Publicidade nos ônibus de Curitiba entra na pauta da CCJ

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Alex Gruba — publicado 28/08/2023 17h15, última modificação 28/08/2023 18h02
Além da questão da venda de publicidade nos ônibus da capital do Paraná, colegiado tem outros 22 projetos de lei.
Publicidade nos ônibus de Curitiba entra na pauta da CCJ

Desde 2015, a Lei do Transporte Coletivo prevê que a receita obtida com a venda de publicidade nos ônibus seja usada para baratear o custo do serviço público. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta terça-feira (29), às 14h, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) promove sua reunião semanal para a análise de 23 projetos de lei que tramitam na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O destaque da pauta é a proposta que pretende ampliar e desburocratizar a venda de publicidade no sistema de transporte coletivo da capital. A agenda será presencial, na Sala das Comissões, com transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Desde 2015, a Lei do Transporte Coletivo prevê que a receita obtida com a venda de publicidade nos ônibus de Curitiba seja usada para baratear o custo do serviço público para a população, mas, nesses oito anos, esse dispositivo não foi colocado em prática pelo Executivo. No esforço de dar uso para a norma, Amália Tortato (Novo) apresentou o projeto de lei (005.00067.2023). A ideia é alterar a lei municipal 12.597/2008, modernizando a redação do artigo 25-A, que trata da publicidade nos ônibus e que foi acrescentado à norma.

Na justificativa, a autora explica que pediu informações à Urbs sobre a inércia na aplicação do dispositivo (062.00456.2022), ao que a gerenciadora do transporte na cidade, vinculada à Prefeitura de Curitiba, pôs a culpa na redação do artigo 25-A. O principal impasse é que a Urbs só pode comercializar a venda de publicidade externa nos ônibus após o Executivo expedir um decreto regulamentando a operação. Nesse sentido, o novo artigo 25-A, proposto por Tortato, retira esse requisito e amplia os locais e tipos de publicidade que poderão ser comercializados pela Urbs, prevendo, inclusive, anúncios sonoros dentro dos ônibus e a venda de “naming rights” de estações-tubo, terminais e linhas de ônibus.

Se for aprovado pela pela CMC, o projeto de lei permitirá a venda de publicidade nos espaços externos e internos dos ônibus e outros veículos da frota do sistema de transporte, assim como nos mobiliários urbanos vinculados ao sistema de transporte coletivo, como paradas de ônibus, estações-tubo e terminais. Em ambos os casos, anúncios sonoros dentro dos veículos e espaços da Urbs também poderão ser ofertados aos anunciantes.

Em junho, o texto esteve na pauta da Comissão de Constituição e Justiça que, acompanhando voto por mais informações de Dalton Borba (PDT), decidiu por remetê-lo a uma consulta à Urbs, para que este se manifestasse sobre seu teor. Pedidos por mais informações de outros órgãos, segundo o Regimento Interno, suspendem os prazos por até 30 dias para dar tempo para que as unidades demandadas se manifestem. Se ao final desse prazo não houver resposta, o projeto de lei voltaria à pauta do colegiado, sendo submetido a novo parecer do mesmo relator.

Sem que o Executivo, por meio da Urbs, se manifestasse sobre a matéria, esta agora retorna à pauta da CCJ para que o colegiado delibere sobre novo parecer. E Dalton Borba já sinalizou que seu voto será pelo trâmite regimental.

Anúncios em ônibus é uma das 23 pautas do colegiado

A pauta da CCJ inclui outros 22 projetos. Um exemplo é a proposta que pretende isentar quem tiver sido voluntário da Justiça Eleitoral do custo da inscrição em concursos públicos municipais (005.00080.2023). A matéria também chegou a ser discutida na CCJ, no final de junho, mas o relator, Rodrigo Reis (União) decidiu encaminhar a iniciativa à Prefeitura de Curitiba para que a administração se posicionasse a respeito de como a medida poderia afetar as finanças do Município.

Inspirado por uma ideia apresentada ao Banco de Ideias Legislativas da Câmara, o texto é assinado por Marcelo Fachinello (Pode) e tem a coautoria dos vereadores Alexandre Leprevost (Solidariedade), Bruno Pessuti (Pode), Dalton Borba, Giorgia Prates - Mandata Preta (PT), Herivelto Oliveira (Cidadania), Hernani (PSB), Noemia Rocha (Noemia Rocha), Oscalino do Povo (PP), Pastor Marciano Alves (Republicanos), Sargento Tania Guerreiro (União) e Sidnei Toaldo (Patriota).

Também estão na lista de matérias a serem analisadas amanhã, entre outras, a Política Municipal “Vini Jr.” de Combate ao Racismo nos estádios, ginásios e arenas esportivas (005.00119.2023), de Giorgia Prates, Herivelto Oliveira e Professor Euler (MDB); a matéria que iguala pessoas com doença renal crônica às pessoas com deficiência, para que elas também tenham acesso às vagas exclusivas de estacionamento (005.00125.2022), de Maria Leticia; e projeto de lei que determina que os estabelecimentos de atendimento veterinário da capital paranaense informem todos os casos suspeitos de maus-tratos à Rede de Proteção Animal (005.00135.2023), de Leonidas Dias (Solidariedade).

A relação completa dos projetos a serem analisados está disponível no 
Sistema de Proposições Legislativas (SPL). Basta acessar a aba “Comissões” e a opção “Pauta das Comissões”.

Sobre a CCJ

Presidida por Bruno Pessuti (Pode), cabe à Comissão de Constituição e Justiça exercer o controle de constitucionalidade no Legislativo, impedindo que iniciativas em desacordo com os limites legais avancem na CMC. Por isso, a CCJ é a única das 10 comissões temáticas que pode, sozinha, por decisão dos seus membros, arquivar propostas dos vereadores ou do Executivo. Em 2023, após a reforma do Regimento Interno, ganhou o poder de criar súmulas para uniformizar entendimentos.

Além de Pessuti, Dalton Borba e Rodrigo Reis, também são integrantes do colegiado neste ano: Amália Tortato, Angelo Vanhoni (PT), Beto Moraes (PSD), Ezequias Barros (PMB), Noemia Rocha (MDB), Toninho da Farmácia (União) e Mauro Ignácio (União). As reuniões da CCJ são promovidas semanalmente, às terças-feiras, às 14h, com transmissão ao vivo, direto da Sala das Comissões, pelos canais do Legislativo no YouTube, no Facebook e no Twitter.