Apresentada resposta de questionamentos a gastos em publicidade
Segundo ofício recebido pela Câmara Municipal no dia 29 de julho, a Prefeitura de Curitiba gastou R$ 6,6 milhões, em 2015, para veicular inserções em emissoras de televisão. A Rede Paranaense de Comunicação (RPC) foi a que mais recebeu verbas, com R$ 3,7 milhões, seguida da RICTV Record, com R$ 1,4 milhão. “Enquanto isso o povo passa fome nas ruas”, afirmou o autor do pedido de informações (062.00198.2016), na sessão dessa quarta-feira (3).
“O que me chamou a atenção, e quero até parabenizar os pastores da [Igreja] Universal e da TV Independência, que são bons também em captar dinheiro. Ficam nossos parabéns aos pastores, nossos amigos da Universal”, acrescentou o vereador. Na avaliação do autor, “isso [os gastos em publicidade] não vai mudar tão rápido”. Ele sugeriu, ainda, que talvez seja preciso “o povo ir para a rua”.
Ainda em retorno aos questionamentos da Câmara, a Secretaria Municipal da Comunicação Social (SMCS) indicou as quatro agências que prestaram serviços à prefeitura em 2015, com os respectivos valores. Segundo o ofício, a Competence Comunicação e Marketing recebeu R$ 5,7 milhões; a Gás Comunicação, R$ 2,2 milhões; a Master Publicidade, R$ 7,7 milhões; e a Verbal Comunicação e Marketing, R$ 2,4 milhões.
Filtros à internet
O parlamentar apresentou as respostas a outros dois pedidos de informações. Um deles (062.00227.2016), protocolado em junho passado, teve o ofício recebido em 29 de julho. Conforme a resposta da Secretaria de Informação e Tecnologia (SIT), o Município de Curitiba oferece acesso gratuito à internet em 142 pontos, sendo 130 em escolas municipais; 5 em parques, praças e no Mercado Municipal; em 6 Ruas da Cidadania; e na Rodoferroviária.
Esse serviço, completa o documento, segue “os conceitos de uso público e livre que caracterizam a própria rede mundial, sem impor restrições de acesso a conteúdo”. “Um dos motivos para isso recai sobre o fato da tarefa de impedir o acesso a sites impróprios, entre eles os de conteúdo adulto ou pornográfico, ter se mostrado bastante trabalhosa e, muitas vezes, ineficaz, devido à velocidade com que esses sítios são criados, alterados ou redirecionados ao redor do mundo, justamente para dificultar sua identificação e fugir dos mecanismos de controle”, diz outro trecho.
Ainda de acordo com a SIT, os acessos exigem o cadastro inicial e a informação de login e senha. “Este mecanismo permite a identificação dos acessos realizados para eventuais procedimentos de auditoria. Nas unidades escolares [escolas, CMEIs e Faróis do Saber, por exemplo], por tratar-se de ambientes físicos controlados, atualmente o acesso é controlado por meio da ação de agentes de leitura e professores.”
Mas a justificativa, para o autor, pareceu “até um desinteresse”: “Fiquei muito assustado que não há filtro em escolas. […] Gostaria de ver uma cartinha dizendo que mostrei uma situação que estariam dispostos a reavaliar, para discutirmos o que a Prefeitura de Curitiba pode avançar e melhorar nesses pontos de internet pública”.
O vereador comentou, ainda, a resposta ao pedido de informações sobre os contratos vigentes de empréstimos realizados entre a prefeitura e instituições financeiras nacionais e internacionais, respondido pela Secretaria Municipal de Finanças (SMF). O requerimento (062.000170.2016) foi protocolado em 6 de maio e o ofício com a resposta chegou à Câmara no dia 29 de junho.
Respostas a questionamentos
Para o autor dos requerimentos apresentados em plenário, as respostas “demoram bastante, mas chegam”. De acordo com o artigo 72 da Lei Orgânica do Município (LOM), o período para o Executivo prestar informações solicitadas pelos vereadores é de até 15 dias úteis - prazo que pode ser prorrogado uma única vez, por igual período.
“Acho que é um desrespeito à Câmara Municipal não ter os retornos em dia. […] São umas coisas assim, meio feitas pelas coxas”, opinou um parlamentar do bloco de oposição. Outro vereador apontou que possui “vários [requerimentos] sem resposta e, quando vêm, vêm erradas”. “É um desrespeito a esta Casa. Tenho um pedido de informações há quase um ano sem resposta. Se não temos a informação, como vamos fiscalizar o Executivo?”, acrescentou.
Período eleitoral
Durante o período eleitoral, a Câmara de Curitiba não divulgará os autores das peças legislativas nas notícias que abordem requerimentos e projetos. A instituição faz isso em atendimento às regras eleitorais deste ano, pois no pleito municipal serão escolhidos a chefia do Executivo e os vereadores da próxima legislatura (2017-2020). Para que a comunicação pública do órgão não promova o desequilíbrio do pleito, a autoria ficará restrita ao SPL (Sistema de Proposições Legislativas). Para acessar esse dado, clique nos links destacados dentro dos textos.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba