Na quinta-feira (14), uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Curitiba reuniu participantes de programa do Ministério da Educação destinado a dar experiência em sala de aula a estudantes universitários que desejam ser professores. A iniciativa de discutir o Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) foi do vereador Professor Silberto (PMDB), que elogiou a experiência que teve com o programa enquanto foi diretor do Colégio Estadual Teobaldo Kletemberg, no Sítio Cercado.

“Temos que falar do Pibid, e debater a importância do projeto [para a educação pública], porque devemos lutar contra os cortes [de financiamento] e contra as tentativas do governo federal de interrompê-lo e substituí-lo”, avaliou Silberto. Dentro do programa, universidades e escolas estaduais e municipais podem realizar parcerias para que estudantes de licenciatura em Ciência e Matemática tenham experiência nas salas de aula do Ensino Fundamental. Enquanto o Ensino Médio recebe universitários de Física, Química, Biologia e Matemática.

Para Joanez Aires, coordenadora institucional do Pibid na UFPR (Universidade Federal do Paraná), o programa de iniciação à docência foi criado “para suprir um deficit do governo em relação a educação básica”. “E hoje ele só continua existindo devido a luta dos professores e bolsistas pela permanência do programa”, alertou a docente, defendendo a diferença que participar do Pibid faz na vida desses alunos.

O testemunho do Professor Silberto foi nesse sentido, com ele relatando as dificuldades que viveu por não ter tido a oportunidade de estagiar em sala de aula durante sua formação acadêmica. “Quando comecei [a lecionar], não tinha experiência em sala de aula, algo que é muito importante para um professor, que deve saber como lidar com seus alunos”, comentou. Valdemir Pontes, assistente jurídico do mandato, insistiu que mudanças no Pibid devem ser debatidas com a comunidade acadêmica.

Diretor do Colégio Estadual Monteiro Lobato, Getúlio Della Torres Junior atribui aos estudantes do Pibid parcela significativa do aumento da pontuação da escola no  Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Era um dos piores no Ideb, com [pontuação de] 3,1. Quatro anos depois, com a ajuda de programas como o Pibid, subimos o Ideb para 5,1, tornando a escola uma das melhores de Curitiba”, enalteceu.

Jeremias Costa contou que uma aluna de ensino médio, após conhecer os bolsistas do Pibid, optou pelo magistério. Após ter ingressado na faculdade, tornou-se também uma bolsista do programa de iniciação à docência. Roberta Buff, estudante universitária que participa do Pibid, confirmou as opiniões anteriores. “O graduando deve ser lapidado, estar presente nas escolas e praticar a arte de ensinar, É aí que entra o Pibid, que cumpre essa função”, justifica. “Sem ensinamento prático, o futuro professor não irá funcionar com maestria”.