A previsão é abrir mil vagas em berçários até julho, diz SME
Para os vereadores da Comissão de Educação, Cultura e Turismo, Roberlayne Roballo disse que a previsão é abrir 1.044 novas vagas em berçários até julho deste ano. “Dos 200 Centros Municipais de Educação Infantil de Curitiba (CMEIs), só 25 não têm turmas de berçário”, explicou a titular da pasta de Educação (SME). “Desde 2013, mais 11 creches foram entregues à população”, enumerou. A reunião aconteceu nesta quinta-feira (10).
O encontro foi coordenado por Jonny Stica (sem partido), presidente do colegiado, na presença de mães da região Sul de Curitiba; de representantes do Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba); e do Conselho Municipal de Educação. Cacá Pereira (PSDC) e Carla Pimentel (PSC), que integram a Comissão de Educação; Julieta Reis (DEM), presidente do colegiado de Serviço Público; e Chicarelli (PSDC) – que tratou do tema em plenário semana passada (leia mais) – também participaram da discussão.
A secretária rejeitou a ideia de redução de vagas na Educação Infantil, reforçando que a grande procura por turmas do maternal provocou uma readequação de toda a rede. “Isso é que não foi bem compreendido pela imprensa e pela população, pois não fechamos turmas, nem creches. É o contrário, pois no total houve aumento das vagas”, defendeu. Estimativa da SME diz que, até o final de 2016, serão 49 mil matrículas.
Segundo Roberlayne Roballo, a demanda reprimida no conjunto da Educação Infantil, que atende crianças de 3 meses a 5 anos de idade, é de nove mil vagas. “Nós monitoramos tudo isso, CMEI por CMEI, e com base nesses dados tivemos que decidir onde atuar. Havia equipamentos com demanda de oito mães por berçário e 90 por vagas no maternal”, explicou. “Foi isso que aconteceu nesses 25 CMEIs, que são minoria dentro da rede”. Ao ouvir as mães Cibele Santos e Alexsandra Ribeiro, a secretária disse que a distribuição de turmas na região Sul será revisada.
As mães relataram a dificuldade para obter vagas de berçário, destinadas às crianças de colo. “Eu fui em sete CMEIs antes de receber orientação e ser incluída numa lista de espera, numa creche que fica a 3 km da minha casa”, relatou Cibele, moradora do Osternack. “É uma distância grande para a gente que mora ali, e a maioria das mães não tem carro. Imagine andar num dia de chuva com o bebê”, criticou Alexsandra. Elas entregaram à equipe da SME, uma relação de mães na mesma situação.
Roberlayne respondeu que os CMEIs são orientados a prestar esclarecimentos às mães e registrar a demanda no local. “A inscrição tem que ocorrer em todas as creches”, disse a secretária da Educação. Contudo, ponderou que ninguém poderia ser favorecido, pois existem critérios para o preenchimento das vagas (crianças em risco, com deficiência, mães trabalhadoras etc.) – mas que seria possível rever a quantidade de turmas, se houver uma demanda não registrada.
Soraya Zgoda, do Sismuc, perguntou se as 600 vagas para professores da Educação Infantil abertas no último concurso público, seriam preenchidas. Também, igual as mães da região Sul, reclamou da falta de informação sobre essa readequação nas turmas da Educação Infantil. “A crise que vive o país não deixa a gente avançar como queria. Só que do jeito que é dito parece que a SME não atende a categoria, mas isso não é verdade”, afirmou Roberlayne Roballo.
“Em primeira mão, inclusive, deixa eu anunciar que firmamos um convênio com a UFPR para quem não tiver curso de pedagogia poder completar sua formação”, emendou a secretária. Cacá Pereira reforçou a importância de se ouvir o sindicato e Carla Pimentel pediu um cronograma para a SME, com prazos para tomar providências sobre as vagas em berçários. “Sempre mantivemos o diálogo com o Sismuc”, respondeu a titular da SME.
Nova reunião
Roberlayne pediu ao superintendente executivo da secretaria, Antônio Ulisses Carvalho, uma nova agenda com os parlamentares “para abrir o mapa dos CMEIs, com todas as turmas e vagas, igual já foi feito com o Conselho Municipal de Educação”. A medida responderia a perguntas de Julieta Reis e Chicarelli, que chegou a se exaltar durante a reunião de hoje. “Se não fizerem alguma coisa, eu vou fazer. Vou pensar no quê, se me amarro em algum lugar... vou decidir com a minha equipe de mandato”, disse o vereador.
Jonny Stica reclamou da politização do tema, frisando que o objetivo do encontro era avançar rumo a uma solução para o problema. Às críticas de Chicarelli, que a situação vivida pelas mães seria “absurda” e que até então só tinha ouvido “papo furado”, o presidente da Comissão da Educação disse: “o senhor não é melhor vereador que ninguém”. Após uma troca de ofensas, Stica sugeriu os gritos do colega parlamentar justificariam uma ação no Conselho de Ética.
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