Audiência debate soluções para segurança nos bancos

por Assessoria Comunicação publicado 14/04/2011 18h45, última modificação 09/08/2021 08h37
Uma audiência pública na Câmara Municipal de Curitiba debateu, na tarde desta quinta-feira (14), diversas soluções para aumentar a segurança nos bancos e proteger usuários e funcionários. As sugestões serão inseridas em projeto de lei, de autoria de diversos vereadores, que tramita na Câmara. A iniciativa foi do vereador Pedro Paulo (PT) e também estiveram presentes ao debate os vereadores Algaci Tulio (PMDB), Paulo Frote (PSDB), Felipe Braga Côrtes (PSDB), Zezinho do Sabará (PSB), além do deputado estadual Roberto Aciolli (PV). Representantes de diversos segmentos interessados no assunto participaram, como vigilantes bancários e funcionários de bancos, além da população. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) foi convidada a participar, mas não esteve presente.
“A Câmara não é omissa ao problema de segurança nos bancos. São várias leis que já foram aprovadas e sancionadas e algumas não são cumpridas. Com certeza há falta de investimentos na segurança e este projeto vem para atender aos usuários, funcionários e seguranças”, ressaltou Pedro Paulo. Ele lidera um abaixo-assinado para que a população apoie a aprovação e sanção da proposta.
Otávio Dias, que é presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, agradeceu o interesse dos vereadores. “Fica um trauma muito grande nos funcionários após um assalto. É preciso que os bancos invistam em prevenção e que o poder público coloque mais viaturas e mais policiais nas ruas”, ressaltou. Segundo ele, hoje, 50% dos casos de bancários afastados pela Previdência Social são por transtornos mentais. “Pela insegurança, por não saber se vão voltar para casa amanhã e pela pressão pelo cumprimento de metas”, disse.
Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região revelou que atualmente existem em média cinco casos por dia do crime da “saidinha de banco” na capital. Além disso, segundo o sindicato, neste primeiro trimestre já foram registrados 24 ataques a bancos no Paraná. Destes, 15 foram assaltos e nove arrombamentos. Em 2010, o total de ataques somou nove. Um aumento de mais de 100%. “Os bancos estão investindo na segurança do dinheiro, mas não na segurança das pessoas”, complementou o presidente da entidade, João Soares.
Debate
O projeto de lei já havia sido sugestão dos sindicatos de vigilantes no ano passado. Uma das sugestões é para que as portas giratórias sejam instaladas antes dos caixas eletrônicos. Os seguranças também deverão estar equipados com escudos. Complementando a lei dos biombos, do vereador Paulo Frote, a ideia é exigir estas divisórias também nos caixas eletrônicos, para garantir a privacidade dos usuários durante operações bancárias.
Também é pedida a instalação de câmeras de segurança internas e externas com resolução capaz de permitir a clara identificação de assaltantes, criminosos e suspeitos. Para o delegado do Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil (Cope), Amarildo Antunes, a medida será fundamental para identificar criminosos. “As imagens do circuito interno dos bancos são muito ruins hoje, isto quando tem. Por conta disso, há muita dificuldade de identificar os bandidos”, alertou.
André Machado, que é diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, disse que a lei deveria ser estendida para outros estabelecimentos que realizem operações bancárias, como as casas lotéricas.
O professor aposentado Adyr de Lima sugeriu que seja definido no texto um tempo maior para que as imagens fiquem armazenadas nos arquivos, facilitando investigações futuras.
O secretário de imprensa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Ademir Wiederkehr, afirmou que há a necessidade de se cumprir a lei dos biombos para que os crimes da “saidinha de banco” reduzam. “Temos que acabar com o olheiro no banco. Com o biombo, não há como descobrir quem está com dinheiro. Os bancos lucraram R$ 43 bilhões no ano passado e não querem colocar o biombo, que tem um custo baixo”. Ele disse que em João Pessoa (PB), após a aprovação de uma lei similar, o crime da saidinha caiu 90%.
Pedro Paulo disse que será apresentado um substitutivo geral ao projeto, corrigindo e acrescentando ideias. “Vamos pedir a assinatura de todos os vereadores, para que não se deixe de reconhecer que este é um problema sério que envolve a sociedade”, complementou.