Aberta a V Mostra do Artista Plástico Especial
A V Mostra do Artista Plástico Especial foi aberta nesta terça-feira (1°), em cerimônia realizada no Salão Nobre da prefeitura de Curitiba. A promoção é da Câmara Municipal, neste ano em parceria com o Executivo. O presidente do Legislativo, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), o líder do prefeito na Casa, Mario Celso Cunha (PSB), e o vereador Zé Maria (PPS) entregaram certificados aos artistas e estudantes das escolas especiais cujos trabalhos foram selecionados. Uma homenagem póstuma foi concedida ao jovem Alfredo Quintino Junior, um artista plástico especial com trabalhos espalhados por todo o Brasil e no exterior, recebida por sua mãe. Para a exposição foram selecionados 40 artistas e 33 obras, algumas realizadas coletivamente. Os trabalhos podem ser visitados das 8h30 às 17h30, no hall de entrada da prefeitura, até sexta-feira (4).
"Eu só tenho a agradecer a todas as pessoas envolvidas nesse evento que a Câmara Municipal faz acontecer há cinco anos, que continuam acreditando na importância dessa atividade cultural. O nosso objetivo é promover e divulgar as obras dos artistas com deficiência que residem em Curitiba", afirmou Derosso, autor da iniciativa, que vê nessa oportunidade uma motivação a mais para que as pessoas valorizem a própria vida.
Falando diretamente com os artistas presentes na cerimônia, Mario Celso reforçou a capacidade pessoal que as obras revelam. "Vocês possuem muito mais motivação e capacidade que as outras pessoas tidas como normais. Continuem assim e motivem os demais a seguirem o exemplo. É importante que motivem os outros artistas e que esse evento cresça ano após ano", disse o líder do prefeito. Zé Maria também elogiou a iniciativa. "A inclusão se dá pela oportunidade. Ao dar a oportunidade aos artistas plásticos especiais de exporem os seus trabalhos, a Câmara oferece uma verdadeira inclusão. Essa é uma iniciativa que faz a diferença na vida deles", pontuou o parlamentar.
Satisfação
"Eu não gostava de desenho no começo, mas agora já virou uma paixão", confessa o jovem Thiago Costa Ribeiro, da Escola de Educação Especial Primavera, que participa pela quarta vez consecutiva da Mostra. A diretora da escola, Juleide Vieira Ramon, destaca a importância dessa atividade para os alunos da instituição de ensino, composta por 143 estudantes, nos períodos da manhã, tarde e integral. "É maravilhoso ver o conteúdo dessas obras fluindo do interior desses jovens, que estão na escola desde tão pequenos", diz ela. Lúcia Silveira, que leciona voluntariamente na Escola Especial Primavera há vários anos, concorda. "Eles gostam. Ficam esperando o dia da aula", afirma Lúcia, já abraçada a Thiago, que agradece a dedicação e promete participar de novo no ano que vem.
Para a artista plástica Eliana da Costa Marques, participar da Mostra é uma demonstração de superação. "Quando eu era pequena, tive doenças que prejudicaram a minha fala e os movimentos do lado direito do corpo. Aos cinco anos, eu não falava e nem me mexia. Só que, com a ajuda de Deus e dos meus familiares e médicos, hoje eu estou melhor. Tive que reaprender tudo e consegui estudar, cursar a faculdade. Sou professora de História da rede municipal de ensino desde 1974", comemora Eliana, para quem a Mostra é "excelente".
Maior estrela
"Eu continuo frequentando o ateliê da Márcia Miranda, criado para trabalhar com arte e educação para jovens com deficiência, mesmo sem o Alfredo. Foi lá que eu ouvi o Felipe Tezza, filho do escritor, me explicar que eu não estava sozinha. Ele disse: Não fica triste, não. O Alfredão está no céu. Para achá-lo é só procurar a maior estrela", conta Marianeide de Souza Brito, mãe do artista plástico especial Alfredo Quintino Junior, falecido no ano passado, aos 25 anos de idade. "Ele era alto, mas a voz era de criança. E se gostasse de você, ia te dar um abraço de tirá-lo do chão", lembra Marineide, que recebeu emociada a homenagem póstuma da Câmara Municipal ao talento do seu filho, das mãos do presidente João Cláudio Derosso.
Um dos temas preferidos de Alfredo eram os programas infantis e os pontos turísticos de Curitiba. Uma dessas obras, que retrata a Câmara Municipal, está na presidência da Casa. Outras estão espalhadas pelo Brasil inteiro e pelo exterior, na Alemanha, Itália e Estados Unidos. "Os quadros do Alfredo eram quase todos produções coletivas. Ele desenhava e os colegas coloriam, por que ele não gostava de se sujar com a tinta. Pintar para ele era uma atividade natural. Até hoje, as suas obras têm compradores, sendo comercializadas pela televisão", argumenta Marineide, explicando o alcance que os quadros do filho obtiveram na cena artística local.
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