Aprovadas moções contra falas sobre guerra de Israel e Hamas
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, na sessão desta segunda-feira (26), duas moções contrárias às declarações do presidente Lula, no dia 18 fevereiro, sobre a guerra entre Israel e o Hamas. A primeira delas, de Pier Petruzziello (PP), é uma moção de desagravo “às declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, comparando a guerra de Israel contra o Hamas ao Holocausto”.
A segunda moção, assinada pelos vereadores Eder Borges (PP), Indiara Barbosa (Novo) e Osias Moraes (Republicanos), é de desagravo “pelo sério ataque antissemita cometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao expor a Nação Brasileira ao discursar em entrevista coletiva na Etiópia”. As votações foram simbólicas (sem o registro nominal no painel eletrônico), com duas manifestações contrárias.
Petruzziello retomou o debate da moção de sua autoria, iniciado na última quarta-feira (21) – com o fim da sessão plenária, a discussão e a votação foram adiadas para esta segunda (416.00002.2024). “É uma moção que vai historicamente na defesa do povo judeu, um povo que foi perseguido. Mais de 6 milhões de judeus morreram no Holocausto simplesmente por serem judeus”, citou. “Árabes e judeus, aqui, convivem de forma harmoniosa, […] nós não estamos fazendo guerra religiosa.”
Professora Josete e Giorgia Prates, do PT, fizeram os contrapontos às críticas ao Governo Federal. Para as vereadoras, as falas do presidente Lula foram tiradas do contexto. “[Quero] cumprimentar, com toda minha solidariedade, as pessoas que estão aqui hoje [nas galerias], porque nós temos que fazer este debate como um todo, [...] e o presidente Lula falou que é contra o terrorismo”, disse Josete. “O Hamas é, sim, um grupo terrorista. Da mesma forma, quando me refiro ao povo de Israel, não estou me referindo ao governo sionista, e sim ao povo inocente”, citou Prates.
Assim como Petruzziello, Osias Moraes defendeu que a guerra foi motivada pelo ataque do Hamas. “Tem uma diferença entre uma guerra e o genocídio, […] o genocídio contra o povo judeu está claro”, avaliou. “Todas as câmaras deste país deveriam fazer moções de repúdio, porque nós precisamos mostrar ao mundo que nós não concordamos com estas falas”, disse Eder Borges. A outra moção, que os vereadores assinam com Indiara Barbosa, foi votada na sequência, sem o debate pelo plenário (416.00003.2024).
Rodrigo Reis (União) defendeu que as comunidades árabe e judaica convivem harmoniosamente no país e que a declaração “trouxe esta briga para dentro do Brasil, [de forma] desnecessária”. “O presidente Lula é um exemplo, sim, para o mundo, um exemplo a não ser seguido”, declarou a Sargento Tânia Guerreiro (União). Mauro Ignácio (União) finalizou o debate. “Mais de uma hora discutindo isto e a cidade com buraco, com uma possível guerra ali na BR-277, muito próximo ao viaduto do Orleans”, criticou.
A outra moção de desagravo da pauta foi adiada novamente pelo autor, Eder Borges, por mais duas sessões. A proposição faz uma crítica à decisão do Ministério da Saúde que incluiu a vacina da covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação (416.00001.2024).
Sugestão pede ajustes nas barracas da Feira do Largo da Ordem
Os vereadores também aprovaram, na segunda parte da ordem do dia, uma indicação de sugestão proposta por Rodrigo Reis. O pedido é para que a administração municipal notifique a vencedora da licitação das barracas da Feira do Largo da Ordem e para que a empresa promova, de forma urgente, as adequações necessárias. “Estamos pedindo ao Instituto Municipal de Turismo […] para que os feirantes não percam seus produtos”, ressaltou o vereador.
Reis cita, na proposição, os prejuízos com as fortes chuvas do dia 4 de fevereiro. Os feirantes pedem, entre outras adequações, melhorias na vedação do novo modelo de barracas (205.00045.2024). Aprovada em votação simbólica, a sugestão não é impositiva. Cabe ao Poder Executivo avaliar e decidir se acata, ou não, as propostas dos vereadores.
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