Audiência debate investigação sobre o Coral do HSBC

por Assessoria Comunicação publicado 13/08/2012 19h10, última modificação 03/09/2021 08h28
A Câmara Municipal de Curitiba abriu espaço, na tarde desta segunda-feira (13), a debate sobre o Coral do HSBC, alvo de investigação por denúncias de exploração das crianças. Realizada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, por meio do deputado federal Fernando Francischini (PEN-PR), com o apoio da presidência da Casa, a audiência pública reuniu parlamentares e representantes do HSBC, cujos executivos negaram a existência de trabalho infantil, do Executivo e das casas-lares, dentre outras autoridades.
Responsáveis pelo procedimento, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram convidados, mas não compareceram. O MPT enviou ofício a Francischini para justificar a ausência. O documento, assinado pela procuradora Margaret Matos de Carvalho, confirma a investigação. O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) foi representado pelo juiz Fábio Ribeiro Brandão, dirigente da Coordenadoria da Infância e da Juventude. Segundo o magistrado, o tema também chegou à instituição pelos meios de comunicação. Ele afirmou que não há posicionamento quanto à denúncia, pois ainda não foram “provocados”.
O restante do público presente à audiência demonstrou apoio à continuidade do espetáculo natalino do Palácio Avenida, formado por crianças de 11 abrigos da capital e região metropolitana. Diretor-executivo da instituição financeira e presidente do Instituto HSBC de Solidariedade, Hélio Ribeiro Duarte defendeu o projeto. Ele disse que a entidade passou por “dias difíceis” e momentos de “frustração” pela divulgação das denúncias, que chegaram à matriz.
O executivo agradeceu o apoio dos parlamentares, clientes, amigos e diversas instituições, como a Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Pastoral da Criança. “Vemos o espetáculo como uma manifestação artística. O projeto pretende encaminhar as crianças para uma vida melhor. Nunca se cogitou que pudesse haver a caracterização de trabalho infantil. Não é. Nós ajudamos as crianças”, declarou. De acordo com ele, o programa tem “apoio incondicional” da Vara da Infância e da Adolescência. Outra dirigente do Instituto HSBC de Solidariedade destacou que o coral é apenas uma das atividades do programa Educação HSBC, que contempla crianças e adolescentes de 0 a 16 anos e oferta atividades como assistência médica, reforço escolar, educação emocional e apoio para a inserção dos jovens no mercado de trabalho.
Francischini, responsável pela condução dos trabalhos, agradeceu pelo espaço cedido pelo Legislativo municipal. O deputado federal destacou a intenção de se proteger as crianças e adolescentes e apresentou ideias relativas ao ensino integral e ao trabalho infantil, em relação à manifestação artística. Ele afirmou que pretende, após estudos, apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O parlamentar sugeriu que os órgãos de investigação, que ressaltou defender e respeitar, visitem as casas-lares e conversem com as crianças. Para finalizar a audiência, ele anunciou a realização de uma reunião, em breve, para tratar da questão e garantir a continuidade do espetáculo, definido como “marca internacional da cidade”. O encontro terá o intermédio do advogado Olympio de Sá Sotto Maior, ex-procurador-geral de Justiça do Paraná.
O debate ainda reuniu, dentre outras autoridades e vereadores, os deputados estaduais Mara Lima (PSDB) e Kielse Crisóstomo (PMDB); o presidente da ACP, Edson José Ramon; a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Juliana Vosnika, que representou o prefeito Luciano Ducci; a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Márcia Tavares dos Santos, e o presidente da Associação Cristã de Assistência Social (Acridas), Levy Correia de Oliveira.