Câmara busca diálogo entre artista e FCC

por Assessoria Comunicação publicado 15/06/2010 14h25, última modificação 30/06/2021 07h55
A Câmara de Curitiba aprovou, na manhã desta terça-feira (15), a instalação de uma comissão especial para intermediar o diálogo entre a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e o artista plástico Frans Krajcberg, doador de obras ao patrimônio cultural da capital paranaense. Deverão fazer parte da comissão, que terá duração de 90 dias, os vereadores Zé Maria (PPS), Beto Moraes (PSDB), Caíque Ferrante (PRP), Jonny Stica (PT), Juliano Borghetti (PP) e Serginho do Posto (PSDB), além de Julieta Reis (DEM).
De acordo com Serginho do Posto, a FCC está encontrando dificuldades na comunicação com o artista, em relação à curadoria das obras. Krajcberg afirma que as obras não estão sendo conservadas adequadamente e não permite que a FCC tome providências em relação ao problema. A recuperação só pode ser feita por intermédio do artista. A ideia da FCC é enviar cada uma das obras à UFMG, maior centro de referência de restauro em madeira, mas o artista não quer. Serginho do Posto, autor do requerimento que pede a instalação da comissão, informou, ainda, que Krajcberg está tentando, por meios jurídicos, reaver as obras, o que não é permitido porque foi feita doação oficial ao município, no ano de 2005.
Desde 2008, criou-se impasse entre Frans Krajcberg e a FCC, quando o presidente da entidade, Paulino Viapianna, requereu autorização do artista para efetuar a restauração das obras. Segundo o líder do prefeito na Casa, vereador Mario Celso Cunha (PSB), o artista está depondo contra a imagem de Curitiba no mundo inteiro. “O autor não pode interferir na finalidade da obra”, disse.
Na opinião da vereadora Julieta Reis, a FCC poderia ter reformado o espaço onde estão as obras, no Jardim Botânico, haja vista as reclamações sobre as condições da estrutura onde estão localizadas. “Krajcberg não aceita nada de Curitiba e está sendo influenciado por terceiros, que têm interesse nas obras”, explicou, destacando que o artista está sob pressão de outros museus, nacionais e internacionais. “Curitiba não pode perder este acervo importantíssimo”, finalizou a vereadora.