Autores criticam ato contrário ao Escola Sem Partido
Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), responsável por coordenar a marcha realizada nessa terça-feira (15) em diversas cidades brasileiras a favor do programa Escola Sem Partido, acompanharam a sessão desta quarta-feira (16) da Câmara Municipal de Curitiba. Autores do projeto de lei em tramitação no Legislativo, os vereadores Ezequias Barros (PRP), Osias Moraes (PRB) e Thiago Ferro (PSDB) defenderam a proposta (005.00275.2017) e condenaram supostas agressões do grupo do ato paralelo, organizado pelo CWB Resiste, que também teve as escadarias do Palácio Rio Branco como ponto final da manifestação.
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“O pessoal que esteve aqui ontem, do [movimento] Escola Sem Partido, encontrou [pessoas que] eu não entendo como professores, eu entendo como baderneiros, que queimaram o manto sagrado do nosso país [a bandeira, segundo ele]. Que tipo de ensino este professor está dando?”, declarou Barros. “Ontem um menino estava com uma bandeira do PSTU nas mãos. Quando nós falamos de Escola Sem Partido é isso, que ela não seja partidária.” Em aparte ao vereador, Rogério Campos (PSC) afirmou que “se fosse algo tão bom não tinha um monte de gente escondendo o rosto, a mando não sei de quem. Adolescentes uniformizados”. Ezequias Barros finalizou que “a bandeira do Brasil não é vermelha; é verde, amarela, azul e branca”.
Moraes também parabenizou o MBL Curitiba. Ele defendeu que pais e alunos querem o ensino “de forma justa”. “Não queremos doutrinação em nossas escolas”, disse. “Nosso amigo [Thiago Branco, que acompanhou a sessão com a cabeça enfaixada] infelizmente foi agredido mais uma vez por aqueles que não concordam”. Segundo ele, a Tribuna Livre que cederia a palavra ao movimento, nesta quarta, não foi realizada devido à ausência de requerimento (que deve ser protocolado e lido no pequeno expediente), “mas teremos na próxima semana”.
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“O Thiago foi espancado aqui na frente da Câmara Municipal ontem. O Thiago está movendo processo contra as pessoas”, acrescentou Ferro. De acordo com o vereador, Curitiba foi a única das cidades brasileiras com a marcha a favor do programa Escola Sem Partido com registro de tumulto. Para ele, isso traz “vergonha” à cidade e mostra “intolerância”. O parlamentar ainda falou em “sindicatos vermelhos” e que “nossas salas de aula não são vermelhas”. “Como não estão doutrinando na escola se estenderam bandeiras vermelhas aqui na frente e espancaram o Thiago? Precisamos dedetizar nosso país. Obviamente não é generalizado. É pontual, mas precisa ser trabalhado. Viva o Brasil laico, que respeita as pessoas”
Nessa terça, os protestos ao lado de fora reuniram movimentos contra e a favor do Escola Sem Partido, e a sessão teve contrapontos sobre o projeto de lei. Já nesta quarta apenas Barros, Moraes, Campos e Ferro debateram o ato e a proposta de lei.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba