Audiência da Saúde: Curitiba está diante da 3ª onda de covid-19, diz secretária
CMC realizou audiência pública para Saúde prestar contas aos vereadores. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
“Estamos frente a uma nova [de covid-19], quero avisar a todos. Provavelmente, a terceira onda. Já tenho recebido aqui preocupações. Acabo de saber que o Hospital do Rocio, na região metropolitana, que é o único prestador fora nós que atende covid-19, não recebe mais paciente nenhum. Isto significa que mais gente da região metropolitana virá para Curitiba. Não tem mais respirador, não tem como receber paciente”, alertou a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, durante audiência pública, nesta terça-feira (23), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC).
A afirmação de Huçulak foi dita já no final da prestação de contas da Prefeitura de Curitiba, realizada quadrimestralmente na CMC e transmitida ao vivo pelas redes sociais do Legislativo (confira aqui). A secretária buscava responder a vários vereadores o porquê de não poder antecipar quando unidades de saúde convertidas para o atendimento da pandemia, como a UPA da Fazendinha, voltarão ao normal. “Sinto muito, mas não tem como a gente ter essa previsibilidade que vocês esperam”, disse a gestora da SMS.
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De responsabilidade da Comissão de Saúde, Bem-Estar e Esporte, a audiência pública foi coordenada pela presidente do colegiado, Noemia Rocha (MDB). O assunto mais abordado foi o andamento da campanha de vacinação em Curitiba e uma grande parte da apresentação da SMS aos vereadores foi dedicada à explicação dos dados disponíveis no Painel Covid-19 – uma ferramenta online com informações detalhadas do impacto da pandemia de Sars-CoV-2 na capital do Paraná.
Dos 38 vereadores, 18 fizeram perguntas e colocações para a representante da Prefeitura de Curitiba. Além de Noemia Rocha, Marcelo Fachinello (PSC), João da 5 Irmãos (PSL), Oscalino do Povo (PP), Renato Freitas (PT), Herivelto Oliveira (Cidadania), Sidnei Toaldo (Patriota), Mauro Bobato (Pode), Pier Petruzziello (PTB), Denian Couto (Pode), Professora Josete (PT), Maria Leticia (PV), Tico Kuzma (Pros), Indiara Barbosa (Novo), Salles do Fazendinha (DC), Mauro Ignácio (DEM) e Hernani (PSB) dirigiram-se à secretária da Saúde.
Márcia Huçulak informou que o combate à dengue não parou e que há “zero infestação” na cidade, que nenhuma pessoa em situação de rua faleceu em razão da covid-19, rebateu críticas à gestão do enfrentamento da pandemia em Curitiba, reiterando que não faltam equipamentos de proteção, como máscaras, nem na rede municipal de educação, por ocasião da volta às aulas, nem para os profissionais da Saúde. Sobre a reabertura das escolas, defendeu o plano elaborado com a Secretaria Municipal de Educação: “o protocolo da volta às aulas está impecável”, garantiu.
Nas suas respostas, a gestora da SMS voltou a temas comuns durante toda a pandemia, como o uso de medicação supostamente preventiva. “Não tem, até o momento, apesar das pessoas insistirem com as bobajadas aí, nenhuma droga que seja eficaz, no mundo [contra a covid-19]. O que temos são vacinas”, para depois complementar que “tem se gastado muito na pandemia, e muitos municípios vão responder lá na frente, [por terem adquirido] medicações que não têm comprovação nenhuma, inclusive provocam… Não trazem benefício nesse momento. Há uma confusão aí por conta desse receituário de redes sociais. Todo mundo diz que alguma coisa funciona”.
Após enumerar como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo enfrentam dificuldades nos últimos dias, com aumento de casos e de hospitalizações, Márcia Huçulak disse que “parece que agora chegou a nossa vez”. “Curitiba já está numa ascendente”, lamentou, reiterando a importância do uso da máscara, de ventilar os ambientes e de não ficar próximo de pessoas que não são do seu convívio familiar. “Nós vamos reativar leitos e fazer o que precisamos fazer”, prometeu. Na sua exposição, elogiou o prefeito Rafael Greca por “nunca ter faltado um centavo para a Saúde”. “Usamos todos os artifícios para contratar profissionais para a rede. As equipes estão muito cansadas. É o que sobrou para nós, é a nossa missão”.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba