Audiência pública discute uso de bicicletas

por Assessoria Comunicação publicado 18/08/2005 19h15, última modificação 31/05/2021 09h39
"Se 10% dos curitibanos que usam carros particulares andassem de bicicleta, haveria economia anual de R$ 13.786.448,83 e de 15.325.017 quilos de poluentes". O comentário é do professor José Carlos Belotto, coordenador da Unidade de Qualidade de Vida da Universidade Federal do Paraná, que participou, nesta quinta-feira (18), de audiência pública sobre  "mobilidade urbana, mobilidade por bicicleta", na Câmara de Curitiba. A vereadora Roseli Isidoro (PT), que coordenou a sessão, defende medidas para estimular o uso de bicicletas na cidade.
A parlamentar tem dois projetos em apreciação na Casa, que prevêem a construção de ciclovias, integrando-as à rede de transporte coletivo e readaptando o espaço nos estacionamentos das canaletas exclusivas dos biarticulados para bicicletas.
Para o arquiteto, Antônio Carlos Miranda, esse projeto vem ao encontro da necessidade de  melhorar a mobilidade na cidade. “É urgente o resgate da cidadania em favor dos ciclistas. Não existe um único estacionamento para bicicletas no centro da cidade”, disse Miranda, acrescentando que “criar nova mobilidade é criar nova ordem de prioridades, valorizando os ciclistas”.
Piloto
Marcia Krempel, da coordenação Vida Saudável no Trânsito, da Secretaria Municipal da Saúde, disse que Curitiba integra projeto piloto, com ações de prevenção de acidentes. A proposta é reduzir o índice de mortes e lesões. E, para isso, são necessárias campanhas de conscientização para o trânsito mais saudável e ações educativas. Pesquisa do Ippuc - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba - aponta que 30% dos ciclistas vão até o centro da cidade e que 1/4 deste total tem origem do Portão e Pinheirinho. A maioria dos ciclistas, conforme o estudo, vem da Região Metropolitana e 90% passam pelas canaletas exclusivas do biarticulado. Os dados foram apresentados por Ulrich Jager, consultor ambiental, que também exibiu vídeos mostrando experiências na Holanda, Colômbia e Dinamarca. Naqueles países existe planejamento de tráfego com infra-estrutura para ciclistas e pedestres. "Ciclistas e pedestres são as prioridades", disse Jager, lembrando que os motoristas são desmotivados a usar carros particulares. Depoimentos de arquitetos e das comunidades apontam a prioridade ao ser humano naqueles países.
Participação
José Carlos Belotto, da Unidade de Qualidade de Vida da Universidade Federal do Paraná; Ulrich Jager, consultor Ambiental; Ricardo Hartmann, do núcleo de psicologia do trânsito; André Luciano Malheios, engenheiro civil especialista em qualidade do ar; Carlos Zanchi, Detran; Maria Miranda, representando o presidente do Ippuc, Clodualdo Pinheiro Júnior, e Marcia Krempel da Secretaria Municipal da Saúde, participaram do evento.