“4 anos amargos”: Zeglin conta como foi não se reeleger vereador de Curitiba
Sessão de terça-feira foi marcada por discursos sobre as Eleições 2024. Na foto, Tito Zeglin. (Foto: Bruno Spessato/CMC)
Dirigindo-se aos vereadores que não conquistaram a reeleição à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) nas Eleições 2024, o decano da atual legislatura, Tito Zeglin (MDB), deu um conselho baseado na sua experiência pessoal, de nove mandatos no Legislativo, contados a partir de 1982, e que tiveram apenas uma interrupção. “Eu já dancei essa valsa nos anos 2000. Lá, com quase 7 mil votos, eu fiquei na suplência. Foram quatro anos amargos. Até porque com votação [expressiva] a dificuldade para você aceitar [não ter conquistado a reeleição] é maior”, contou, no início da sessão de terça-feira (8).
“Eu assumi um compromisso comigo mesmo, naquela oportunidade, que eu voltaria”, continuou Tito Zeglin. “E voltei e me elegi mais cinco vezes depois de 2000, quando eu deixei de ganhar aquela eleição por falta de estratégia. Aqui estou para dizer àqueles que deixaram de ganhar que continuem firmes, que daqui a quatro anos tem mais eleição, e que somente com trabalho e dedicação é que vocês vão conseguir recuperar este período”, finalizou o vereador. Zeglin é considerado o decano da 18ª legislatura por ser o parlamentar com mais mandatos atualmente em exercício na CMC.
Antes deste depoimento, Mauro Ignácio (PSD) tinha ido à tribuna da CMC para parabenizar os novos parlamentares e os vereadores reeleitos pelo resultado das urnas, lamentando que, apesar de ter registrado um dos melhores desempenhos, com 6.462 votos, ficou na primeira suplência do PSD. “Estou com o coração triste e pesaroso, mas a vida continua. Existe uma consternação nos bairros que atendemos, porque momentaneamente o trabalho vai parar, sem a ferramenta do mandato”, disse Ignácio. O parlamentar está no seu terceiro mandato consecutivo, tendo entrado na CMC nas eleições de 2012.
Vão sentir saudade da gente, brinca Noemia Rocha
Fazendo piada com a situação, Noemia Rocha (MDB), há quatro mandatos na CMC, e que também não conquistou a reeleição, apesar dos 3.621 votos, disse que os reeleitos “certamente sentirão a nossa falta, não é, Dalton, Salles, Ezequias, Oscalino, Márcio Barros, Osias, Mauro Ignácio, Bobato”. “Vão lamentar a saída desses excelentes vereadores, inclusive de mim”, disse a vereadora, bem-humorada, que pediu apoio para votar seus projetos de lei até o final do ano, para que não sejam arquivados.
“Eu não tinha a pretensão de ser vereadora e pude ter quatro mandatos, então fico muito feliz e honrada. Eu sei que é o tempo de Deus, que tudo nesta vida tem um tempo determinado” concluiu Noemia Rocha. Já Osias Moraes (PRTB), que recebeu 1.540 votos, afirmou que é o fim de um ciclo e “vou continuar nos bastidores da política, trabalhando pela nossa cidade”. Diferente dos demais discursos da terça, Marcelo Fachinello (Pode), presidente do Legislativo, comemorou a votação que o reelegeu para mais um mandato na CMC.
Mais votado entre os vereadores reeleitos e sétimo no ranking geral, Fachinello agradeceu o apoio que recebeu do segmento ao qual dedicou seu mandato. “O Esporte colocou um vereador nesta Casa, com mais de 10 mil votos!”, comemorou. Ele citou a aprovação do Fundo Municipal do Esporte e o apoio às entidades e eventos esportivos como um dos motivos pelo apoio que recebeu. “Vou continuar trabalhando neste segmento”, prometeu.
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