Bernardi: "Deixei a SMTE seis meses antes do início do ProJovem"

por Assessoria Comunicação publicado 24/03/2015 13h40, última modificação 29/09/2021 10h43

“Fui exonerado da Prefeitura de Curitiba, a pedido, no dia 29 de março de 2010. Isto está documentado pelo decreto municipal 306 daquele ano, assinado pelo então prefeito Beto Richa e pelo secretário municipal de Recursos Humanos, Paulo Schmidt”, afirmou, durante a sessão plenária desta terça-feira (24), o vereador Jorge Bernardi (PDT).

“Portanto deixei o cargo de secretário municipal do Trabalho e do Emprego (SMTE) seis meses antes do início do ProJovem. A licitação foi em meados de março, mas o início foi em julho, em agosto”, assegurou. O parlamentar entregou cópia do documento a todos vereadores.

Bernardi se queixou da repercussão, na imprensa da capital, de um pedido de informações feito pela Professora Josete (PT) ao Executivo. No requerimento, a vereadora solicita que a Prefeitura de Curitiba compartilhe com a Câmara Municipal os dados de investigações abertas pelo Ministério Público Estadual (MP-PR), pelo Federal (MPF) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o convênio do ProJovem.

O vereador disse que agirá judicialmente contra aqueles que “tentam me envolver com irregularidades. Minha honra é limpa, é branca como o guarda-pó do Professor Galdino (PSDB)”. Bernardi lamentou frequentemente aparecer vinculado ao caso, apesar de ter deixado a SMTE antes de as ONGs investigadas começarem a atuar no projeto.

Discussão
No final da sessão plenária, Bernardi pediu desculpas a Paulo Salamuni (PV) por ter dito que o líder do prefeito o teria “ameaçado” com a vinculação ao caso ProJovem. A declaração causou tumulto no plenário, com Salamuni e Bernardi discutindo um com o outro das bancadas. A sessão foi interrompida duas vezes e chegou a ser suspensa por cinco minutos.

Carla Pimentel (PSC), que ocupava a tribuna em um desses momentos,  pediu que os colegas “acalmassem os seus ânimos”. Na sequência, o vereador Pedro Paulo (PT) ocupou o espaço para defender Salamuni, classificando como “absurda” a acusação de Bernardi contra o líder do prefeito na Câmara. “O vereador Salamuni é conhecido em Curitiba peça postura ética que tem, e continuará de cabeça erguida. Faço aqui esse desagravo”, pontuou.

Dizendo que o comentário foi uma “injustiça” contra Salamuni, Bernardi explicou ter identificado em notícia do dia anterior, distribuída à imprensa pela Comunicação do Legislativo, a alusão equivocada ao seu mandato como secretário do Trabalho. “Conversamos e será corrigido”, esclareceu. “Mantenho as minhas posições nos outros casos, da eleição da Mesa Diretora, da extinção dos 306 cargos da prefeitura, da extinção da Ouvidoria, mas sei admitir quando erro”, disse.

Bernardi disse, contudo, que “chegou aos seus ouvidos” uma investigação da secretaria municipal de Governo sobre os 15 meses em que dirigiu a SMTE. Chico do Uberaba (PMN) e Valdemir Soares (PRB), diante do comentário, manifestaram-se contra esse tipo de ingerência do Executivo. “Podem examinar meus atos”, disse o vereador do PDT, que no calor da discussão ameaçou deixar o grupo de apoio ao prefeito Gustavo Fruet no Legislativo.

“Desconheço qualquer investigação”, respondeu Paulo Salamuni, defendendo que “se isso acontecer, que seja às claras, pelo caminho do Regimento Interno”. O líder do prefeito confirmou não haver vinculação de Jorge Bernardi ao caso do ProJovem. “Serei seu defensor nesse assunto”, afirmou. ”Pode ser um problema mais sério que envolva servidores efetivos. Não é o caso de uma comissão parlamentar de inquérito ainda, pois não temos elementos para isso”, disse, recusando a aderir àquilo que chamou de “denuncismo”.

“Em momento algum toquei no assunto do ProJovem, e quando o fiz, foi para dizer que não havia nexo. Fiquei pasmo”, continuou Salamuni, dirigindo-se ao vereador Jorge Bernardi. “Podemos ter divergências pontuais, eu e o vereador Jorge, mas nunca é dado o direito a ninguém de pôr em dúvida o caráter do outro. É preciso ter cuidado, para não cometer injustiças”, concluiu. Mauro Ignácio (PSB), que foi diretor na SMTE durante a gestão de Bernardi, desagravou a gestão do vereador. Considerou que essa discussão, durante a sessão plenária, não passou de um “mal-entendido”.