Apoio a Léo: Câmara de Curitiba repudia racismo no futebol

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 10/02/2025 16h30, última modificação 10/02/2025 18h14
Zagueiro do Athletico Paranaense sofreu injúria racial de um torcedor do Coritiba durante clássico Atletiba.
Apoio a Léo: Câmara de Curitiba repudia racismo no futebol

Zagueiro do Athletico, Léo foi vítima de injúria racial no Atletiba do dia 25 de janeiro. (Foto: Divulgação/Athletico Paranaense)

O jogador de futebol Leonardo Pinheiro da Conceição, o Léo, recebeu a solidariedade da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (10), quando os vereadores aprovaram uma moção de apoio ao zagueiro do Club Athletico Paranaense. No dia 25 de janeiro, ele foi vítima de injúria racial, ao ser verbalmente agredido por um torcedor do Coritiba Foot Ball Club, durante o clássico Atletiba. A moção de apoio foi uma iniciativa da vereadora Giorgia Prates - Mandata Preta (PT).

“O racismo é um crime e uma violação dos direitos humanos fundamentais. Atos como este não podem ser tolerados em nossa sociedade, especialmente em um ambiente esportivo que deve promover a inclusão, o respeito e a igualdade. O futebol é um espaço de união e diversidade, onde pessoas de diferentes origens e culturas se reúnem para celebrar o esporte. Qualquer forma de discriminação vai contra os valores que o esporte representa”, defendeu Giorgia Prates, na justificativa da moção de apoio a Léo (416.00004.2025).

Giorgia Prates é coautora da Lei Vini Jr., com o ex-vereador Herivelto Oliveira e o licenciado Professor Euler, que foi aprovada em 2023 na Câmara de Curitiba (16.267/2023). A norma municipal criou um um protocolo de combate ao racismo, à discriminação racial e a outras formas de intolerância étnica nos estádios, ginásios e arenas esportivas da cidade. Ela prevê a interrupção dos jogos quando uma conduta racista for flagrada e a necessidade da divulgação, nos estádios, de campanhas educativas sobre o combate ao racismo.

“A moção de apoio ao jogador Léo Pelé é uma demonstração de solidariedade e repúdio a qualquer ato de racismo. É essencial que a sociedade se una para combater o racismo em todas as suas formas e garantir que os responsáveis por tais atos sejam identificados e punidos conforme a lei. Além disso, é fundamental promover a conscientização e a educação sobre a importância do respeito e da igualdade”, completou Giorgia Prates.

Vereadores de Curitiba mostram solidariedade ao jogador do Athletico

“Não é exclusivo do Couto Pereira [estádio do Coritiba, onde Léo foi vítima da injúria racial], já teve casos na Baixada [apelido antigo da Arena Kyocera, estádio do Athletico]. Isso ultrapassa os limites do esporte, por isso não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, apontou Nori Seto (PP), que reclamou do preconceito sofrido por jogadores de origem oriental no esporte. João da 5 Irmãos (MDB) alertou que um novo caso de racismo no futebol foi registrado neste fim de semana, tendo como vítima o goleiro Caíque, do Criciúma. “É inaceitável”, afirmou.

“O Brasil tem uma dívida com a população negra, por causa da escravidão”, reconheceu a vereadora Delegada Tathiana (União), na mesma linha do comentário da Professora Angela (PSOL), para quem “Curitiba tem um histórico de racismo que precisa ser enfrentado pela cidade”. “Quero colocar minha indignação contra qualquer tipo de racismo, porque sempre fui uma defensora do ser humano”, disse Carlise Kwiatkowski (PL). Indiara Barbosa (Novo), referindo-se ao vídeo da agressão a Léo, exibido por Prates no plenário, classificou o episódio como “muito pesado” e “muito triste”.