Audiência pública alerta ao diagnóstico precoce do câncer de mama

por Assessoria Comunicação publicado 18/10/2019 11h50, última modificação 11/11/2021 08h24

Quase 60 mil mulheres podem ser diagnosticadas com câncer de mama no Brasil ao longo de 2019. Desses casos, 3.730 devem ser registrados no Paraná e 820 em Curitiba, de acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Entre os diagnósticos, mais de 70% já são detectados em estágio avançado. A cada dia, 10 novos casos de câncer de mama são identificados no Paraná.

Esses e outros dados foram apresentados em audiência pública nessa quinta-feira (17), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), alusiva ao Outubro Rosa. Com o tema “A importância do diagnóstico precoce para vencer o Câncer de Mama”, a atividade foi promovida pelos vereadores Bruno Pessuti (PSD) e Fabiane Rosa (DC). O debate contou com a participação de especialistas na área e pacientes.

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Bruno Pessuti reforçou a pertinência da discussão: "É alarmante ver o índice de mulheres que descobrem o câncer já em estágio avançado. É nosso dever, no Legislativo municipal, ampliar o debate e propor soluções para que a população tenha acesso ao diagnóstico ágil e ao tratamento adequado". A vereadora Fabiane Rosa ponderou este não é um problema enfrentado exclusivamente pela mulher: "Os homens também devem ser sensibilizados quanto ao câncer de mama. Peçam que eles realizem os exames preventivos”.

De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, Acácia Nasr, o Paraná trabalha para aumentar o número de mamografias realizadas, bem como o diagnóstico precoce. "Tivemos 933 óbitos devido ao câncer de mama em 2017, e nesse período foram realizados 329 mil exames, sendo 62% na faixa etária de 50 a 69 anos", mencionou.

>> Assista a vídeo da CMC de alerta ao câncer de mama.

O autoconhecimento e o cuidado com o corpo foram abordados pela médica Karina Utrabo Prosdócimo, que integra o Programa Saúde da Mulher, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). "A mulher precisa estar atenta às modificações em sua mama. E essas alterações devem ser investigadas por um profissional da saúde”, indicou. “A população alerta aos principais sintomas relacionados ao câncer de mama contribui muito para o diagnóstico precoce. Muitos casos são detectados pela própria paciente. Precisamos estimular a mulher a conhecer seu corpo", explicou.

Prevenção e tratamento
A médica radiologista Cristiane Basso Spadoni falou sobre a importância dos exames de rastreamento - mamografia e tomossíntese - serem realizados periodicamente, para prevenir ou auxiliar no tratamento precoce do câncer de mama. Segundo ela, a tomossíntese, por exemplo, é um exame que facilita a avaliação das características benignas ou malignas; torna a indicação de biópsias mais precisas; e aumenta a rapidez do exame, tornado-o menos desconfortável.

Cristiane também falou sobre as campanhas de conscientização e o diálogo com a comunidade. "Precisamos incentivar a busca do diagnóstico precoce do câncer de mama através de ajuda mútua, com histórias reais de coragem frente à doença. Neste cenário, palestras educacionais de profissionais da saúde e eventos com a comunidade, em parceria com instituições e ONGs, são indispensáveis", acrescentou.

A médica Ana Carolina Chociai, cirurgiã plástica especialista na reconstrução da mama, falou sobre a importância desse processo para a autoestima da mulher. Sobre a audiência pública, a convidada destacou a troca de ideias com a população: "Mostramos como é feita a reconstrução da mama, para restaurar formato e amédica Ana Carolina Chociai, cirurgiã plástica especialista na reconstrução da mama, falou sobre a importância desse processo para a autoestima da mulher.utoestima da mulher. É importante apresentar ao público as possibilidades de tratamento".

Presenças
Também participaram do encontro o médico Edvin Javier Boza Jimenez, coordenador do Programa Mãe Curitibana Vale a Vida, da SMS; Roberta Freire, presidente da Associação Mulheres de Negócios; o mastologista Jan Pawel Andrade Pachnicki, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná; e a professora de Educação Física Viviane dos Santos, que teve câncer de mama.