O ex-vereador e radialista Luis Ernesto Alves Pereira, que morreu nesta quarta-feira (6) vítima de um infarto, foi velado no plenário do Palácio Rio Branco, sede da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Familiares, colegas de profissão e ex-vereadores prestaram condolências e se despediram do amigo. Neli Pereira, filha de Luis Ernesto, destacou que o pai foi uma pessoa feliz e realizada, “tanto por sua atuação como vereador, como também enquanto radialista”, disse. Ela lembrou o fato de que o ex-vereador prezava pelas demandas populares: “urbanismo e bem-estar social foram duas de suas prioridades”, apontou, complementando: “meu pai fez o que gostava a vida toda”.

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Tito Zeglin (PDT), primeiro vice-presidente da Câmara, lamentou a perda do “grande companheiro e amigo”. De acordo com ele, foi um vereador que trabalhou por toda Curitiba. “Dono de uma grande alegria e descontração, era uma pessoa muito querida. Acredito que aproveitei bem os momentos que passamos juntos. Aprendi muito com ele”, afirmou. O primeiro-secretário do Legislativo, Colpani (PSB), considera-se um aluno de Luis Ernesto, no que diz respeito ao rádio. “Nunca trabalhamos juntos, mas ele me ensinou muito”, atestou. Na opinião de Colpani, o ex-vereador estava entre os 5 ou 10 maiores nomes do rádio paranaense. “E na vereança ele também deixa um legado de honestidade e zelo com a coisa pública”.

O ex-vereador e ex-presidente da CMC, Ailton Araújo, destacou que Luis Ernesto era capaz de exercer a franqueza sem ofender. “Um homem que soube ser amigo e que deixa saudades”. Segundo Araújo, que fez uma oração ao lado dos familiares na manhã desta quinta-feira (7), Curitiba deve muito a Luis Ernesto pela forma correta como exerceu a vereança. No entendimento de Mário Celso Cunha, também ex-presidente da Câmara, Luis Ernesto era um homem do bem, sempre imbuído do ideal de ajudar o próximo. “Ele foi uma verdadeira explosão no rádio do seu tempo”, lembrou. Cunha ainda afirmou que o ex-colega era um homem muito participativo e determinado.

Paulo Salamuni, que presidiu o Legislativo e atualmente é suplente de senador, destacou que Luis Ernesto era do tempo dos grandes comunicadores de massa, hoje substituídos pelas redes sociais. “Ele surgiu no período após a abertura, junto com tantos outros que pretendiam representar os interesses do povo”. Salamuni, que atuou na Câmara por sete mandatos, acompanhou toda a vida parlamentar de Luis Ernesto e garante que o falecido vereador prezou pelo bem comum, “tendo sido presidente da importante Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização”. O ex-vereador Celso Torquato pontuou que Luis Ernesto era um homem leal, sincero e que vai deixar saudades. “Um vereador muito atuante, sempre ligado à comunidade”, garantiu.

Comunicador
Luis Ernesto teve grande carreira profissional no rádio – começou em 1957 na rádio Guairacá e passou por diversas outras, como Rádio Cidade, então Rádio Curitibana, Rio Verde, Studio 96 FM, Rádio Mais, entre outras. Geraldo Fantinatti, ex-assessor de gabinete de Luis Ernesto, lembra com carinho do radialista: “Foi o pai que eu não tive”, referindo-se ao seu início de sua carreira. De acordo com ele, foram, ao todo, 28 anos de amizade. O comunicador Valmir Gomes conta que quando o conheceu “ele era diretor da rádio Cidade, foi de uma delicadeza comigo que eu tive certeza que seria seu amigo pro resto da vida”. Gomes disse que o ex-vereador era uma pessoa muito dócil: “Ele era o que se chamava antigamente de "tipo inesquecível". Jamais ofendeu ninguém. Honesto e trabalhador”.

Sônia Maria Machado, conhecida como Soninha, trabalhou com Luis Ernesto durante 28 anos, de 1974 a 2002. “Ele sempre tratou todos da mesma forma. Poderia ser zeladora, quem tivesse servindo cafezinho, sempre tratou todos de forma igual”, destacou. Antônio Nascimento, que também trabalhou com Luis Ernesto durante 13 anos, lembrou que ele “era um visionário do rádio”, antecipando técnicas que anos depois viriam a ser adotadas pelas rádios de notícias 24 horas. “Ele montou uma redação, uma estrutura toda de jornalismo, com repórteres na Assembleia [Legislativa], na Câmara [de Curitiba] e no Palácio [Iguaçu]. Ele deixa uma lacuna que nunca vai ser preenchida”, finalizou.  

Também passaram pela Câmara Municipal de Curitiba prestando condolências à família e as últimas homenagens a Luis Ernesto os vereadores Jairo Marcelino, Mauro Bobato e Tico Kuzma; o ex-presidente da CMC Jorge Bernardi; os ex-vereadores Angelo Batista, Cesar Seleme, Jorge Samek, José Gorski, Jotapê, Marcos Isfer, Paulino Pastre, Paulo Frote, Roberto Accioly e Roberto Hinça; e o ex-prefeito e atual deputado federal Gustavo Fruet.