Atividade física contra o câncer foi o tema da Tribuna Livre
“A atividade física promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrintestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Com isso, contribui para prevenir o câncer de intestino, endométrio e mama”, garantiu a diretora administrativa da Universidade Livre do Esporte do Paraná, Denise Domingues Mendonça Bueno. Ela foi a convidada da Tribuna Livre (076.00049.2019) da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta quarta-feira (27), por iniciativa do vereador Ezequias Barros (Patriota).
Como o impacto da atividade física é positivo sobre o corpo, a prática previne o câncer - nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Citando a Organização Mundial da Saúde (OMS), Denise Bueno classifica atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura que resulte num gasto de energia acima do nível de repouso. A OMS recomenda de 75 a 150 minutos semanais de atividade física para adultos entre 18 e 64 anos.
Além de expor aos parlamentares a importância da atividade física direcionada a pessoas que foram submetidas a tratamentos contra o câncer, Denise Bueno apresentou em plenário o Projeto Remama. A iniciativa utiliza a prática do remo desportivo como terapia para mulheres em recuperação do câncer de mama, uma vez que a prática as auxilia a retomarem o movimento dos braços.
A técnica, desenvolvida pelo médico Don McKenzie no Canadá, vem sendo testada no Brasil e a Universidade Livre do Esporte do Paraná planeja trazê-la para o estado. “Em 2017, as integrantes do Remama passaram a treinar na raia, no barco dragão [da USP, Universidade de São Paulo]. Elas formaram a equipe Remama Dragão Rosa, com 20 integrantes na raia da USP”, explicou Denise Bueno.
Barco dragão é o nome dado à embarcação típica da China, de formato alongado, no qual um grupo sentado de remadores impulsiona o barco. Além do uso em competições oficiais do esporte, ele tem sido cada vez mais usado em políticas públicas de saúde. De acordo com Denise, o remo para tratamento de mulheres com câncer de mama já é praticado em 22 países. No Brasil, 6 estados desenvolvem a atividade.
“Já estamos estudando os indicadores [de saúde]. Nosso foco são mulheres, principalmente as que vieram de tratamentos oncológicos do SUS”, afirmou a diretora administrativa da Universidade Livre do Esporte. Segunda ela, as atividades serão realizadas nas academias do Clube da Gente e no Parque Náutico, com início previsto para fevereiro de 2020. Ezequias Barros agradeceu o engajamento dos vereadores em relação à aquisição da embarcação. “Criada no final dos anos 1990, a Universidade Livre do Esporte tem desenvolvido importantes trabalhos junto à população”, elogiou Ezequias Barros.
Debate em plenário
Quatro vereadores fizeram perguntas e comentários durante a Tribuna Livre. Professora Josete (PT) destacou que o câncer de mama é muito comum. “Todos nós conhecemos alguém, uma parente ou amiga que enfrenta esse problema”. Ela perguntou onde ficará o equipamento e como se dará o cadastramento das mulheres interessadas. Denise Bueno espondeu que o barco já se encontra no Parque Náutico. “O local foi escolhido pela acessibilidade de transporte público”, comentou. Sobre o cadastramento, “a pessoa só precisa apresentar um parecer médico de que está liberada para atividade física”.
Bruno Pessuti (PSD) salientou que não só o remo, mas também o apoio da Universidade Livre do Esporte ao jogo de tênis sobre cadeiras de rodas “é um trabalho sensacional”. Agradecendo a fala, a diretora comunicou que a organização recebeu uma certificação do programa Impulso, da RPC, pelo projeto de tênis inclusivo. “Colocamos um cadeirante como dupla de tênis de um andante e agora estamos lutando para que isso se torne uma modalidade esportiva”. Tico Kuzma (Pros) e Oscalino do Povo (Pode) registraram elogios ao projeto.
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