Câmara aprova campanha Junho Vermelho para doação de sangue
Com 30 votos favoráveis, os vereadores de Curitiba aprovaram a realização da campanha Junho Vermelho na capital do Paraná, proposta por Bruno Pessuti (PSD). Com a intenção de ampliar a participação das pessoas nessa causa social, o projeto de lei prevê ações de conscientização na cidade no meio do ano, no período que antecede o inverno (005.00258.2017 com substitutivo geral 031.00007.2018). “É quando acontece queda de até 30% nos estoques [de sangue]”, alertou o vereador.
“No frio a doação de sangue cai, só que a demanda continua a mesma”, diz Pessuti. Ele destacou em plenário que, diferente da doação de órgãos, dispor do sangue para um desconhecido é, na opinião do parlamentar, “o ato supremo de solidariedade”. “É um gesto singelo e importantíssimo, que salva milhares de vidas”, continuou o parlamentar, lembrando que agora o Legislativo, a exemplo de outros prédios públicos, será iluminado na cor vermelha durante o mês de junho em alusão à campanha. Conforme a justificativa da proposta de lei, o dia 14 de junho é considerado o Dia Mundial do Doador.
Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida, diretor técnico do Hemobanco e do banco de sangue do Hospital Nossa Senhora das Graças, fez questão de acompanhar a votação do projeto na Câmara Municipal. “A gente tem conseguido, com múltiplas campanhas, fazer com que não falte sangue em Curitiba. Por isso a mobilização é importante”, disse ele à reportagem. Almeida julga que Curitiba tem o número de doadores recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “mas os estoques variam bastante no ano, na época de férias e de festas”.
Para a OMS o ideal é que 3% da população seja doadora de sangue. No Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde, apenas 1,8% das pessoas faz isso regularmente. O diretor do Hemobanco lembra ainda que, por Curitiba ser referência em tratamento de doenças do sangue, como a leucemia, há uma demanda adicional sobre os estoques da cidade. “Somos referência para a Região Sul, então muita gente de fora vem se tratar aqui e se precisar de sangue não vai poder chamar amigos e familiares [para doar]”.
Essa situação de não ter a quem recorrer foi citada também pelos vereadores em plenário. Maria Manfron (PP), Professor Silberto (PMDB) e Pier Petruzziello (PTB) relataram situações familiares em que houve necessidade de mobilizar doadores de sangue, lembrando que nem todas as pessoas têm essa condição. Goura (PDT) sugeriu que os vereadores organizassem um mutirão entre si para doar sangue nesta semana, para servirem de exemplo à população.
“Há quem critique as datas, semanas e meses comemorativos, mas a conscientização da população é importante”, defendeu Cristiano Santos (PV), citando o Setembro Verde, que incentiva a doação de órgãos – o parlamentar é autor da lei municipal que dá funeral gratuito às famílias que prestam esse gesto de solidariedade. “Que possamos multiplicar os doadores de sangue com o Junho Vermelho”, desejou Osias Moraes (PRB), no mesmo tom dado por Ezequias Barros (PRP), que disse doar sangue desde a juventude.
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