Analisadas áreas cotadas para destinação do lixo

por Assessoria Comunicação publicado 30/10/2008 16h45, última modificação 22/06/2021 08h42
O próximo local que irá receber o lixo de Curitiba e de mais 17 municípios da região metropolitana, após a desativação do Aterro Sanitário da Caximba, no ano que vem, foi um dos temas mais debatidos pelos vereadores nesta semana, na Câmara Municipal. Roberto Hinça (PDT) apresentou relatório do Consórcio Intermunicipal para Resíduos Sólidos, que aponta as áreas viáveis para implantação do Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar).
Hinça informou que, apesar de não ter nada definido ainda, foram detectadas três áreas que podem receber a nova planta de processamento do lixo, uma delas ao lado do atual aterro. Conforme o documento, as outras áreas cotadas para implantação do Sipar estão em Fazenda Rio Grande e Mandirituba. A definição, conforme o parlamentar, ocorrerá após audiências públicas, ainda neste ano, que deverão ser realizadas nos três municípios.
Na opinião de Hinça, Curitiba já vem contribuindo há 20 anos, destinando grande área da Caximba para receber os resíduos, não só da cidade como da região metropolitana. “A utilização de mais 1 milhão de m2 de área da Caximba para receber novos resíduos acabará com o bairro, destruindo sonhos de milhares de famílias que escolheram o local para viver.” Disse ainda que os moradores que poderão ter seus terrenos desapropriados estão indignados e pedem providências. “Um empreendimento desses só desvaloriza a área e prejudica quem mora no local.”
Da mesma posição compartilham os vereadores Paulo Salamuni (PV), Jair Cézar (PSDB) e Pedro Paulo (PT). “Curitiba tem costume de ser paternalista e querer resolver o problema dos vizinhos”, afirmou Jair Cézar, ao sugerir que os municípios da região metropolitana achem solução para o problema em suas cidades. Na mesma linha de raciocínio e dando seqüência ao debate, Pedro Paulo afirmou que a integração com a RMC gera um problema ainda maior, “de metropolização”, propondo debate aprofundado com os municípios, que há anos despejam seu lixo na capital. A separação de lixo também foi defendida pelo petista, lembrando que, mesmo com as ações neste sentido, o atual aterro recebe cerca de 2,4 mil toneladas por dia de resíduos.
Salamuni, que considera a destinação do lixo um dos maiores problemas da atual conjuntura, considerou eficaz o diálogo com especialistas da área para buscar alternativas que não prejudiquem a população. “É um barril de pólvora que já poderia ter estourado”, finalizou.