Audiência debate papel de comunidades terapêuticas
Audiência pública na tarde desta quinta-feira (5), na Câmara Municipal de Curitiba, debateu a importância das comunidades terapêuticas na recuperação de dependentes de droga. A iniciativa foi dos vereadores Pedro Paulo (PT) e Noemia Rocha (PMDB). O tema foi “Crack: uma pedra nas comunidades – A sociedade sofre!”. O objetivo foi explicar o que é uma comunidade terapêutica, quais atuam em Curitiba, suas necessidades e no que elas contribuem para a recuperação de dependentes químicos.
“Entendemos a necessidade de ouvir as casas de recuperação de dependentes químicos. É necessário conhecer a importância e o papel destas casas de recuperação dentro do contexto do crack. Nós, parlamentares, não podemos nos calar, mas abrir as portas desta Casa para sabermos das necessidades destas comunidades e buscar soluções para que possamos levar ao Executivo pedidos de melhorias para a área”, disse a vereadora Noemia. “Nosso compromisso é compartilhar com os demais vereadores o que debatemos aqui e queremos servir como ponte ao Executivo para os desafios que as comunidades terapêuticas têm. Este é o principal encaminhamento nesta tarde”, complementou Pedro Paulo.
Na abertura do debate, o doutor em psiquiatria e especialista em dependência química, Marcos Bessa, disse que sem verba não há como organizar um serviço de qualidade e um tratamento digno para a comunidade mais carente. Segundo ele, a sociedade hoje luta contra o crack não à toa. “Desde 1998 até hoje existe o problema instalado, que continua da mesma forma. O dependente químico é uma pessoa discriminada e marginalizada. Sofre da miséria moral, existencial e de falta de perspectiva. Uma criança que usa crack não tem a menor perspectiva de vida. A média é de 16 anos de vida”, complementou.
Ele defendeu campanhas que esclareçam a população sobre o que é a dependência química. “O dependente tem uma alteração cerebral e é isto que faz ele modificar seu comportamento. Há uma alteração tão grave do sistema nervoso central que ele não tem controle sobre suas ações”, ressaltou. Ele defende, como fundamental, a proibição das propagandas de bebidas alcoólicas. “É fundamental no combate. Jogadores de futebol fazem propaganda de cerveja despudoradamente e são os maiores ídolos das nossas crianças”. Ele ressaltou que a bebida alcoólica é a droga que mais causa problemas no Brasil.
A professora doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Araci Asinelli da Luz, falou sobre a visão do meio acadêmico e científico em relação às drogas. Ela sugeriu que os vereadores contribuam fazendo um projeto de lei para criar uma matéria sobre o combate às drogas no currículo das escolas. Além disso, um projeto adequado para complementar o contraturno escolar.
O teólogo e advogado Ronaldo Costa Reis, do Lar Hermon, discutiu o resgate e restauração do dependente químico. Ele chamou a atenção para igrejas que se fecham para os problemas da sociedade. “É nesta questão que devemos prestar atenção, na descoberta e na escolha do método melhor a ser aplicado à dor do outro, à história deste outro. Assistir, só, talvez seja pouco, mas devemos compartilhar a igreja com ele”, disse. Segundo ele, é necessário trabalhar também com a família, que é quem vai receber o dependente na volta do tratamento.
Frei Chico, da Associação Casas do Servo Sofredor, explicou sobre as comunidades terapêuticas. Ele diz que em 1994 iniciou a primeira casa terapêutica no Brasil. “Nós não tivemos neste país uma política pública para as comunidades terapêuticas. Estamos lutando por isto. Não conseguimos uma legislação, mas já conseguimos uma normatização da Anvisa. Porém, muitas casas estão agonizando. Na maioria dos municípios estão cerrando as portas, por falta de verba.” Ele ressaltou que estas comunidades não são clínicas, nem hospitais psiquiátricos. “Somos uma terceira alternativa criada pela sociedade. Deveríamos ter o apoio do governo para conseguirmos ter leitos para o enfrentamento do crack”, salientou.
Marcos Pinheiro, presidente da Compacta Comunidades Terapêuticas Associadas, complementou dizendo que 80% do atendimento de dependentes químicos é feito hoje pelas comunidades terapêuticas. “São duas mil no Brasil, com 40 mil residentes e quase dez mil pessoas envolvidas no atendimento destas comunidades. Em Curitiba e região metropolitana temos em torno de 50 a 60”.
A psicóloga Maria Aparecida da Silva Reis Pereira também falou sobre a dificuldade que estas casas de recuperação enfrentam. “As instituições precisam conseguir recursos. A maioria não cobra para manter o dependente na instituição. Ele come, bebe, toma banho, tem uma cama limpa. Hoje a instituição precisa trabalhar e oferecer um trabalho digno para o ser humano”, ressaltou. Segundo ela, uma equipe multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos é que vai garantir a qualidade no atendimento.
Também participaram os vereadores Jorge Yamawaki (PSDB), Pastor Valdemir Soares (PRB), Julião Sobota (PSC), Roberto Hinça (PDT) e Professora Josete (PT). Estiveram presentes ainda o secretário municipal Antidogas, Hamilton José Klein, a ex-vereadora Roseli Isidoro, representando a senadora Gleisi Hoffmann, (PT) e Marisa Lobo, representando o deputado federal Fernando Francischini (PSDB).
“Entendemos a necessidade de ouvir as casas de recuperação de dependentes químicos. É necessário conhecer a importância e o papel destas casas de recuperação dentro do contexto do crack. Nós, parlamentares, não podemos nos calar, mas abrir as portas desta Casa para sabermos das necessidades destas comunidades e buscar soluções para que possamos levar ao Executivo pedidos de melhorias para a área”, disse a vereadora Noemia. “Nosso compromisso é compartilhar com os demais vereadores o que debatemos aqui e queremos servir como ponte ao Executivo para os desafios que as comunidades terapêuticas têm. Este é o principal encaminhamento nesta tarde”, complementou Pedro Paulo.
Na abertura do debate, o doutor em psiquiatria e especialista em dependência química, Marcos Bessa, disse que sem verba não há como organizar um serviço de qualidade e um tratamento digno para a comunidade mais carente. Segundo ele, a sociedade hoje luta contra o crack não à toa. “Desde 1998 até hoje existe o problema instalado, que continua da mesma forma. O dependente químico é uma pessoa discriminada e marginalizada. Sofre da miséria moral, existencial e de falta de perspectiva. Uma criança que usa crack não tem a menor perspectiva de vida. A média é de 16 anos de vida”, complementou.
Ele defendeu campanhas que esclareçam a população sobre o que é a dependência química. “O dependente tem uma alteração cerebral e é isto que faz ele modificar seu comportamento. Há uma alteração tão grave do sistema nervoso central que ele não tem controle sobre suas ações”, ressaltou. Ele defende, como fundamental, a proibição das propagandas de bebidas alcoólicas. “É fundamental no combate. Jogadores de futebol fazem propaganda de cerveja despudoradamente e são os maiores ídolos das nossas crianças”. Ele ressaltou que a bebida alcoólica é a droga que mais causa problemas no Brasil.
A professora doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Araci Asinelli da Luz, falou sobre a visão do meio acadêmico e científico em relação às drogas. Ela sugeriu que os vereadores contribuam fazendo um projeto de lei para criar uma matéria sobre o combate às drogas no currículo das escolas. Além disso, um projeto adequado para complementar o contraturno escolar.
O teólogo e advogado Ronaldo Costa Reis, do Lar Hermon, discutiu o resgate e restauração do dependente químico. Ele chamou a atenção para igrejas que se fecham para os problemas da sociedade. “É nesta questão que devemos prestar atenção, na descoberta e na escolha do método melhor a ser aplicado à dor do outro, à história deste outro. Assistir, só, talvez seja pouco, mas devemos compartilhar a igreja com ele”, disse. Segundo ele, é necessário trabalhar também com a família, que é quem vai receber o dependente na volta do tratamento.
Frei Chico, da Associação Casas do Servo Sofredor, explicou sobre as comunidades terapêuticas. Ele diz que em 1994 iniciou a primeira casa terapêutica no Brasil. “Nós não tivemos neste país uma política pública para as comunidades terapêuticas. Estamos lutando por isto. Não conseguimos uma legislação, mas já conseguimos uma normatização da Anvisa. Porém, muitas casas estão agonizando. Na maioria dos municípios estão cerrando as portas, por falta de verba.” Ele ressaltou que estas comunidades não são clínicas, nem hospitais psiquiátricos. “Somos uma terceira alternativa criada pela sociedade. Deveríamos ter o apoio do governo para conseguirmos ter leitos para o enfrentamento do crack”, salientou.
Marcos Pinheiro, presidente da Compacta Comunidades Terapêuticas Associadas, complementou dizendo que 80% do atendimento de dependentes químicos é feito hoje pelas comunidades terapêuticas. “São duas mil no Brasil, com 40 mil residentes e quase dez mil pessoas envolvidas no atendimento destas comunidades. Em Curitiba e região metropolitana temos em torno de 50 a 60”.
A psicóloga Maria Aparecida da Silva Reis Pereira também falou sobre a dificuldade que estas casas de recuperação enfrentam. “As instituições precisam conseguir recursos. A maioria não cobra para manter o dependente na instituição. Ele come, bebe, toma banho, tem uma cama limpa. Hoje a instituição precisa trabalhar e oferecer um trabalho digno para o ser humano”, ressaltou. Segundo ela, uma equipe multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos é que vai garantir a qualidade no atendimento.
Também participaram os vereadores Jorge Yamawaki (PSDB), Pastor Valdemir Soares (PRB), Julião Sobota (PSC), Roberto Hinça (PDT) e Professora Josete (PT). Estiveram presentes ainda o secretário municipal Antidogas, Hamilton José Klein, a ex-vereadora Roseli Isidoro, representando a senadora Gleisi Hoffmann, (PT) e Marisa Lobo, representando o deputado federal Fernando Francischini (PSDB).
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba