Bicicleta pode ser solução para o trânsito
As bicicletas foram o tema da segunda parte do evento “Mobilidade Curitiba: Ideias para transformar o trânsito em nossa cidade”, realizada no último sábado (27). O assunto rendeu palestras e debates durante mais de três horas no auditório da Câmara Municipal de Curitiba. O vereador Jonny Stica (PT), que promoveu o evento, considerou positivas as discussões e ressaltou que a mobilidade integrada é o futuro para as cidades.
“Não somos contra outros modais, mas as bicicletas têm que ser consideradas no planejamento urbano. Organizados, os ciclistas estão conseguindo realizar importantes mudanças”, afirmou.
A primeira palestra foi do analista de Infra-Estrutura da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiz Eduardo Tinoco. Ele destacou a importância que uma política nacional de mobilidade urbana terá na inserção da bicicleta no dia a dia do brasileiro. Lembrou também que as prefeituras poderiam ter mais iniciativas próprias nessa área, sem precisar esperar por verbas federais. “Afinal, uma ciclovia não é tão cara quanto um metrô”, comparou.
Tinoco disse que o governo federal tem agido em favor das bicicletas. Uma das iniciativas é o programa Caminho da Escola, que pretende distribuir 100 mil bicicletas e capacetes até o fim do ano, em 300 municípios, priorizando áreas rurais. Também tem promovido uma harmonização da sinalização cicloviária no país. “Os ciclistas têm que ter trajetos cômodos, seguros e racionais”, disse.
Em seguida, o arquiteto, urbanista, ciclista e consultor de projetos cicloviários, Antônio Miranda, mostrou dados sobre o uso de bicicletas em vários locais do mundo e contou um pouco de suas experiências. Ele lembrou que os holandeses percorrem, em média, 1.019 quilômetros por ano de bicicleta e que, ao contrário do que ocorre no Brasil, o carro deixou de ser símbolo de status em países europeus.
Segurança
Miranda defendeu a segurança dos ciclistas: “Quanto maior a infra-estrutura para andar de bicicletas, menor o número de acidentes”, informou, lembrando que os ciclistas, junto com os pedestres, são os mais vulneráveis no trânsito. “Muitos não querem andar de bicicleta porque têm medo”, completou.
O professor Edson Ferreira, conhecido como Nescau, contou em seguida experiências pelas quais passa ao atravessar diariamente, de bike, ruas e estradas na região de Curitiba. Ele fez uma emocionada homenagem ao seu colega Baena, ciclista morto em um acidente na BR-277. “Infelizmente, a gente só para para pensar na segurança dos ciclistas depois que uma tragédia acontece”, lamentou.
Ippuc
A coordenadora de Transporte e Mobilidade do Ippuc, Maria Miranda, contou um pouco da história das ciclovias em Curitiba, que começou em 1977, com um trecho na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã.
Maria Miranda reconheceu que a cidade não implantou uma política efetiva para as bicicletas nos últimos anos. Segundo ela, havia um certo consenso entre os planejadores de que, com a Rede Integrada de Transporte (RIT) garantindo ônibus a poucos metros da maioria das casas, o curitibano não iria querer andar de bicicleta se não para o lazer.
No entanto, disse que essa visão mudou e que o resultado já pode ser visto em locais como a Avenida Toaldo Tulio e aparecerá ainda mais nos próximos anos, quando obras do PAC da Copa contemplarem as bicicletas. Uma delas deve ser uma ciclovia de dez quilômetros na Avenida Comendador Franco, que ajudará a cidade a atingir mais de 300 quilômetros de infra-estrutura cicloviária no futuro.
Soluções
Muitas soluções para o uso da bicicleta foram levantadas durante o evento. O advogado Henrique Ressel, do VotoLivre.org, apresentou brevemente o site e a campanha por assinaturas em favor da Lei da Bicicleta, de iniciativa popular, que pretende instituir a bicicleta como modal de transporte regular em Curitiba.
A representante da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Laura Lúcia Vieira, mostrou projetos que a prefeitura da capital paulista está implantando para tentar inserir a bicicleta no dia a dia do trânsito da maior cidade do país. A CicloFaixa de Lazer, que transforma trechos de ruas em ciclofaixas aos domingos, para interligar parques, é um deles.
Laura lembrou que, além dessa inserção gradual, que faz com que o motorista perceba melhor o que acontece à sua volta, outros pontos devem ser considerados na implantação de uma política em favor das bicicletas. “Estacionamentos para bicicletas são estratégicos. E ciclovias e faixas devem ser feitas onde é preciso fazer, como em locais onde os carros andam em alta velocidade, por exemplo. Nunca em trechos que não levam a lugar nenhum.”
O arquiteto e urbanista Rafael Sindelar Barczak mostrou, em seguida, estudos técnicos para a implantação de ciclovias nas cidades, tendo como base um trabalho, de sua autoria, voltado à inserção de uma malha cicloviária interuniversitária em Curitiba. “É essa cidade que a gente quer, mais justa com todos”, afirmou.
Depois de mediar questionamentos do público aos palestrantes, o vereador Jonny Stica avaliou como necessárias mais discussões a respeito. “O tema mobilidade não deve nunca deixar de ser abordado, ainda mais dentro da Câmara, que tem obrigação de pensar numa cidade melhor para todos”, afirmou.
“Não somos contra outros modais, mas as bicicletas têm que ser consideradas no planejamento urbano. Organizados, os ciclistas estão conseguindo realizar importantes mudanças”, afirmou.
A primeira palestra foi do analista de Infra-Estrutura da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiz Eduardo Tinoco. Ele destacou a importância que uma política nacional de mobilidade urbana terá na inserção da bicicleta no dia a dia do brasileiro. Lembrou também que as prefeituras poderiam ter mais iniciativas próprias nessa área, sem precisar esperar por verbas federais. “Afinal, uma ciclovia não é tão cara quanto um metrô”, comparou.
Tinoco disse que o governo federal tem agido em favor das bicicletas. Uma das iniciativas é o programa Caminho da Escola, que pretende distribuir 100 mil bicicletas e capacetes até o fim do ano, em 300 municípios, priorizando áreas rurais. Também tem promovido uma harmonização da sinalização cicloviária no país. “Os ciclistas têm que ter trajetos cômodos, seguros e racionais”, disse.
Em seguida, o arquiteto, urbanista, ciclista e consultor de projetos cicloviários, Antônio Miranda, mostrou dados sobre o uso de bicicletas em vários locais do mundo e contou um pouco de suas experiências. Ele lembrou que os holandeses percorrem, em média, 1.019 quilômetros por ano de bicicleta e que, ao contrário do que ocorre no Brasil, o carro deixou de ser símbolo de status em países europeus.
Segurança
Miranda defendeu a segurança dos ciclistas: “Quanto maior a infra-estrutura para andar de bicicletas, menor o número de acidentes”, informou, lembrando que os ciclistas, junto com os pedestres, são os mais vulneráveis no trânsito. “Muitos não querem andar de bicicleta porque têm medo”, completou.
O professor Edson Ferreira, conhecido como Nescau, contou em seguida experiências pelas quais passa ao atravessar diariamente, de bike, ruas e estradas na região de Curitiba. Ele fez uma emocionada homenagem ao seu colega Baena, ciclista morto em um acidente na BR-277. “Infelizmente, a gente só para para pensar na segurança dos ciclistas depois que uma tragédia acontece”, lamentou.
Ippuc
A coordenadora de Transporte e Mobilidade do Ippuc, Maria Miranda, contou um pouco da história das ciclovias em Curitiba, que começou em 1977, com um trecho na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã.
Maria Miranda reconheceu que a cidade não implantou uma política efetiva para as bicicletas nos últimos anos. Segundo ela, havia um certo consenso entre os planejadores de que, com a Rede Integrada de Transporte (RIT) garantindo ônibus a poucos metros da maioria das casas, o curitibano não iria querer andar de bicicleta se não para o lazer.
No entanto, disse que essa visão mudou e que o resultado já pode ser visto em locais como a Avenida Toaldo Tulio e aparecerá ainda mais nos próximos anos, quando obras do PAC da Copa contemplarem as bicicletas. Uma delas deve ser uma ciclovia de dez quilômetros na Avenida Comendador Franco, que ajudará a cidade a atingir mais de 300 quilômetros de infra-estrutura cicloviária no futuro.
Soluções
Muitas soluções para o uso da bicicleta foram levantadas durante o evento. O advogado Henrique Ressel, do VotoLivre.org, apresentou brevemente o site e a campanha por assinaturas em favor da Lei da Bicicleta, de iniciativa popular, que pretende instituir a bicicleta como modal de transporte regular em Curitiba.
A representante da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Laura Lúcia Vieira, mostrou projetos que a prefeitura da capital paulista está implantando para tentar inserir a bicicleta no dia a dia do trânsito da maior cidade do país. A CicloFaixa de Lazer, que transforma trechos de ruas em ciclofaixas aos domingos, para interligar parques, é um deles.
Laura lembrou que, além dessa inserção gradual, que faz com que o motorista perceba melhor o que acontece à sua volta, outros pontos devem ser considerados na implantação de uma política em favor das bicicletas. “Estacionamentos para bicicletas são estratégicos. E ciclovias e faixas devem ser feitas onde é preciso fazer, como em locais onde os carros andam em alta velocidade, por exemplo. Nunca em trechos que não levam a lugar nenhum.”
O arquiteto e urbanista Rafael Sindelar Barczak mostrou, em seguida, estudos técnicos para a implantação de ciclovias nas cidades, tendo como base um trabalho, de sua autoria, voltado à inserção de uma malha cicloviária interuniversitária em Curitiba. “É essa cidade que a gente quer, mais justa com todos”, afirmou.
Depois de mediar questionamentos do público aos palestrantes, o vereador Jonny Stica avaliou como necessárias mais discussões a respeito. “O tema mobilidade não deve nunca deixar de ser abordado, ainda mais dentro da Câmara, que tem obrigação de pensar numa cidade melhor para todos”, afirmou.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba