Ameaça de greve dos ônibus esquenta debates em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 02/02/2016 13h05, última modificação 05/10/2021 10h47

Os debates, na retomada do trabalho parlamentar em plenário em 2016, nesta terça-feira (2), foram acalorados em decorrência da ameaça de nova greve dos ônibus neste sábado. Chico do Uberaba (PMN) queixou-se que o preço da tarifa de ônibus “subiu na calada da noite”. O aumento, de R$ 3,30 para R$ 3,70, entrou em vigor ontem, e a Urbs, que gerencia o sistema, ainda não divulgou o valor da nova tarifa técnica, hoje em R$ 3,27, pois aguarda que empresas de ônibus, motoristas e cobradores entre em acordo sobre os salários.

Para Valdemir Soares (PRB), esse debate deveria ser conduzido de forma mais transparente pela Prefeitura de Curitiba. O vereador cobrou que representantes do Executivo explicassem, na Câmara Municipal, quais informações embasaram o cálculo que justificou o aumento imediato de R$ 0,40 na passagem. Jorge Bernardi (Rede) reclamou que “faz dois anos que a CPI do Transporte Público entregou o relatório ao Ministério Público do Paraná e nenhuma providência foi tomada”. Dois requerimentos de pedidos de informações ao município sobre tarifa e CPI, de autoria de Soares, começaram a tramitar nesta terça-feira na Câmara (062.00026.2016 e 062.00027.2016).

Desde o início da sessão plenária, vereadores ocuparam a tribuna, em diversos momentos, para cobrar a ausência do prefeito Gustavo Fruet no Legislativo (leia mais) e posições mais claras do Executivo sobre o transporte coletivo. “Não tem como os vereadores ficarem omissos a respeito de um tema desses”, provocou Soares. “Se for pra ser assim, fecha a Câmara”, disse. Na opinião do vereador do PRB, a “falsa sensação de bem-estar do parlamento” não coincidirá com o “sentimento das ruas”, após o feriado do Carnaval. Para Chico do Uberaba, a Urbs poderia evitar as greves no transporte coletivo, mas “agora deixa o prefeito de calças curtas, pagando o pato e o mico ao mesmo tempo”.

Torcendo para que os “ventos da mudança” atinjam Curitiba, Jorge Bernardi citou as denúncias contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, e a autorização do Superior Tribunal de Justiça para que o governo do Paraná seja investigado por supostos desvios na Receita Estadual, como estímulos para o Município. “A cidade é refém de fatos e casos equivocados, de sistemas construídos ao longo de décadas. É urgente revisar o contrato dos prestadores de serviço”, afirmou o vereador.

Bernardi deu como exemplo o convite para que o Instituto Curitiba de Informática (ICI) explicasse no Legislativo, ainda em 2015, o motivo dos atrasos no sistema eletrônico do Programa de Recuperação Fiscal. “Eles não estão nem aí”, disse, irritado, sobre o ICI ter faltado ao debate proposto pelos vereadores (leia mais).

O líder do prefeito na Câmara, Paulo Salamuni (PV), não se pronunciou, assim como os demais vereadores da base de Gustavo Fruet.