Audiência da Saúde: Painel Covid-19 atualiza dados da pandemia em Curitiba

por José Lázaro Jr. — publicado 23/02/2021 15h55, última modificação 23/02/2021 19h20
Com dados georreferenciados de casos e óbitos, os bairros cujos moradores foram proporcionalmente mais contaminados são o Alto da XV, Batel, Hauer e Capão Raso.
Audiência da Saúde: Painel Covid-19 atualiza dados da pandemia em Curitiba

Demonstração de consulta ao Painel Covid-19 da SMS durante audiência pública. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

 A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apresentou aos vereadores da capital do Paraná, nesta terça-feira (23), o Painel Covid-19, que passa a concentrar as informações oficiais sobre a pandemia do novo coronavírus. Gestora da SMS, Márcia Huçulak adiantou que frente as muitas perguntas enviadas pelos vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sobre o assunto, o Executivo passará a responder com o link do novo portal na internet, “pois todas as informações estão disponíveis [ali]”. Ela participou por videoconferência da audiência pública de prestação de contas quadrimestral da Saúde na CMC.

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Na nova ferramenta de controle social, disponibilizada agora em 2021, passa a ser possível acompanhar a situação de Curitiba em comparação com o enfrentamento da pandemia no mundo, no Brasil e no Paraná, comparando o número de casos, as mortes e a taxa de letalidade. Por exemplo, hoje 2,1% dos casos confirmados falecem na capital. Isso faz de Curitiba apenas a 13ª capital do país em letalidade, bem atrás do Rio de Janeiro, onde a taxa é de 9%.

Também é possível consultar os dados de contaminações confirmadas, óbitos e casos ativos, numa perspectiva histórica, pois a Prefeitura de Curitiba disponibilizou a série temporal completa, desde o início da pandemia. Assim é possível afirmar, por exemplo, que 7 de dezembro foi o dia mais arriscado para sair à rua, pois estima-se que nesta data havia 14.616 pessoas contaminadas em circulação na cidade – o recorde de casos ativos até agora.

O Painel Covid-19 possui uma opção de visualização georreferenciada dos casos e óbitos, por distrito sanitário e por bairro. Nesta seção, sem a série temporal, é possível perceber quais foram as regiões mais atingidas desde o início do registro dos casos em Curitiba. Por exemplo, considerando o número de casos e a população dos bairros, os cinco cujos moradores foram proporcionalmente mais impactados são o Alto da XV, Batel, Hauer, Capão Raso e Caximba. Sem visualização dos óbitos por bairro, as regionais da Matriz, do Pinheirinho e do Boqueirão são as que concentram proporcionalmente mais mortes.

Em outra seção do painel, há uma linha do tempo com a estimativa, dia a dia, do número de reprodução efetivo (Rt) do Sars-CoV-2 em Curitiba. Ali é possível ver que os dias com mais Rt médio mais alto foram 18 de junho (Rt 1,74), 10 de novembro (1,59) e, mais recentemente, 8 de janeiro (1,48). No mesmo lugar, está disponível a série com os dados de ocupação dos leitos, demonstrando que de 24 de novembro a 15 de dezembro foi um período sensível para o enfrentamento da covid-19, pois por 22 dias a taxa de uso das UTIs esteve acima dos 90%.

O dia com mais óbitos em Curitiba foi 20 de dezembro, com 33 ocorrências, contribuindo para o último mês de 2021 ter sido o mais letal desde o início da pandemia – foram 533 mortes. Antes disso, agosto e julho de 2020, respectivamente com 442 e 429, tinham registrado o recorde de óbitos. Os dois principais fatores de risco percebidos pela SMS, ao analisar os casos, é a ocorrência preexistente de doenças cardiorrespiratórias e de diabetes.