrigo Reis encerrou sua fala dizendo que a homenagem foi aprovada por unanimidade pelos demais vereadores, o que mostra o respeito que a Câmara tem pela Polícia e também evidencia o reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelos escrivães.
Lei Orgânica da Polícia Civil
Para Airton Carlos Fernandes, presidente da Associação dos Escrivães de Polícia do Estado do Paraná, é uma honra participar desse evento em que escrivães e escrivãs têm seus protagonismos enaltecidos. “A Polícia Civil é uma das garantias de manutenção da segurança pública na sociedade e o escrivão de polícia desempenha papel decisivo nessa atuação”, disse ele. Airton lembrou dos tempos em que os escrivães trabalhavam com as máquinas datilográficas e papéis carbono.
“Houve momentos em que levávamos nossas próprias máquinas para a delegacia, cansei de comprar papel sulfite, carbono. Houve plantões em que cheguei a escrever dez autos de prisão em flagrante, um documento que é composto por várias páginas. A polícia que vemos hoje é resultado dessa construção e, para muitos, o trabalho como escrivão cobrou o preço do convívio familiar”, destacou Airton.
Paulo Martins, diretor parlamentar da Associação dos Escrivães do Estado do Paraná, enfatizou que a função do escriba já é descrita na Bíblia. Ele lembrou as muitas lideranças que surgiram ao longo dos anos entre os escrivães e todas as lutas da categoria no sentido de melhorar a prestação de serviços da polícia à população.
Ele lembrou de uma reunião entre escrivães e com o então senador Sarney sobre a possibilidade de se criar uma Lei Orgânica da Polícia Civil. À época, Sarney declarou que isso seria impraticável, pois não era do interesse dos governadores. “Hoje temos a nossa Lei Orgânica que vai para a sanção do presidente Lula. O nome "agente de polícia judiciária" é provisório, pois a Lei Orgânica passará por regulamentações em cada uma das Unidades da Federação”, explicou Martins.
Polícia é sempre notícia
Valderes Luiz Scalco, delegado da divisão dos Crimes Contra o Patrimônio, representando o secretário de Segurança do Paraná Hudson Leôncio Teixeira e o delegado-geral Sílvio Jacob Rockembach, disse que muito se fala do trabalho policial e da área de segurança, seja no meio acadêmico, seja na mídia, mas, principalmente, em conversas informais: ”A polícia sempre é notícia. É um assunto que está intimamente ligado à nossa vida e, nesse sentido, muito se discute a relevância do trabalho policial. Antes de ser policial, a gente é cidadão”, esclareceu o delegado.
Para ele, não há nada como ganhar o seu sustente ajudando outras pessoas. “Um trabalho árduo, difícil e perigoso. Um trabalho no qual sabemos que podemos não retornar para casa. Mas nada substitui a sensação de dever cumprido ao ver a justiça sendo realizada e isso só é possível por meio do trabalho dos escrivães”, finalizou.
O delegado Robson Barreto, que iniciou sua carreira policial como escrivão em São Paulo, parabenizou a iniciativa e declarou que a unificação da carreira pode representar uma evolução, mas ele assinalou os efeitos jurídicos, na medida em que o escrivão de polícia sempre teve uma responsabilidade a mais na estrutura de uma delegacia. “A escrivania é a única carreira policial dotada de fé pública”, explicou o delegado. Ele lembrou que o Código de Processo Penal (CPP) não foi derrogado e, independente da denominação, algum profissional com fé pública vai ter que desempenhar as atividades hoje atribuídas aos escrivães.
Máquinas Remington e Olivetti
Walter César, da Central Força Trabalhista do Brasil (CFTB), disse ser da época das máquinas de escrever Remington e Olivetti. “A gente entrava na delegacia e chamava atenção a habilidade com que o escrivão ouvia o depoimento, visualizava o depoente para ver se ele estava falando a verdade e narrava os fatos datilografando com velocidade inenarrável. Hoje entro em muitas delegacias, cumprindo meu papel junto ao secretário do estado do Trabalho Mauro Moraes e vejo como o mundo mudou, mas uma coisa nunca vai mudar: a necessidade de narrar o que legalmente precisa ser narrado”, disse César. Para ele, trata-se de uma profissão baseada na honestidade, na dignidade, na coragem e na singeleza do ouvir e do relatar. Também se manifestou o pastor Izaias, da Igreja Presbiteriana do Brasil.
A fidelidade na colheita dos depoimentos do inquérito
Rogéria Fagundes Dotti, advogada, manifestou sua alegria por participar do evento e disse que falar sobre os escrivães leva necessariamente a memórias da atuação profissional de seu pai, o advogado René Dotti. “Deve haver fidelidade na colheita de depoimentos e na organização e elaboração do inquérito policial, essa peça que reúne todos os documentos pertinentes à investigação. Nosso trabalho como advogados depende da boa prova que possa vir do âmbito do inquérito, daí o reconhecimento a esse trabalho importantíssimo”, frisou a advogada.
Francisco Zardo, advogado também atuante no escritório Dotti, entende que o escrivão é um dos pilares fundamentais de uma delegacia. Zardo recordou de uma situação arbitrária vivida por Airton Carlos Fernandes, atual presidente da Associação dos Escrivães de Polícia do Estado do Paraná no exercício da escrivania. “Por exercer seu papel, foi removido do dia para a noite para Telêmaco Borba, o que ocasionaria diversos problemas em sua vida pessoal, o que nos levou a impetrar um mandado de segurança para garantir que ele continuasse desempenhando seu papel com a devida autonomia”, lembrou Zardo.
Homenageados
1 Adalberto Mendes
2 Airton Carlos Fernandes
3 César Augusto Hass
4 Ivan Tadeu Duarte
5 João Carlos Da Costa
6 Josemar Manente De Oliveira
7 Mário Gil Portella
8 Reginaldo Antônio Simão
9 Silvana Do Rocio Rasera
10 Ubiratan Coutinho
11 Nair Ferreira Mendes
12 Michelle Cristina Côrtes Ferracine
13 Cizolei Onesko
14 Eduardo Tosta Seixas Junior
15 Léia Silva De Souza
16 Antonio Pereira De Almeida
17 Josefat Zazula Sobrinho
18 Barbara Ribeiro Santana
19 Bruno Carleones Romao Batista
20 Camila Teruel Santos
21 Carla Zanellato Krzizanowski
22 Carolina Leone
23 Dayane Paulo Da Silva
24 Daniel Hamilton Reis De Lima
25 Dennys Gustavo Age
26 Elano Gomes Ferraz Rodrigues
27 Geovanna Samantha De Souza Lang
28 Gracielle Bortolini Affonso
29 Herickson Odair De Sá
30 Jamille Miguel Souza
31 Laura Graziele Zanini
32 Leandro Parizzotto
33 Lucelia Cherpinski
34 Leticia Rafaela De Souza Borges Silverio
35 Marcelo Henrique Ferreira Siqueira De Matos
36 Mirian Gotin
37 Paulo Roberto Rosa
38 Patricia Proncate Zanin
39 Rafaella Brosch Garcia Paea
40 Roberta Bizinelli
41 Robson Da Fonseca Carneiro
42 Viviane Pissaia Goulart
43 Ana Beatriz Ferraz Dorigo
44 Carolina Neves De Figueiredo
45 Geisa Fabiola Kobay
46 Jefferson Aranha Dos Santos
47 Vera Lucia Rodrigues Gaia Paludzyszyn
48 Vivian Murray Da Rocha Loures
49 Crislaine Antunes Da Silva
50 Marissonia Bortolo
51 Joana Novak Madureira
52 Anna Karina Do Nascimento Bonato Kramek
53 Juana Coelho
54 Ariel Dotti
55 Paulo Roberto Martins
56 Sandro Marcos Covalchuk
57 Lucineide Do Nascimento Marchioro
58 Júlio Cesar Piegat
59 Herivelton Antonio Taborda
60 Jorge Roberto Barga
61 Iara Do Rocio Vaz
62 Halley Pimentel Marcello
63 José Ferreira
64 Josué Pereira Rosa
65 João De Lima Braga
66 Leonardo Nadolny
67 Allan Fernando Banasewicz
68 Sérgio Saque
69 Luiz Antonio Pereira De Almeida
70 Celina Bugalski
71 Rui De Arruda
72 Devanildo Parma Bassi
73 Mario Gil Portela
74 Luciano Gavazzoni Bandeira
75 Alexander Perin Pimenta
76 André Luiz Marochi Da Costa
77 Raphael Lourenço Lang Dias
78 Joaquim Prodoscimo Neto
79 José Augusto Reikda
80 Lizete Veiga Salomão
81 Delegado -Geral P.C Silvio Jacob Rockembach
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