Após expulsão do partido, vereadora diz que não pôde se defender
A vereadora Katia Dittrich comentou, nesta quarta-feira (6), a decisão do Conselho Nacional de Ética do seu partido, o Solidariedade, de expulsá-la, diante das acusações de que ela se apropriava de parte dos salários de assessores de seu gabinete. Em entrevista à imprensa, Katia disse que não teve oportunidade de se defender diante da sigla. “Em nenhum momento tive alguma notificação, não dá para entender essa notificação [divulgada] na imprensa”, falou. “Eu sou inocente e estou sendo vítima de um complô. E cada dia esse complô se torna mais evidente. Eu tenho certeza da minha inocência e o pessoal na rua já está vendo isso”, completou.
A parlamentar, que está sendo investigada por uma Comissão Processante na Câmara de Curitiba, reforçou a tese de que é “vítima de um complô”, argumentando que a decisão do Conselho de Ética do partido, assinada em 9 de novembro, foi divulgada pela imprensa três dias antes da divulgação do relatório final da Comissão Processante, que será nesta sexta-feira (8).
“Fiquei sabendo [da expulsão] pela imprensa. Eu tenho endereço fixo, trabalho aqui na Câmara e não recebi nenhum tipo de notificação. Isso só me traz indignação. Por que dois dias antes do relatório final da minha comissão processante?”, indagou a vereadora, que afirmou que irá recorrer da decisão do partido.
No documento, o presidente do Conselho de Ética do Solidariedade, Flávio Aurélio Nogueira Junior, diz que a vereadora foi chamada a apresentar sua defesa em “razão das graves acusações feitas, usurpação do salário de seus funcionários” [sic]. Em outro trecho, diz que Katia “simplesmente negou as acusações sem mencionar qualquer defesa, ou nomear qualquer testemunha em seu favor” e que “a argumentação utilizada pela filiada e vereadora não traz qualquer fato que anule as acusações impostas”.
Entenda o caso
Katia Dittrich foi denunciada, no dia 15 de agosto, por seis ex-comissionados. Eles a acusam de exigir “devolução” de parte dos salários de funcionários do gabinete da parlamentar. Por unanimidade, os vereadores de Curitiba concordaram em abrir uma Comissão Processante, formada pelos vereadores Cristiano Santos (PV), presidente, Osias Moraes (PRB), relator, e Toninho da Farmácia (PDT), para apurar o caso, que pode resultar na cassação do mandato da parlamentar, e desde o dia 23 de agosto há coleta de evidências e tomada de depoimentos.
O relatório final será apreciado em sessão especial, na qual “serão lidas as peças requeridas por qualquer dos vereadores e pelos denunciados, e, a seguir, os que desejarem poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de 15 minutos cada um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de duas horas para produzir sua defesa oral”. Para a cassação do mandato, são necessários votos de pelo menos dois terços dos membros do Legislativo – 26 parlamentares. Se a marca não for atingida, ocorre o arquivamento do processo.
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