Audiência da Saúde: mortalidade infantil e dengue são desafios para Curitiba
Comissão de Saúde coordenou a audiência pública da prestação de contas do SUS. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Parcialmente explicado pelo impacto estatístico da redução no número de nascimentos, a taxa de mortalidade infantil subiu em Curitiba no ano de 2022 e foi classificada como “um dos grandes desafios” da Secretaria Municipal de Saúde, nesta terça-feira (27), pela gestora do SUS na cidade, Beatriz Battistella Nadas. Ela esteve à frente da prestação de contas do Executivo à Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Neste ano, a taxa de mortalidade infantil para cada mil nascidos vivos subiu de 7,3 para 9 - 23% superior.
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“Até aqui tivemos 13 mil nascidos vivos [em 2022], quando no ano o que se espera são 22 mil [na média histórica], então a mortalidade vai ter um indicador mais elevado”, explicou a secretária Beatriz Nadas. É que do jeito que a conta é feita, um mesmo óbito infantil “pesa” mais se o universo total de recém-nascidos é menor, mas a gestora do SUS não utilizou a estatística para diminuir a responsabilidade. “Nós corremos atrás desses indicadores, para reduzir as mortes evitáveis. Temos um Comitê Pró-Vida”, disse, lembrando que todas mortes maternas e de bebês é investigada pela Prefeitura de Curitiba.
A secretária de Saúde disse que outro fator para o aumento da mortalidade infantil foi um maior número de partos prematuros, que têm múltiplas causas, de infecção urinária a diabetes, e de mulheres sem indicação de gravidez. “A nossa obsessão está agora no Pré-Natal para prestar uma assistência de qualidade”, disse. Olhando os números desagregados, as mortes neonatais passaram de 5 para 6,3 a cada mil nascidos vivos e as pós neonatal subiram de forma mais discreta, de 2,3 para 2,7.
Dengue e vacinação
Outro desafio elencado por Beatriz Nadas foi o combate à dengue, pois “o nível de infestação é alto e preocupante”. Entre janeiro e agosto, foram registrados em Curitiba 1.104 focos do Aedes aegypti em Curitiba; no mesmo período de 2021, foram 346, e no de 2020, 249. A secretária adiantou que a prefeitura usará drones para apoiar a verificação das áreas, para identificar locais que precisem de intervenção.
Queixando-se do movimento antivacina, a secretária de Saúde disse que, desde junho, a Prefeitura de Curitiba tem intensificado as campanhas de imunização e ampliado os horários de atendimento para atingir as metas. “O quadro já apresenta melhora, mas ainda precisamos de avanços para chegar a 95% que é a cobertura [desejada] para a maioria das vacinas”, disse. Ela pediu ajuda dos vereadores para intensificar a adesão ao combate da pólio, cuja vacina da gotinha está à disposição nas unidades de saúde. “A vacina é a mais potente arma da saúde pública”, afirmou.
Coordenada pela Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte, a audiência pública durou três horas, nas quais a equipe da Secretaria Municipal de Saúde expôs os indicadores do segundo quadrimestre de 2022 - que compreende os meses de junho a agosto. Nesse tempo, a gestora do SUS em Curitiba, Beatriz Nadas, respondeu a 38 perguntas, formuladas por 16 parlamentares. A íntegra da audiência pública está disponível no canal da CMC no YouTube (veja aqui).
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