Aprovado uso de desfibrilador em academias

por Assessoria Comunicação publicado 05/10/2010 16h20, última modificação 01/07/2021 07h49
Projeto de lei aprovado em primeiro turno pela Câmara de Curitiba, nesta terça-feira (5), determina que as academias de ginástica e estabelecimentos similares da cidade estejam equipados com desfibrilador cardíaco externo automático ou semi-automático para atendimento aos freqüentadores.
A proposta, do vereador Zé Maria (PPS), pretende que a vítima de parada cardiorrespiratória seja atendida com rapidez, evitando a morte. O documento, que será votado em segundo turno nesta quarta-feira (6), também obriga os estabelecimentos a submeter semestralmente seus profissionais treinados para uso do aparelho a cursos de reciclagem e atualização para operar o equipamento. Professores graduados em educação física serão preferencialmente indicados para o treinamento, que deverá ser ministrado por entidade habilitada e acompanhado por médico cardiologista.
“A ideia é preservar a vida dos freqüentadores das academias, já que, atualmente, as doenças do coração aumentam as estatísticas de morte, especialmente nas grandes cidades. As causas são inúmeras e vão desde o sedentarismo, estresse, má alimentação a fatores hereditários”, justificou Zé Maria, na tribuna. Diversos parlamentares contribuíram ao debate neste primeiro turno de votação, evidenciando que a preocupação é comum a todos. O tucano Jair Cézar, que também ocupou a tribuna, falou sobre a importância do aprendizado no manuseio do aparelho, citando como exemplo o desconhecimento na utilização do extintor de incêndio dos veículos. “Embora bastante necessário, muitos não sabem como usá-lo nas emergências”, comparou.
Zé Maria lembrou das advertências do cardiologista Marcelo Leitão. O médico participou de Tribuna Livre realizada na Casa neste ano e falou sobre as chances de sucesso no atendimento destes casos, que chegam a 90% quando a desfibrilação é feita no primeiro minuto após o início da ocorrência.
O especialista, que já foi coordenador do Centro de Medicina do Esporte da Universidade do Esporte e presidente da Sociedade de Medicina Desportiva do Paraná, afirmou que qualquer pessoa pode e deve realizar este tipo de atendimento. “Basta saber como”, acrescentou.
“Os médicos já mostraram que a chance de se obter sucesso no atendimento da vítima de parada cardiorrespiratória depende do adequado procedimento, o que inclui medidas básicas de ressuscitação cardiopulmonar e a rápida chegada de atendimento avançado”, reafirmou Zé Maria.
Função
Quando o problema da fibrilação ocorre, os impulsos elétricos se tornam também desordenados. A presença de pulsos externos de sincronização com uma intensidade maior pode trazer de volta as células ao funcionamento normal. É exatamente essa a função do desfibrilador: produzir pulsos de alta tensão num ritmo e com uma intensidade que possam induzir as células com o funcionamento desordenado a um funcionamento normal.
O vereador Zé Maria também é o autor da lei em vigor que determina a exigência de atestado médico nas academias, para assegurar tranquilidade ao frequentador, quanto às condições da prática desportiva sem riscos.

BOX

Atenta às questões de saúde dos servidores e vereadores, a Câmara Municipal de Curitiba possui desfibrilador para emergências cardiológicas. Recentemente, os responsáveis pelo Setor de Medicina de Saúde Ocupacional da Casa e funcionários participaram do curso BLS Heartsaver DEA (Suporte Básico de Vida em Cardiologia), cujo objetivo foi reforçar o uso correto do aparelho, com treinamento específico. A ministrante foi a cardiologista Maíra Oliveira Nogueira. Participaram os médicos Hélcio Noel Porrua e Lilian Zimmermann de Quadros, a enfermeira Nely Luriko Mitsuhasi, a fonoaudióloga Márcia Regina Gomes Umbria, o supervisor da segurança, Leandro Apolinário, e o chefe do cerimonial do Legislativo, Luiz Fernando de Lima.