Audiência pública da Comissão de Meio Ambiente debate crise hídrica
Crise hídrica retorna à pauta da CMC. Na imagem, Piraquara I em novembro de 2020. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Em audiência pública virtual na próxima quinta-feira (29), a Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) discute, com representantes do poder público e da sociedade civil, a crise hídrica na cidade e na região metropolitana. A atividade terá início às 14 horas e transmissão, em tempo real, pelos canais do Legislativo no YouTube, no Facebook e no Twitter.
Segundo a presidente do colegiado, vereadora Maria Leticia (PV), a ideia é aprofundar a discussão sobre “a origem dos problemas do abastecimento de água na cidade”. Ela diz que é fundamental a população a participar do debate, com sugestões por meio das redes sociais da CMC.
“A população tem sofrido com o rodízio e com a falta de chuvas, mas esse não é o único motivo da crise”, afirma Maria Leticia. A parlamentar aponta “a falta de investimento por parte da Sanepar, que tem uma visão ainda que a água é uma mercadoria”. “Na verdade a água é um bem público e um serviço básico. Por isso queremos ouvir ambientalistas, a sociedade civil, a Sanepar e outros membros do poder público”, acrescenta.
Para compor a mesa da audiência pública, foram convidados o diretor-presidente da Sanepar, Cláudio Stabile; o secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur; o professor Pedro Augusto Breda Fontão, docente do Departamento de Geografia e coordenador do Laboratório de Climatologia (Laboclima) da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e a coordenadora nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Daiane Machado.
Também foram convidados para a atividade, dentre outros representantes da sociedade civil e do poder público, as secretarias municipais do Meio Ambiente e do Urbanismo; o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc); a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS); a Defensoria Pública do Paraná; o Ministério Público do Paraná (MP-PR); a seccional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR); a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec); e o Instituto Água e Terra (IAT), além de secretarias estaduais, deputados estaduais e instituições de ensino superior.
A crise hídrica
O colegiado de Meio Ambiente da CMC já tratou do tema, neste ano, durante reunião ordinária com representantes do MAB, quando surgiu a ideia de realizar a audiência pública (leia mais). A crise hídrica em Curitiba e região metropolitana começou em 2019, com a escassez de chuvas a partir do mês de julho. Em março de 2020, a capital adotou o rodízio no abastecimento, mantido até hoje.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o cenário no ano passado foi de seca extrema. No primeiro trimestre de 2021, o volume de chuvas atingiu 380 milímetros, abaixo da média histórica para o período, que é de 460 mm. Em 2020, no entanto, as precipitações no período foram ainda menores, de 247 mm.
A primeira quinzena de abril, com uma precipitação de apenas 0,6 mm em Curitiba e região metropolitana, reforçou o sinal de alerta à estiagem. A CMC, inclusive, produziu uma série de reportagens especiais sobre a crise hídrica, publicada em novembro de 2020 (confira aqui).
Além de Maria Leticia, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Curitiba é formada pelos vereadores Nori Seto (PP), vice-presidente, Leonidas Dias (Solidariedade), Marcos Vieira (PDT) e Sidnei Toaldo (Patriota).
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