Analisando as eleições municipais na cobertura especial da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sobre as eleições de 2020, Luiz Geraldo Mazza vê que após a subida do bolsonarismo na política nacional, e uma “inaptidão” da esquerda em responder a isso, “a centro-direita menos radical está liderando a política, com o [partido] DEM se habilitando [a vencer] em inúmeras capitais”. Quando disse isso, a apuração na capital estava em 26% e Rafael Greca liderava com quase 60% dos votos já computados.

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Com 89 anos de idade, dos quais 69 dedicados ao jornalismo, Luiz Geraldo Mazza é um dos profissionais da imprensa em atividade com mais experiência em eleições na capital do Paraná. Colunista da Folha de Londrina e ex-comentarista da rádio CBN, o colunista político é um dos convidados da cobertura especial das eleições 2020 na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Para Mazza, essa eleição mostrou que há, na cidade, uma espécie “de cansaço”, “de estresse”, em relação ao modelo urbanístico herdado do ex-prefeito Jaime Lerner.

“Há uma degradação do transporte [público], que se continuar do jeito que está, não tem como. Todos candidatos falaram disso, mas não indicaram soluções cabíveis”, opinou Luiz Geraldo Mazza. Perguntado sobre as mudanças no espectro político, o jornalista concordou que a presença das famílias tradicionais nas eleições ainda impactam os resultados, mas que, na visão dele, “as audácias do populismo” são uma variável igual ou mais importante.

“Há [hoje] uma contestação do convívio democrático [estabelecido], que vinha da Constituição Federal de 1988, que coloca em discussão coisas que tomávamos como fundamentais, a preservação do meio ambiente por exemplo”. Mazza cita outros momentos em que um elemento externo afeta a ordem estabelecida da política, provocando uma nova acomodação das forças políticas. “Foi o caso da indicação do Leon Perez pela ditadura militar [em 1971]”, relembra. “As fake news também são um fato novo”.

Nesta eleição municipal em Curitiba, 1.150 candidatos, de 31 partidos diferentes, disputaram as 38 vagas na Câmara de Vereadores. Segundo a Justiça Eleitoral, 1.349.888 eleitores estavam aptos a votar, 60.673 a mais que em 2016. A maioria do eleitorado é composta por mulheres, com 727.248 eleitoras (53,9%). Já os homens são 622.640, o que equivale a 46,1% do eleitorado.