Aprovada moção de apoio à greve dos servidores estaduais

por Assessoria Comunicação publicado 09/03/2015 15h15, última modificação 29/09/2021 08h53

O plenário aprovou, nesta segunda-feira (9), moção de apoio, da Câmara Municipal de Curitiba, à greve dos servidores estaduais. A autora, Professora Josete (PT), chamou a atenção, em especial, aos profissionais da educação (059.00002.2015). Apresentada no último dia 2, a proposição não havia sido votada porque as sessões da semana passada foram encerradas devido ao fim do tempo regimental, sem que houvesse tempo hábil para a votação de requerimentos.

“A moção de apoio é extemporânea. A greve não foi para novas conquistas ou aumento do salário, mas para a manutenção de direitos, como o quinquênio”, disse a Professora Josete. “Estou na rede pública desde 1985, trabalhei em sala de aula 13 anos seguidos. Sempre tive a dimensão social do trabalho e é com consciência que defendo os trabalhadores da educação", completou a parlamentar.

Julieta Reis (DEM) disse apoiar a greve, mas questionou a aprovação do requerimento, já que a greve dos profissionais da educação foi suspensa nesta manhã, em assembleia dos servidores. Chicarelli (PSDC), por sua vez, elogiou o governador Beto Richa e falou de “avanços” na rede estadual de educação, em suas gestões. “Então, Professora Josete, quando tiver uma greve municipal, vou colocar o mesmo requerimento, de apoio”, provocou.

Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo, Professor Galdino (PSDB) justificou seu voto contrário “primeiramente porque os professores aprovaram a suspensão da greve”. “Outra coisa. O que a Professora Josete está pedindo é apoio para a APP (Associação de Professores do Paraná), e não para a greve. Ou seja, para fortificar a si própria. Intimamente, na verdade, os professores querem voltar a lecionar”, argumentou. Questionado por Mestre Pop (PSC) sobre a legitimidade do movimento, respondeu: “Teve justificativa, mas já está abusiva”.

Para Pedro Paulo (PT), “defender o ato deveria ser suprapartidário”. O primeiro-secretário da Casa reiterou a justificativa da autora da moção, de que a greve foi pela “garantia de direitos”. “No dia em que o PT deixar de defender essas bandeiras, saio do partido. Faço política desde 1988, e uma instituição (a sigla) não pode ser culpada pelo desatino de indivíduos”, declarou. “O PT defende a investigação de tudo e a punição, este é o lado positivo do que o país está vivendo hoje”, concluiu.

Pop justificou o voto favorável à moção e rebateu declarações de Galdino. “O movimento é legítimo, os professores agora vão se desdobrar para repor as aulas”, apontou. “Eles estavam ali para fazer jus a seus direitos, conquistados debaixo da pata de cavalos durante o governo Álvaro Dias. O vereador completou que “o Paraná passa por dificuldades gigantescas, assim como o país”, mas que a crise não justifica a retirada de direitos dos trabalhadores.

Moção aos caminhoneiros
Os vereadores também aprovaram moção de apoio aos protestos de caminhoneiros nas estradas do país, proposta por Tico Kuzma (PROS). O autor destaca que o movimento, já encerrado, pedia a redução do preço do diesel, dentre outras reivindicações (059.00003.2015).

O requerimento também havia sido apresentado na semana passada e, pelo encerramento das sessões, teve a votação adiada. “Nos últimos meses o preço do litro do óleo diesel subiu além da inflação. Com as medidas tomadas pelo governo federal, o valor do combustível disparou nas bombas, dificultando a vida e o trabalho dos caminhoneiros, principalmente daqueles que trabalham de forma autônoma”, justifica Kuzma.