Audiência da Saúde: covid-19 diminui e SUS busca retorno à normalidade
Gráfico de internações em Curitiba nos últimos quatro anos apresentado pela SMS. (Foto: Carlos Costa/CMC)
“Se tudo correr bem, rapidamente não teremos mais mortes por covid-19 ou [o número de casos] será muito pequeno para ter impacto [na rede de atendimento do SUS]”, comemorou, nesta terça-feira (27), a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella Nadas, durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ela confirmou que a capital do Paraná completou oito dias sem pacientes internados em UTIs por causa da covid-19 e que, pela manhã, havia apenas uma pessoa em leito de enfermaria.
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“Estamos com 496 casos ativos, um dos números mais discretos desde o começo da pandemia. É um momento bastante positivo, a doença parece estar na sua remissão”, continuou Beatriz Nadas. Ela também informou que a presença da varíola dos macacos é monitorada e boletins com atualizações são divulgados semanalmente, às quartas-feiras. “São 127 casos confirmados, sendo 121 em homens e 6 em mulheres. [É de baixa preocupação porque] tem pouco impacto na saúde geral", disse, ressaltando que a pessoa infectada precisa somente manter-se isolada.
Coordenada pela Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte, a audiência pública durou três horas, nas quais a equipe da Secretaria Municipal de Saúde expôs os indicadores do segundo quadrimestre de 2022 - que compreende os meses de junho a agosto. Nesse tempo, a gestora do SUS em Curitiba, Beatriz Nadas, respondeu a 38 perguntas, formuladas por 16 parlamentares. A íntegra da audiência pública está disponível no canal da CMC no YouTube (veja aqui).
Ao apresentar os indicadores aos vereadores, a secretária da Saúde destacou como caíram abruptamente as internações decorrentes de doenças infecciosas após o controle da covid-19, de 18.355 em 2021 para apenas 3.703 neste ano, sinalizando um retorno ao patamar pré-pandemia, quando foram registradas 5.406. A mesma mudança aparece nos números da mortalidade, pois, no ano passado, foram 6.376 fatalidades por doenças infecciosas e parasitárias, mas, neste ano, o número está na casa dos 928.
Beatriz Nadas esforçou-se para mostrar aos vereadores o tamanho da rede SUS em Curitiba, pontuando que ela envolve 26.090 trabalhadores, dos quais 9.763 associados à prefeitura. “São 53.729 pessoas atendidas por dia no SUS. É um público que não cabe em nenhum estádio de futebol da cidade. São 2.597 internamentos por dia [em média, tomando julho como referência]”, descreveu a secretária municipal. A intenção era demonstrar que, apesar da covid-19 não pressionar o sistema como ocorreu nos últimos dois anos e meio, há bastante a ser feito e os leitos não estão ociosos.
“Aos poucos, a cidade volta ao normal”, disse Beatriz Nadas, referindo-se à retomada dos procedimentos eletivos e realização de mutirões para avançar nos atendimentos que deixaram de acontecer em razão da pandemia. Demandada pelos parlamentares, ela explicou que a Maternidade do Bairro Novo e a UPA Fazendinha, que se tornaram espaços para a retaguarda do SUS durante a pandemia e no inverno, com a normalização da rede, deverão retornar às suas funções em breve. “Não depende de nós, depende daquilo que está acontecendo. O cenário está mais favorável, mas não é que ela [UPA] está vazia, tem gente lá com outros problemas de saúde”, esclareceu.
Restrições eleitorais
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