Câmara anuncia área para tribo indígena

por Assessoria Comunicação publicado 18/04/2007 20h30, última modificação 16/06/2021 07h40
“Cumprimos o prometido.” A afirmação é do vereador Tito Zeglin (PDT), ao fazer saudação à tribo indígena que ocupa parte da reserva biológica Cambuí,  que esteve na sessão plenária desta quarta-feira (18), data que antecede a comemoração do Dia do Índio, na Câmara Municipal.
O parlamentar informou que cerca de 40 indígenas das etnias caingangue, guarani e xetá receberam da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) uma área de 44,2 mil metros quadrados, no bairro Tatuquara, em Curitiba. Disse, ainda, que a tribo vive há cerca de quatro anos de maneira irregular, em local onde não é permitido o uso habitacional por se tratar de área de preservação ambiental, na reserva biológica Cambuí, perto da divisa da capital com São José dos Pinhais, na região metropolitana. “Eles, que já foram os primeiros habitantes de nossa cidade e contribuíram substancialmente para a fundação de Curitiba merecem local adequado para viver. Falo em nome dos 38 vereadores aos nossos irmãos índios e compartilho essa alegria no dia em que conquistaram sua terra para realizar seus sonhos de dar continuidade, de maneira digna, às suas tradições e culturas”, completou Zeglin.
Na tribuna, o cacique Carlos Santos agradeceu emocionado a chance e abertura para falar sobre a luta pela terra e preservação da cultura indígena. Lembrou da homenagem que receberam há um ano, no Legislativo Municipal, quando pediram a colaboração dos parlamentares para a obtenção de terras homologadas onde pudessem criar suas famílias e manter escolas guaranis. “Nesse ano que passou, unimos forças, criamos uma aliança e conquistamos nosso espaço. Amanhã, seremos índios com endereço”, finalizou Santos.  
Convênio
Em seguida, Tito Zeglin comunicou que nesta quinta-feira (19), Dia do Índio, o prefeito Beto Richa assinará convênio entre a Prefeitura, Cohab e Fundação Nacional do Índio (Funai), para criar aldeia indígena urbana em Curitiba. “A idéia é relocar 35 famílias indígenas que moram irregularmente numa área do Parque Iguaçu, no Boqueirão, para outra, de 42 mil metros quadrados, localizada no bairro do Caximba, onde será criada a Aldeia Indígena Kakanã Porã. A expressão indígena quer dizer ‘fruto bom da terra’”, explicou o parlamentar.
Os vereadores entregaram certificado de participação ao cacique e assistiram apresentação de músicas indígenas.
Também acompanharam a sessão plenária, nesta quarta-feira, o presidente nacional da Igreja de Deus no Brasil, reverendo Adán Noé Alvear Maturana, o diretor da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Campo Mourão, Olivino Custódio; Requina Bartoldi, presidente dos comerciantes e moradores do Portão; Paulo Drabik, diretor do museu Vila Velha, e Mauro José Rossi, também da Igreja de Deus no Brasil.