Acatados incentivo a microcervejarias e alerta à Síndrome do Bebê Sacudido
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, em primeiras votações unânimes, os projetos que pretendem incentivar a fabricação e a venda de cerveja artesanal na cidade e instituir a Semana de Conscientização à Síndrome do Bebê Sacudido. Voltada às microcervejarias com capacidade produtiva de até 200 mil litros mensais, a primeira proposição é dos vereadores Bruno Pessuti (PSD) e Pier Petruzziello (PTB). O alerta ao problema que pode atingir crianças de 0 a 2 anos, por sua vez, tem a iniciativa de Maria Leticia Fagundes (PV). O plenário acatou, nesta terça-feira (20), outras seis propostas de lei em primeiro turno.
“Curitiba é a capital da cerveja artesanal”, afirmou Pessuti, em referência à lei municipal 15.064/2017, que incluiu no calendário oficial da cidade o Festival Paranaense de Cervejas Artesanais, o Procerva, realizado anualmente em agosto. Segundo o vereador, a ideia é que o incentivo à produção e à venda da cerveja produzida artesanalmente na capital, em pequena escala e sem ligação a grandes grupos empresariais, seja reconhecido por meio de um selo de excelência (005.00378.2017, com a emenda 034.00068.2018).
Para receber o selo, as microcervejarias precisarão atender a alguns critérios, como a abertura da unidade produtora para visitação pública e experimentação. A proposta é que o reconhecimento seja entregue durante o Festival Procerva. A atividade, completou Pessuti, atrai muitos turistas à cidade. “A ideia é que seja consumido o produto produzido na cidade de Curitiba, e não só por grandes grupos. O fomento turístico é fundamental”, acrescentou o coautor da iniciativa.
“Bebê sacudido”
A partir de 2019, Curitiba poderá comemorar a Semana de Conscientização à Síndrome do Bebê Sacudido, que pode ocasionar lesões graves, como deficiência visual ou motora e paralisia cerebral, ou até a morte da criança (005.00055.2018). A ideia é que as atividades alusivas à data sejam anuais, na segunda semana do mês de outubro.
Maria Leticia explicou que os mais atingidos são os bebês até o primeiro ano de vida, mas que balançá-los bruscamente ou jogá-los para o alto trazem risco até os 2 anos de idade da criança. “A questão da semana é para fortalecer o tema na cidade”, afirmou a autora, para quem o alerta à síndrome deveria ser realizado constantemente – em cursos de pais e de noivos ou nas maternidades, por exemplo.
“A gente acha às vezes que o movimento de sacudir o bebê vai confortá-lo, trazer a ele boa condição de relaxamento, mas sacudi-lo pode causar problemas muito terríveis, inclusive a morte”, continuou ela. “O gatilho é o choro da criança. Ninguém morre de chorar, mas morre de sacudir.”
A vereadora, que também é médica, explicou que o bebê chora por frio ou fome, por exemplo, “mas quando se cala, depois da sacudido, pode estar entrando em convulsão”. “Ou quando não manifesta convulsão pode ter feito uma hemorragia discreta, que ao longo dos anos vai manifestar graves sequelas”, continuou.
“O apoio cervical é importante em qualquer momento. Que o ninar seja sim aconchego, cuidado”, disse Maria Leticia, em resposta a Thiago Ferro (PSDB). Também em apoio à proposta de lei, Maria Manfron (PP) destacou a importância da divulgação da Semana de Conscientização à Síndrome do Bebê Sacudido. A pediatra Chang Chain, integrante do Rotary Club, acompanhou o debate.
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