Bernardi propõe instituição do Dia da Memória Ferroviária

por Assessoria Comunicação publicado 12/03/2013 11h45, última modificação 13/09/2021 08h17

Projeto de lei do vereador Jorge Bernardi (PDT) pede a instituição do Dia da Memória Ferroviária e sua inclusão no calendário de eventos oficiais do município. A data proposta para a comemoração foi 2 de fevereiro, que corresponde ao dia da inauguração da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, em 1885. O texto da proposição lembra que é função do Executivo promover e estimular a celebração da memória ferroviária, em colaboração com as entidades representativas da classe e com a população em geral.

Bernardi esclareceu que “a escolha dessa data é um tributo a todos que participaram da construção dessa importante via ferroviária que liga o litoral do Estado à capital. A obra foi considerada um dos maiores desafios da engenharia mundial, comparável, em termos de dificuldade, à construção do Canal do Panamá”. O parlamentar também lembrou que “dos 9.000 homens envolvidos, mais da metade sucumbiu, ou em função de doenças, ou em função dos perigos oferecidos pela conformação geográfica da Serra do Mar”.

A justificativa do projeto esclarece que a ferrovia foi planejada pelor irmãos Rebouças, que produziram estudos comprovando a viabilidade do projeto muitos anos antes do mesmo ter início. Em 1880, pouco tempo depois da inauguração da pedra fundamental da estrada pelo imperador Dom Pedro II, em Paranaguá, engenheiros italianos consideraram a Serra do mar uma muralha intransponível e encerraram suas participações ainda na planície de Morretes. Coube ao brasileiro Teixeira Soares dar continuidade às obras e, “num verdadeiro milagre da engenharia”, concluí-las no espantoso período de cinco anos.

A inauguração da estrada acelerou o desenvolvimento de Curitiba, que precisou ser repensada para comportar as levas de imigrantes que chegavam todos os dias às centenas. A economia local também ganhou força com a possibilidade de escoar a produção de erva-mate de forma mais rápida. Até então, apenas um caminho permitia o transporte de produtos em carroças: a Estrada da Marinha (posteriormente conhecida como Estrada da Graciosa). Os outros caminhos (Itupava e Arraial) apenas permitiam o deslocamento individual, desprovido de cargas. A localização da estação permitiu que a cidade avançasse em outras direções, como o Rebouças (que até hoje é um importante pólo industrial). A construção da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá foi determinante para a economia de todo o Estado, em particular, para a capital, que ganhou ares de metrópole e passou a incorporar as novidades tecnológicas vindas de países estrangeiros (iluminação elétrica, asfaltamento em “macadame”, etc).

“A presente proposição é plenamente justificável pelo fato de que os velhos ferroviários estão morrendo, e, com eles, a história de uma empresa (Rede de Viação Paraná-Santa Catarina) que se confunde com a história do Paraná e de Curitiba. É fundamental que o trabalhador ferroviário seja celebrado em conformidade com os esforços empreendidos para consolidação político-econômica de nossa região”, enfatizou Jorge Bernardi.