Rua & História
Mostrar a participação do Legislativo no desenvolvimento de Curitiba, por meio da origem dos nomes das ruas da capital. Esse é um dos objetivos do levantamento Rua & História desenvolvido pela Câmara de Vereadores, por meio da Diretoria de Comunicação, a exemplo da seção "Aconteceu". A ideia foi montar um banco de dados e mostrar à população a história das pessoas que emprestam o nome aos locais onde moramos.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Curitiba possui 9,248 mil ruas. Destas, 969 são consideradas não oficiais. As vias dividem-se nos 75 bairros da capital, dentro das nove administrações regionais. Apenas a Cidade Industrial é cortada por 973 ruas. Já o Caximba, por duas.
O trabalho já revela algumas curiosidades. A XV de Novembro, rua mais famosa da capital paranaense, que homenageia a Proclamação da República, recebeu a denominação atual em novembro de 1889. Até junho de 1880, chamava-se rua das Flores, e pelos nove anos seguintes foi a rua da Imperatriz. Já seu prolongamento, a atual avenida Victor Ferreira do Amaral, recebeu nome em 1954.
A avenida João Gualberto já foi a boulevard Dois de Julho, que se destacava pela arborização e residências de alto padrão. A Dr. Cândido de Leão, por exemplo, recebeu tal denominação em 1922. Antes, era conhecida como rua Alegre. Na mesma década, várias outras ruas da capital receberam os nomes que trazem até hoje. Algumas delas foram as vias Capão Raso, do Portão, Ratcliff e Misericórdia, atualmente Winston Churchill, República Argentina, Dr. Westphalen e André de Barros.
Essenciais ao desenvolvimento de Curitiba, os anônimos também emprestam os nomes às ruas da cidade. Como no Pinheirinho, onde a Abdias Galdino da Silva homenageia um barbeiro nascido em Alagoas, que morou na cidade por dez anos. Bastante conhecido na Vila Maria Angélica, ele faleceu em 1998. A lei que batiza a via foi sancionada em 2002.
A B C D E F G I J L M N O P R S T U V Z
A
Ada Macaggi Bruno Lobo (1906-1947)
Regional Boa Vista
Bairro: Bairro Alto
A escritora Ada Macaggi Bruno Lobo nasceu em Paranaguá, no dia 29 de março de 1906. Filha de Narcizo Macaggi e Maria Paiva Macaggi, concluiu os estudos primários em sua cidade natal, transferindo-se em seguida para Curitiba, onde ingressou na escola normal. Encerrado o curso em 1924, exerceu o magistério em sua cidade natal.
Sua estreia na literatura se deu em 1927, com o livro Vozes Efêmeras, recebido com entusiasmo pela crítica. Ada Macaggi também se dedicou ao canto e ao violão, apresentando-se em festivais realizados no Rio de Janeiro e em Curitiba.
Sua carreira se desenvolveu de forma paralela ao movimento modernista e, embora a obra de Ada não se enquadre de forma estrita nos moldes desse movimento, ela sempre esteve em contato com seus representantes, como comprova o fato de que seu último livro, Ímpetos, de 1943, que recebeu ilustrações da pintora Anita Malfatti. Ada também contribuiu em vários órgãos de imprensa, com destaque para a revista O Cruzeiro. Faleceu no Rio de Janeiro a 12 de novembro de 1947.
Adelino Fressato (1912-2004)
Regional Santa Felicidade
Bairro: Campo Comprido
Logradouro: jardinete
Adelino Fressato nasceu em Curitiba, a 1° de outubro de 1912. Era filho de Antonio Romano Fressato e de Luiza Fressato. Foi casado com Hygina Enea Stella Bocchino Fressato, com quem teve três filhos: Romano, Romeu e Rubens. Tenor lírico, dedicou-se à ópera e outros estilos. Foi professor de violão, mas também manejava com destreza o bandolim. Passou a integrar uma dupla lírica com a cantora Hygina Bocchino, que posteriormente viria a ser sua esposa. Entre 1947 e 51, no auge dos programas de auditório transmitidos ao vivo pelas rádios, Adelino e Hygina ocuparam o horário dos sábados à noite na Rádio Clube Paranaense (PRB2).
A dupla marcou época acompanhada por orquestras como a do maestro Angelo Antonello, a orquestra Pirolito e a Orquestra do Genésio, que por muitos anos animou os Chás da Turma de Engenharia da Universidade do Paraná. As apresentações da dupla na casa noturna Boneca do Iguaçu, acompanhados pelo acordeonista virtuose Cláudio Todisco ou pelo pianista Athaide Zeike também são lembradas até hoje. Adelino faleceu no dia 2 de março de 2004.
Adviga Lipinski (1926-1997)
Regional: Cidade Industrial
Bairro CIC
Nasceu em 26 de junho de 1926, na Colônia Rodrigues, atualmente na cidade de Campo Magro. Era filha de Francisco Alves e Martha Alves. Passou a infância e juventude trabalhando com o pai no moinho de cereais e trigo, além da lavoura, ajudando na venda dos produtos através da carroça da família pela Avenida Manoel Ribas até o centro de Curitiba. Após casar-se, continuou trabalhando ao lado do esposo, Affonso Lipinski, na lavoura e no moinho.
Mais tarde, venderam a propriedade e vieram morar em Curitiba, no bairro Orleans. Aqui passou a se dedicar ao lar e à criação dos filhos, enquanto o marido ganhava a vida como caminhoneiro. Participava do Apostolado da Oração na Paróquia Orleans, a qual teve a ajuda de seu pai na construção. Adviga Lipinski faleceu em 22 de novembro de 1997.
Alexandre Zraik (1969-2004)
Regional Boa Vista
Bairro: Santa Cândida
Após formar-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Alexandre Zraik trabalhou na Rádio Eldorado. Como cronista esportivo atuou nas rádios CBN, Transamérica e na TV Iguaçu. Zraik assinou durante três anos a coluna Política em Debate, no Jornal do Estado.
Seu texto se tornou uma referência para quem quisesse entender os meandros da política local. Ainda na TV Iguaçu, produziu e apresentou o programa Tribuna do Esporte. Estava prestes a assumir um programa esportivo na 96 Rádio Rock, quando morreu no dia 29 de julho de 2004, num acidente de moto.
André de Barros (1845-1923)
Regional Matriz
Bairro: Centro
André Pinto de Barros, filho de Miguel Pinto de Barros e Gabriela Ferreira dos Santos nasceu na Vila da Conceição do Norte, localizada na então Província de Goiás, em 1845. Enfermeiro do Exército, foi transferido para Curitiba, onde foi lotado na Enfermaria da Circunscrição Militar, atual sede do Hospital Militar. Quando se desligou do Exército, Barros passou a administrar sua própria farmácia.
O estabelecimento foi destruído por um incêndio, mas André de Barros não esmoreceu e, posteriormente, retomou a atividade no mesmo local. Entre os anos de 1920 e 1922, o farmacêutico exerceu a função de provedor da Santa Casa de Misericórdia. Segundo a professora Maria Nicolas, pesquisadora da história de Curitiba, a postura sóbria e atenciosa de André de Barros conquistou a simpatia da população. Por razões de saúde afastou-se do cargo, e veio a falecer naquele mesmo ano de 1923.
André de Barros sempre foi parcimonioso com seus gastos, o que lhe possibilitou acumular uma grande quantia em dinheiro ao longo da vida. Seu testamento beneficiou, além de pessoas próximas a ele, várias instituições de saúde e de caridade como a Santa Casa de Misericórdia de Goiás e a Santa Casa de Paranaguá. A instituição mais privilegiada por André de Barros em seu legado foi a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, que recebeu uma quantia superior a mil e trezentos contos de réis em bens imóveis e títulos da dívida pública da União.
Recebeu diversas homenagens, sendo que a mais significativa se deu por iniciativa dos então integrantes da Câmara Municipal de Curitiba. Por meio da Lei 621, de 30 de outubro de 1923, os vereadores determinaram que a então Rua da Misericórdia (cujo início era justamente a partir do prédio da Santa Casa) passaria a se chamar André de Barros.
Ângelo Cretã (1942-1980)
Regional Bairro Novo
Bairro: Sítio Cercado
Ângelo Cretã, nasceu na reserva Indígena de Mangueirinha, Sudoeste do Paraná, no ano de 1942. Pertencente à tribo Kaingang, Cretã decidiu participar de forma ativa do processo político. Tornou-se vereador pelo município de Mangueirinha em 1976, representando os indígenas residentes em Mangueirinha, Chapecozinho, Nonohai e Rio das Cobras. Foi o primeiro indígena eleito para um cargo público no Brasil.
A Reserva Indígena de Mangueirinha (antigo Posto Cacique Capanema) de 180km2 foi oficializada em 1913, mas em 1949, o governo do estado fez um acordo com o governo federal que possibilitou a venda de uma parte da reserva à empresa Slaviero. Novas discussões foram realizadas, mas a indeterminação quanto à legitimidade da posse dos indígenas manteve-se ao longo dos anos, fazendo com que uma liderança como Ângelo Cretã surgisse.
Durante o conflito ocorrido na localidade de Rio das Cobras, Ângelo Cretã conseguiu expulsar 180 invasores. Algum tempo depois, morreu num acidente automobilístico dentro da própria reserva, em janeiro de 1980. Houve suspeitas de que se tratava de uma emboscada, mas a verdade nunca veio à tona. Seu filho Romancil Cretã deu continuidade à sua luta e permanece à frente dos indígenas que vivem naquela região.
Antonio Gubert (1904-1989)
Regional Pinheirinho
Bairro: Campo de Santana
Antonio Gubert nasceu na localidade de Fieira di Primiero na região do Trento na Itália em 31 de outubro de 1904. Era filho de Francisco Gubert e Anna Simoni Gubert. Na década de 20, Gubert integrou o Corpo de Carabinieri em Trento. Vindo para o Brasil, transitou entre Porto Alegre e Curitiba, até que se instalou em definitivo nesta última. Casou em 1933 com Maria Ortolani, também italiana, oriunda de família de Nove di Bassano del Grappa. Dois anos depois, instalou uma fábrica de ladrilhos, azulejos e esculturas que funcionou até a morte de seu sócio.
Vendida a fábrica, Gubert passou a prestar serviços como empreiteiro de acabamentos e seus conhecimentos foram aplicados em obras como a do Colégio Estadual do Paraná, da Penitenciária Agrícola situada em Piraquara, e do Hotel das Cataratas em Foz do Iguaçu. Após 1951, passou para o ramo imobiliário, tendo sido responsável pela venda de mais de cinco mil lotes em dez anos. Faleceu em 1989 ao lado da esposa, ambos vítimas de um atropelamento.
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B
Barão do Serro Azul (Ildefonso Pereira Correia) (1845-1894)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Nascido em Paranaguá, no dia 6 de agosto de 1849, Ildefonso Pereira Correia era filho do tenente-coronel Manuel Francisco Correia Júnior e de Francisca Antônia Pereira Correia. Sua juventude foi marcada pelo envolvimento de seus familiares com a política, a começar por seu pai, um entusiasta da emancipação do Paraná em relação a São Paulo. Ildefonso graduou-se em Humanidades no Rio de Janeiro, de onde voltou para ingressar no mercado da erva-mate que vivia um momento ascendente. Seu primeiro engenho de mate foi construído em Antonina, mas com o surgimento da estrada da Graciosa, transferiu suas atividades para Curitiba.
Na capital, adquiriu e modernizou o engenho Iguaçu, além de inaugurar o Engenho Tibagi. Adquiriu a Typographya Paranaense e passou a imprimir selos coloridos que identificavam sua erva mate, o quê multiplicou as vendas. A Typographya passou a se chamar Impressora Paranaense. Ildefonso Correia também possibilitou a existência do Banco Industrial e Mercantil e também foi o acionário mais importante da Companhia Ferrocarril de Curitiba, além de ser proprietário do jornal Diário do Comércio e diretor da Sociedade Protetora de Ensino. Participou da fundação da Associação Comercial do Paraná e foi seu primeiro presidente.
Em 1882, foi eleito deputado provincial e, seis anos depois, assumiu de forma interina o governo da província. Quando exerceu a presidência da Câmara Municipal, assumiu o compromisso público de libertar todos os escravos do município, antes mesmo da assinatura da lei Áurea. Com a proclamação da república, foi convidado por Vicente Machado a participar do Partido Republicano, mas seu interesse em política já não era mais o mesmo.
A Revolução Federalista irrompeu no ano de 1893. Pretendendo chegar a São Paulo, revoltosos oriundos do Rio Grande do Sul cercaram a cidade da Lapa que resistiu por muitos dias até a capitulação com a morte do General Gomes Carneiro. Vicente Machado afastou-se de Curitiba e a capital ficou à mercê dos revolucionários que adentraram sem maiores problemas. Ildefonso Correia desempenhou papel decisivo na preservação de Curitiba e de seus habitantes. Cedeu dinheiro do próprio bolso para evitar saques e estupros. Após a volta das forças legalistas, o Barão foi preso e executado no km 65 da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá em companhia de cinco amigos, também presos políticos. Os verdadeiros fatos em torno da memória de Ildefonso Pereira Correia passaram a ser resgatados nos anos 40 do século XX. Autores como Rocha Pombo, Leôncio Correia e Túlio Vargas, assim como recentemente o cineasta Maurício Appel contribuíram para o reconhecimento de sua importância para a história do Paraná.
Benjamim Lins (1876-1951)
Regional Matriz
Bairro: Batel
Benjamin Baptista Lins d'Albuquerque nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 29 de janeiro de 1876. Era filho do Capitão João Lins d'Albuquerque e Anna Carolina Lins d'Albuquerque. Formou-se na Faculdade de Direito de Recife, Pernambuco. Para se sustentar, lecionava Matemática e Português no Colégio Porto Carrero. Em 1907, acompanhado pelo amigo Lindolpho Pessoa da Cruz Marques, veio morar em Curitiba, onde abriu um escritório de advocacia na Alameda Dr. Muricy.
Lecionou as disciplinas de "Enciclopédia Jurídica", "Filosofia do Direito" e "Introdução à Ciência do Direito" na recém-fundada Universidade do Paraná. Na revolução de 30, o professor Lins foi nomeado para o cargo de diretor da Instrução Pública e, posteriormente, Procurador Regional da República.
Além destas atividades, benjamim Lins foi um dos fundadores do jornal Gazeta do Povo, em 1919 e também do jornal O Dia.
Em suas palavras, "ambos destinados a formar as correntes de opinião do povo paranaense, para livrá-lo das estreitezas e egoísmos de certos políticos que não entendem a vida pública senão subordinada ao maquiavelismo dos interesses particulares". Faleceu em 13 de janeiro de 1951 e seu nome foi dado a uma via do bairro Batel.
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C
Comendador Fontana (1849-1894)
Regional Matriz
Bairro: Alto da Glória
O Comendador Francisco Fasce Fontana nasceu na localidade de Nova Palmira, Uruguai, a 13 de janeiro de 1849. Foi um dos mais importantes industriais de erva-mate no Paraná, durante a segunda metade do século XIX. A Fábrica Fontana, montada na região do Alto da Glória, utilizava-se de um sistema de pilões desenvolvido pelo próprio Comendador. Em plano inclinado os pilões realizavam automaticamente a carga e a descarga da erva-mate, ao contrário dos lentos pilões horizontais.
Fontana, com apoio do então presidente da província Alfredo D'Escragnolle Taunay e do Barão do Serro Azul, criou o Passeio Público de Curitiba, em um banhado nas proximidades de sua fábrica de erva-mate. Com a transformação daquele trecho do Rio Belém em um lago, a obra cumpria objetivos de embelezamento da cidade e saneamento urbano. O Passeio Público foi amplamente aceito pela população e pode ser visto como uma das primeiras iniciativas para mudar a aparência da cidade.
Em 1887 foi inaugurada a primeira linha de bondes conduzidos por muares em Curitiba. O trajeto contemplava de um lado o engenho do Barão do Serro Azul, no Batel e, no outro extremo, o Passeio Público, ao lado da Fábrica Fontana e de seu palacete, o mais antigo do caminho que posteriormente ficou conhecido como Boulevard 2 de julho. O Comendador foi responsável pelas obras e exerceu o cargo de diretor do Passeio Público até 1900. Recebeu a comenda da ordem da Rosa e foi cônsul do Brasil no Uruguai. Faleceu a 13 de março de 1894, em Curitiba.
Coronel João Gualberto (1874-1912)
Regional Matriz
Bairros: Alto da Glória e Juvevê
Filho de João Gualberto Gomes de Sá e de dona Júlia Bezerra Gomes (Cavalcanti) de Sá, João Gualberto Gomes de Sá Filho nasceu em Recife, Pernambuco, a 11 de outubro de 1874. Passou a infância e a juventude naquela cidade, de onde só saiu para ingressar na Academia Militar do Rio de Janeiro, onde se graduou alferes, em 1894. Obteve também graduação em engenharia militar e Ciências Físicas e Matemáticas. A partir de 1901, prestou serviços como tenente no 13º Regimento de Cavalaria do Exército, em Curitiba. João Gualberto fundou foi comandante do Tiro de Guerra 19, (posteriormente chamado Barão do Rio Branco), no local onde hoje está o Teatro Guaíra.
Em 1912, o Presidente Carlos Cavalcanti pensou em indicar João Gualberto para a prefeitura de Curitiba, mas seu nome foi preterido em favor do engenheiro Cândido de Abreu. Coube a Gualberto o comando do Regimento de Segurança do Estado do Paraná (a atual Polícia Militar), função que assumiu em 21 de agosto daquele ano. Nesse período aumentaram os distúrbios na região de divisa entre Paraná e Santa Catarina. Colonos foram despejados de suas terras por empresas estrangeiras que pretendiam dominar a economia da região.
Ao mesmo tempo, se impõem a figura do monge João Maria (o terceiro líder messiânico a arrebanhar seguidores na região usando este nome). O coronel João Gualberto reuniu quatrocentos homens e foi até União da Vitória pela linha férrea. De lá, seguiu em marcha com os soldados por mais de 50 quilômetros até Palmas. No dia 2 de outubro, ao adentrar os Campos do Irany (território catarinense), João Gualberto e seus homens foram surpreendidos por mais de 4000 revoltosos. Na batalha, morreram o coronel e o monge. A metralhadora que seria sua garantia falhou.
A chegada de seus restos mortais a Curitiba reuniu centenas de pessoas em frente à Estação. O conflito do Contestado se estendeu por mais tempo e estima-se que tenha gerado aproximadamente 20.000 mortos. O nome de João Gualberto foi escolhido para rebatizar o antigo Boulevard 2 de Julho, entre o Passeio Público e o Alto da Glória.
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D
Dario Vellozo (1869-1937)
Regional Portão Fazendinha
Bairro: Vila Izabel
Dario Persiano de Castro Vellozo nasceu no Rio de Janeiro a 26 de novembro de 1869. Era filho de Cyro de Almeida Vellozo (que foi um dos primeiros prefeitos eleitos de Curitiba) e de Zulmira Mariana de Castro Vellozo. O início de sua vida foi marcado por dificuldades financeiras. Dario trabalhou como encadernador enquanto cursava Humanidades no Colégio D. Pedro II. Mudou-se para Curitiba, em 1885 e passou a trabalhar como tipógrafo nas oficinas do jornal 19 de Dezembro. Foi amanuense da Chefatura de Polícia, Praticante da Tesouraria da Fazenda, Relator dos Debates da Assembléia Legislativa e professor (Escola Normal e Ginásio Paranaense.
Estudioso do Helenismo, Dario Velozzo marcou época como um dos nomes mais importantes da vida intelectual em Curitiba no início do século XX, em especial, do movimento simbolista. Eventos no Passeio Público atraíam o interesse da população em torno de famosos escritores como Emiliano Perneta e o próprio Velozzo. O escritor dirigiu algumas publicações como O Cenáculo, Esfinge, Ramo de Acácia, Pitágoras e Brasil Cívico, entre outras. Foi também autor de poesias, contos, romances e estudos diversos.
Em 22 de novembro de 1918, Dario Velozzo inaugurou o Instituto Neo-Pitagórico (conhecido como Templo das Musas), no então distante bairro de Vila Izabel. O projeto do prédio foi de autoria do arquiteto e poeta nordestino Mariano Alves de Farias. Durante muitos anos a entidade reuniu cidadãos de procedências e características diversas no intuito de entender e debater as bases do pensamento místico-filosófico d grego Pitágoras, sob o viés de Dario Vellozo.
Além de preservar uma pequena fração da mata nativa da localidade, o Instituto reuniu uma biblioteca composta por mais de 70 mil volumes. No ano de 1987, um incêndio atingiu o local e muitos exemplares se perderam. Os próprios sócios, encabeçados pelo professor Rosala Garzuze, juntaram a quantia necessária para restaurar o local. Intelectuais como Paulo Leminski e Décio Pignatari foram frequentadores do Instituto. Dario Vellozo faleceu em Curitiba a 28 de setembro de 1937.
Desembargador Hugo Simas (1883-1941)
Regional Matriz e Boa Vista
Bairros: São Francisco, Bom Retiro e Pilarzinho
Nascido na cidade de Paranaguá em 23 de outubro de 1883, Hugo Gutierrez Simas era filho de Fernando Simas e de Helena Gutierrez. Formado em Direito, passou a exercer o cargo de promotor na cidade de Antonina, mas sua notoriedade ganhou força quando se tornou advogado militante e professor no Ginásio Paranaense. A fama decorrente lhe possibilitou o ingresso na política com sua eleição para deputado estadual. Ao lado de nomes como Nilo Cairo e Victor Ferreira do Amaral, Simas foi um dos fundadores da Universidade Federal do Paraná.
Na década de 20, morou na cidade do Rio de Janeiro, onde exerceu a função de consultor jurídico do banco Lloyd, mas em 32, aceitou a chefia do Ministério Público do Paraná, a pedido do interventor Manuel Ribas. Tornou-se, posteriormente, desembargador pela instância então conhecida como Superior Tribunal de Justiça (estadual).
Entre seus livros de caráter jurídico, merecem destaque: Seguros Marítimos, de 1930; Tribunais Marítimos Administrativos, de 1931; Compêndio de Direito Marítimo, de 1938 e os comentários ao Código Brasileiro do Ar, de 1939. O conjunto de sua obra escrita (jurídica e literária) lhe valeu o ingresso em instituições como o Centro de Letras do Paraná e a Academia Paranaense de Letras. Faleceu em 27 de outubro de 1941
Desembargador Westphalen (1847-1923)
Regional Matriz e Portão Fazendinha
Bairros: Centro, Rebouças, Parolin e Portão
Emygdio Westphalen nasceu a 11 de novembro de 1847 na cidade da Lapa. Formou-se em direito no ano de 1867 pela Faculdade de Direito de São Paulo. E sua primeira atividade profissional foi como promotor na cidade de Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. Em seguida, retornou à Lapa, onde também foi promotor, além de exercer o cargo eletivo de vereador. Entre 1882 e 1884 exerceu as seguintes funções: juiz em Curitiba, juiz na Lapa, deputado provincial e chefe de polícia.
Em primeiro de agosto de 1891, assumiu a função de Desembargador do recém-criado Tribunal de Apelação do Estado do Paraná. Após um ano de funcionamento, este órgão teve seu nome alterado para Superior Tribunal de Justiça (estadual).
Em meio a tais mudanças, Westphalen continuou exercendo forte influência na política local. Seus posicionamentos sempre foram transparentes, e um exemplo disso foi seu notório envolvimento com um governo republicano provisório que se instalou na Ilha do Desterro (hoje, Florianópolis), antes mesmo da proclamação da república. Westphalen foi obrigado a se aposentar compulsoriamente, penalidade imposta pelo então presidente em exercício da província, Vicente Machado como represália por uma suposta conivência com os revolucionários maragatos que se instalaram em Curitiba no início de 1894. Toda a cúpula da magistratura foi aposentada, fenômeno que o historiador Rui Cavalin Pinto considera isolado na história do Brasil.
Após este período, entre 1908 e 1912, Westphalen foi procurador-geral do estado e colaborou com vários órgãos de imprensa, como o Opinião Liberal, Commércio do Paraná, Livre Paraná, A Reforma e Província do Paraná. Foi também um dos fundadores da Associação Literária Lapeana. Faleceu no dia 17 de março de 1923.
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E
Eufrásio Correia (1839-1888)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Lograduro: Praça
Manuel Eufrásio Correia, nascido a 16 de agosto de 1839, em Paranaguá, era filho do coronel Manoel Francisco Correia e de Joaquina Assumpção Correia e tio de Ildefonso Correia, o Barão do Serro Azul. Fez os estudos primários em Paranaguá e transferiu-se para Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito em 1858. Após a conclusão do curso, instalou-se em Curitiba onde passou a exercer a advocacia.
Foi delegado de polícia, promotor público, primeiro suplente de juiz municipal em Paranaguá, inspetor do Tesouro Provincial e chefe de polícia do estado de Santa Catarina. Chefe do Partido Conservador no Paraná e colaborador do jornal Gazeta Paranaense, órgão de imprensa dos conservadores. Convidado pelo Barão de Cotegipe para ser Chefe de Gabinete Imperial, optou por ser presidente da província de Pernambuco, onde faleceu em 4 de fevereiro de 1888.
Seu nome foi dado ao antigo Campo do Schmidlin, também conhecido como Largo da Estação, em virtude da sua proximidade com a Estação Ferroviária. O local se revestiu de importância nas primeiras décadas do século XX por ser a porta de entrada para todo aquele que chegasse a Curitiba vindo de trem. A praça foi cercada, recebeu luz elétrica e sediou a exposição de produtos agrícolas de 1903. Reformulada em 1915 pelo prefeito Cândido de Abreu, a praça recebeu nova arborização, bem como luminárias em ferro fundido e um chafariz ornado por uma ninfa de bronze trazida de Paris.
Todo o ambiente compreendido pela praça é composto por bens tombados: sobrados laterais, prédio da Câmara Municipal de Curitiba (Palácio Rio Branco), antigo estacionamento dos bondes, Casa Emilio Romani e Estação Ferroviária. Ao lado da Praça Carlos Gomes, a Praça Eufrásio Correia é o único espaço público reformulado por Cândido de Abreu que preserva as características de época.
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F
Francisca Beralde Paolini (1891-1982)
Regional Pinheirinho
Bairro: Caximba
Francisca Beralde Paolini nasceu na Iália em 22 de outubro de 1891. Veio para o Brasil instalando-se na região sul de Curitiba, mais especificamente no local que posteriormente ficou conhecido como Caximba. Em conformidade com os costumes da época, Francisca dedicou sua vida aos cuidados do lar, mas teve importância no desenvolvimento do bairro. Além de colaborar na construção da igreja, também acomodou as primeiras professoras que trabalharam na Caximba. O ato generoso foi além: cedeu cômodos de sua propriedade para que fossem usados como salas de aula.
A exemplo de outros bairros de Curitiba, as origens da Caximba remontam à colonização por imigrantes provenientes da Europa. Da mesma forma que a Colônia do Umbará, por exemplo, desenvolveu sua economia com base em atividades agro-pecuárias e nas olarias que se espalharam pela região. Em tempos recentes, o bairro comportou um aterro que, por mais de vinte anos, recebeu os detritos recolhidos nas demais regiões da cidade.
Uma responsabilidade que cobrou seu preço, mas a desativação do aterro em outubro de 2010, já gerou um aumento de interesse na habitação do Caximba, palavra de origem tupi que significa "mato que gruda". Viúva de Dino Paolini, Francisca Beralde Paolini criou oito filhos, vindo a falecer no dia 24 de agosto de 1982.
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G
General Carneiro (1846-1894)
Regional Matriz
Bairro: Alto da XV
Ernesto Gomes Carneiro nasceu na localidade de Serro, em Minas Gerais, a 18 de novembro de 1846. Era filho de Marciano Ernesto Carneiro e d. Maria Adelaide Gomes Carneiro. Após a conclusão do curso de Humanidades, esteve inclinado a assumir os negócios farmacêuticos da família, mas o advento da Guerra do Paraguai alterou seus objetivos. Foi o primeiro voluntário a se oferecer para a recém-criada "Divisão dos Voluntários da Pátria" e, sob o comando do General Ozório, contribuiu para a vitória na Batalha de Estero Bellaco, em 2 de maio de 1866, tornando-se alferes.
Com o término da guerra, Gomes Carneiro passou a frequentar a Academia Militar e a Escola de Tiro de Campo Grande. Nesses locais formou-se com distinção, mas não alheio às idéias republicanas. Um incidente com seu filho mudou isso.
O menino já não podia andar, pois perdera as pernas. Dom Pedro II foi pessoalmente à casa de Gomes Carneiro e doou ao seu filho o primeiro aparelho ortopédico do Brasil, o que possibilitou a volta dos movimentos da criança. Gomes Carneiro desligou-se de todos os vínculos republicanos. Quando a proclamação aconteceu em 1889, Carneiro estava no Mato Grosso, envolvido com a colocação da linha telegráfica e com a pacificação dos índios Bororós. Foi o criador dos Colégios Militares, instituições que inicialmente prestavam um serviço assistencial aos órfãos da Guerra do Paraguai.
Na transição entre os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, Gomes Carneiro era um homem da confiança de Floriano. Este lhe ordenou que contivesse os rebeldes gaúchos (maragatos) na cidade da Lapa. Carneiro tinha sob suas ordens, entre soldados e voluntários, 369 homens. Os revolucionários eram 3000. Mesmo assim, o general manteve a resistência ao cerco por 26 dias. Conta Maria Nicolas que ele não pôde abandonar o posto, mesmo com a notícia da morte de dois filhos. Atingido em combate, recebeu os cuidados do médico João Cândido, mas veio a falecer pouco dias depois, a 09 de fevereiro de 1894.
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I
Isac Ferreira da Cruz (1897-1967)
Regional Bairro Novo
Bairro: Sítio Cercado
Em 1891, Laurindo Ferreira da Cruz comprou um terreno no lugar então denominado sobriamente em documentos públicos como "Cercado". Neste local criou quatro filhos. O último, nascido em 06 de abril de 1897, recebeu o nome de Isac Ferreira da Cruz. Aos 23 anos, Isac casou-se com Magdalena Claudino, filha de um comerciante da região.
Com o nascimento dos filhos, mudou-se para a cidade de Paula Freitas, no interior do Paraná, de onde voltaria em 1936 para se estabelecer novamente no Sítio Cercado. O desgosto decorrente da morte precoce de uma filha em 1945 o fez mudar-se para o Pinheirinho.
Buscava iniciar uma nova vida e deu início a dois empreendimentos: o posto de gasolina Santo Antônio, inaugurado em 15 de junho de 1948 e, algum tempo depois, um hotel no mesmo terreno. Estes dois estabelecimentos se tornaram referências comerciais nos anos 50 e 60. Como o Pinheirinho era uma região muito isolada, qualquer viajante que passasse por ali, pararia para uma refeição ou mesmo para um pernoite.
A implantação da BR 116, via federal de pista dupla, foi difícil para os moradores da região, mas o posto permaneceu com intenso fluxo de clientes. Isac veio a falecer no final dos anos 60, mas seu papel foi determinante para a economia da região sul de Curitiba.
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J
João Dranka (1909-1952)
Regional Matriz
Bairro: Cristo Rei
João Dranka nasceu em Araucária, Paraná, a seis de março de 1909. Era filho de Martin e Catarina Dranka. Foi funcionário da RFFSA e prestou serviços no loteamento da região do Cajuru, onde se localizavam a Vila das Oficinas e a Vila dos Ferroviários. A Sociedade Beneficente Vila Cajuru foi construída em um terreno conseguido por Dranka.
Entre outras contribuições para a melhoria da comunidade, ele auxiliou a construção do grupo escolar "República do Uruguai". A região conhecida como Cristo Rei estava na abrangência do bairro Cajuru e foi conhecida por muitos anos como Vila Morgenau. João Dranka faleceu a 16 de novembro de 1952, em Curitiba.
João Negrão (1833-1887)
Regionais Matriz e Portão/Fazendinha
Bairros: Centro, Rebouças e Prado Velho
João de Souza Dias Negrão nasceu em Morretes a 19 de dezembro de 1833. Era filho do capitão João de Souza Dias Negrão, o "Velho" e de dona Rita de Andrade Negrão. Aos quinze anos, João Negrão se responsabilizou pelo sustento da família, em virtude da súbita cegueira que acometeu seu pai.
Exerceu vários empregos públicos: escrivão do Juiz Municipal de Curitiba, 2° Tabelião de Notas de Curitiba, Coletor da Vila do Príncipe, hoje Lapa; administrador Interino da Barreira do Rio do Pinto, em Morretes, oficial da Secretaria de Governo, escrivão da Coletoria da Capital, secretário da Repartição Estatística, Escrivão do Registro de Rio Negro, escrivão da Barreira da Graciosa e administrador da Barreira da Graciosa (cargo que ocupou até a aposentadoria em 1877). Depois disso, ainda exerceu o cargo de Inspetor Escolar no Porto de Cima e também se elegeu Deputado Provincial pelo Partido Conservador.
Na Assembléia Provincial, empreendeu esforços pelo fortalecimento do ensino fundamental. Faleceu em 2 de abril de 1887. Seu nome batiza a antiga Avenida Rio Paraná, que cruza a cidade do Centro em direção ao Rebouças e ao Parolin. As discussões ocorridas em 1885 sobre a construção de uma ponte seca (conhecida como Ponte Rua Schmidlin) entre a Avenida João Negrão e a Sete de Setembro demonstram a importância do logradouro que até meados da década de 20 foi um dos trajetos das boiadas que passavam por Curitiba rumo a São José dos Pinhais.
Jorge Lothário Meissner (1895-1951)
Regional Matriz
Bairro: Jardim Botânico
Nascido em Curitiba no dia 23 de fevereiro de 1895, Jorge Lothário Meissner Filho graduou-se em engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Esteve à frente da construção do Hospital Militar de Curitiba, do quartel do 20º Regimento de Infantaria, localizado no Bacacheri e, também, do Leprosário São Roque, em Piraquara. Em 1932, durante a gestão do interventor Manuel Ribas, o engenheiro foi nomeado prefeito de Curitiba.
Neste cargo, Lothário Meissner pavimentou ruas como a Inácio Lustosa e a Buenos Aires utilizando macadame (sistema criado no início do século XIX pelo escocês John MacAdam). Substituiu as calçadas de muitas ruas centrais (conhecidas então como "passeios") por calçamentos de paralelepípedos. Foi também responsável por reformas no cemitério São Francisco de Paula e na Praça Tiradentes, que recebeu um abrigo para os passageiros dos bondes e ônibus. Reaparelhou o matadouro de Curitiba (que se localizava no Guabirotuba) e destinou um local no bairro da Barreirinha para o armazenamento de produtos inflamáveis.
Foram também iniciativas suas a retificação do rio Belém e a canalização do rio Juvevê, bem como a construção de uma ponte sobre o Rio Ivo, na rua Barão do Rio Branco. Espalhou cinqüenta e quatro luminárias em ferro fundido, melhorando a iluminação de áreas antes consideradas perigosas. Uma de suas contribuições mais relevantes foi a criação do Conselho de Contribuintes do Município, cuja função era avaliar os recursos interpostos pelos cidadãos.
Renunciou ao cargo em 14 de junho de 1937, deixando a prefeitura com um saldo financeiro positivo, apesar do grande número de intervenções estruturais. Após sua saída da prefeitura, dedicou-se ao plantio de café no norte do Paraná. Faleceu em agosto de 1951.
"Após Cândido de Abreu e Moreira Garcez, foi o prefeito-engenheiro que mais agradou a população interessada no desenvolvimento do urbanismo moderno na capital paranaense. Somou-se aos outros dois para formarem o "trio de ferro" que impulsionou a institucionalização das avançadas intervenções sobre o espaço da cidade. Assim como seus dois antecessores, Meissner projetou e concretizou vários planos de obras para a urbe curitibana" (Walter Fernandes da Cunha Filho)
Júlia Wanderley (1874-1918)
Regional Matriz
Bairro: Mercês
Júlia Wanderley Petriche era filha de Affonso Wanderley e de Laurinda da Souza Wanderley. Nasceu em Ponta Grossa a 26 de agosto de 1874. Três anos depois, a família transferiu-se para Curitiba, onde seu pai prestou colaboração na pintura interna da catedral.
Iconoclasta, Júlia Wanderley rompeu padrões ao se matricular na Escola Normal com o intuito de se tornar professora. Foi a primeira mulher a se formar nessa instituição, em 1892. Em seguida, foi designada para a 9a Cadeira de Instrução Primária de Curitiba. Tornou-se diretora da Escola Tiradentes, recém-criada pela Associação Comercial do Paraná. Durante vinte e cinco anos, Júlia Wanderlei dedicou-se ao magistério e, a maior parte deles, prestou serviços na Escola Tiradentes.
Também assessorou três secretários de educação e suas qualidades enquanto professora foram enaltecidas por nomes de relevo na educação do Paraná, como o professor Victor Ferreira do Amaral. Sob o pseudônimo de Augusta de Souza, escreveu em periódicos sobre educação e outros temas. Faleceu aos 44 anos em 5 de abril de 1918.
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L
Leoberto Leal (1912-1958)
Regional Cajuru
Bairro: Guabirotuba
Filho de Miguel da Silva Leal e de Iracema Laus, o político Leoberto Leal nasceu na cidade de Tijucas, em 4 de julho de 1912. Formado em Direito no ano de 1936, inciou cedo nas lides políticas. Integrante do PSD (Partido Social Democrático), foi eleito deputado federal por Santa Catarina em 1950 e reelegeu-se quatro anos depois, dessa vez, pela Aliança Social Trabalhista. Além dessas atividades eletivas, também exerceu as presidências da Comissão Especial de Preços e da Secretaria de Viação e Obras Públicas.
Igualmente marcantes foram suas viagens à Europa e à Ásia como integrante das delegações parlamentares brasileira. Ainda na seara diplomática, Leoberto Leal também participou de comissões que representaram o Brasil em países como Argentina, Espanha, França, Itália, Suíça e Inglaterra.
No dia 16 de junho de 1958, um desastre aéreo vitimou o deputado Leoberto Leal nas proximidades do aeroporto Afonso Penna, em São José dos Pinhais.
Além de Leoberto Leal, morreram no mesmo acidente o então governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda e Nereu Ramos, senador pelo mesmo estado. Por ocasião de seu súbito falecimento, Leoberto Leal estava com 45 anos. A cidade de Curitiba o homenageou emprestando seu nome a uma rua do bairro Guabirotuba.
León Nicolas (1865-1958)
Regional Pinheirinho
Bairro: Capão Raso
León Nicolas nasceu em 21 de março de 1865, na cidade de Morognes, França. Era filho de Duasau Nicolas August e Marie Cochet, casal que veio para Brasil em julho de 1875. Participou, ao lado do pai, na construção da ponte São João, uma das mais complexas da estrada de ferro Paranaguá Curitiba.
Depois passou a trabalhar em teatros, aprendendo a criar cenografia. Era carpinteiro, eletricista, contra-regra, cenógrafo e zelador, nem sempre recebendo pelo seu trabalho. Falava corretamente francês, italiano, espanhol e o português, sem sotaque estrangeiro. Foi uma figura fundamental para a consolidação da cena teatral do Paraná. Faleceu em 21 de outubro de 1958, aos 93 anos de idade, em Curitiba.
Luiz Antônio Xavier (1856 - 1933)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Nascido em Curitiba em 21 de dezembro de 1856, Luiz Antônio Xavier era filho de Manoel Antônio Xavier e Anna Fernandes dos Santos Xavier. Iniciou suas atividades profissionais como tabelião de notas aos 20 anos de idade. Foi advogado, promotor público na cidade de Ponta Grossa, secretário de Finanças e secretário de Interior, Justiça e Instrução Pública. No ano de 1893, Xavier exerceu o cargo de secretário de Justiça por breves dias.
Foi o primeiro prefeito a se reeleito para uma segunda gestão na cidade de Curitiba, tendo ocupado o cargo entre os anos de 1900 a 1907. Nessa época, a estrutura da cidade ainda apresentava deficiências e limitações orçamentárias que dificultavam o cotidiano dos habitantes. Luiz Xavier iniciou as alterações que possibilitaram as profundas reformas operadas posteriormente por Cândido de Abreu. Após esse período, retornou ao cargo de secretário de Justiça entre os anos de 1908 e 1912. Também representou o Paraná na Câmara Federal por mais de uma legislatura.
Quando exerceu a prefeitura de Curitiba, ampliou a largura do trecho de rua que ligava a Rua XV à Praça Osório. O lugar ficou curiosamente conhecido como "a menor avenida do mundo". Esta pequena via recebeu o nome de Luiz Xavier quando este ainda era vivo.
O nome foi alterado para João Pessoa por vontade do então presidente Getúlio Vargas, que quando vinha para Curitiba, costumava se hospedar no Braz Hotel, localizado naquele local. O logradouro ostentou o nome de João Pessoa por mais de 20 anos. Com a queda de Getúlio, a população de Curitiba decidiu pelo retorno do nome de Luiz Xavier, mas o político, falecido em 1933, não testemunhou a homenagem.
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M
Mário de Barros (1911-1960)
Regional Matriz
Bairro: Centro Cívico
Mário de Barros nasceu em Curitiba, a 22 de dezembro de 1911. Filho de Hugo de Barros e de dona Conceição Baptista de Barros, estudou nos colégios Júlio Teodorico e no Ginásio Paranaense (que veio a ser o Colégio Estadual do Paraná). Seu nome estava entre os formandos da turma de medicina da Universidade Federal do Paraná, no ano de 1936.
Posteriormente, sua tese de doutoramento sobre as influências da esplenectomia (retirada total ou parcial do baço) sobre a pressão arterial recebeu o prêmio dado pela Fundação Alexander von Humboldt, sediada na Alemanha. Também foi agraciado com o prêmio que à época era conferido pelo Laboratório Raul Leite. No início da carreira, foi assistente dos professores Castro Araújo e Fernando Magalhães, ambos no Rio de Janeiro.
Foi médico do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (I.A.P.C. E) e do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (D.N.E.R.), Em 1940, inaugurou a Cooperativa dos Rodoviários, tendo sido o médico-chefe desta instituição para o setor Paraná-Santa Catarina.
No ano de 1953 (Centenário da Emancipação do Estado do Paraná), Mário de Barros foi indicado por Getúlio Vargas para dirigir o Serviço de Assistência Médico-Domiciliar Urgente (S.A.M.D.U.). Cercou-se de experientes profissionais e usou técnicas administrativas que fizeram a entidade se tornar uma referência qualitativa entre os serviços públicos.
Tornou-se secretário de saúde do governador Bento Munhoz, e teve a oportunidade de implementar melhorias no sistema de saúde de todo o estado. Em 1955 tentou lançar seu nome ao governo do Paraná, mas não obteve votos suficientes para competir com o ex-governador Moysés Lupion. Em 58, Mário de Barros reelegeu-se deputado estadual, mas dois anos depois veio a falecer em razão de uma doença súbita.
Monsenhor Celso (Celso Itiberê da Cunha) (1849-1930)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Celso Itiberê da Cunha, o Monsenhor Celso, nasceu na cidade de Paranaguá, em setembro de 1849. Foi ordenado padre no Seminário Episcopal de São Paulo. Sua primeira missa foi celebrada na antiga igreja matriz de Curitiba, em 1873. Foi uma figura de relevo tanto para a reforma da Igreja da ordem, quanto na construção da nova catedral, que só foi terminada em 1893.
Já no primeiro ano do século XX, assume a igreja matriz de Curitiba. Irmão do músico Brasílio Itiberê da Costa, Monsenhor Celso sempre foi um estimulador de qualquer espécie de manifestação artística e presença constante nas discussões pertinentes ao cotidiano de Curitiba. Recebeu muitas homenagens, entretanto a mais significativa foi o empréstimo de seu nome à rua que liga a Praça Tiradentes à Praça Carlos Gomes (conhecida anteriormente como Ladeira do Pelourinho, Travessa da Matriz e 1o de Março).
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N
Nair Pereira Queirolo (1923-2001)
Regional Boqueirão
Bairro: Hauer (entre a Rua das Carmelitas, Frei Henrique de Coimbra e São Bento)
Nair Pereira Queirolo nasceu em Santos, estado de São Paulo, no dia 1º de abril de 1923. Era filha de Constantino Pereira Domingues e de Ramona Alonso Pla. Entre os anos de 1940 e 49, praticou voleibol pelo Clube Atlético Santista. Em 1950, casou-se com o artista circense (acróbata) Julião Guião, integrante da família Queirolo.
A história desse clã de artistas que excursionava pelos bairros de Curitiba marcou gerações curitibanas.
Nair participou das atividades circenses até 69, quando em companhia do marido, passou a trabalhar no Teatro Guaíra. Nair Faleceu aos 78 anos de idade, no dia 20 de outubro de 2001.
Nestor de Castro (1867-1906)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Logradouro: Travessa
Nestor de Castro nasceu na "Deitada-à-Beira-do-Mar" (antigo nome de Antonina) no ano de 1867. Era filho de Felipe de Castro e Ana Pereira de Castro. Ainda na infância tornou-se órfão, mas com a ajuda do cônego Manoel Vicente, pôde frequentar um seminário em São Paulo. De volta a Curitiba em 1887, tentou um empreendimento comercial sem sucesso. No ano posterior, casou-se com Arminda Pinheiro da Costa e passou a trabalhar no jornal 19 de Dezembro.
Neste período, colaborou com o escritor Jaime Balão em textos teatrais que foram musicados por Augusto Stresser. Com o advento da revolução federalista em 1894, Nestor de Castro tornou-se secretário do governo provisório, o que era coerente com sua filiação liberal. Tal conduta acarretou-lhe um exílio por cidades do sul do país. A experiência não foi de todo negativa, pois nessas viagens ele travou contato com a figura folclórica de "Bento Cego", cantador cujas trovas eram conhecidas e cantadas por todo o sul, mas sobre quem pouco se sabia. Nestor de Castro compilou os versos e fez um levantamento do que poderia ser a vida desse artista mítico, tendo empreendido para este fim, viagens por vários estados.
Quando retornou a Curitiba, sofreu retaliações em virtude de seus posicionamentos políticos. Casado e com 12 filhos, Nestor de Castro só conseguiu se restabelecer financeiramente quando, em 1904, seu amigo Teófilo Soares Gomes convenceu Vicente Machado a contratá-lo no jornal A República, de orientação legalista. Passou a escrever no mesmo jornal que enfrentara anteriormente em muitas polêmicas. Apesar das contrariedades, foi nesse momento que Nestor de castro concluiu seu estudo sobre Bento Cego, obra de referência sobre a cultura popular brasileira.
Sua carreira foi interrompida de modo súbito no dia 14 de agosto de 1906, quando o escritor contava com 39 anos. Nestor de Castro empresta seu nome a uma travessa localizada nas proximidades da catedral e também é o patrono da cadeira número 33 da Academia Paranaense de Letras.
Nestor Vítor (1868-1932)
Regional Portão Fazendinha
Bairro: Água Verde
Nascido em Paranaguá a 12 de abril de 1868, Nestor Vítor foi escritor, poeta, crítico, ensaísta e conferencista. Exerceu o magistério no Rio de Janeiro e em Paris, onde foi correspondente internacional dos jornais O País e Correio Paulistano. No mesmo período, realizou traduções para a Livraria Garnier. Quando retornou ao Brasil, ficou residência no Rio, onde se tornou crítico literário no jornal Os Anais e, posteriormente, em O Globo.
Orientava-se pela corrente francesa da crítica impressionista, em oposição à crítica de teor naturalista. Muitas vezes se utilizava do pseudônimo Nunes Vidal. Foi amigo e divulgador da obra do poeta catarinense Cruz e Souza, sendo sua a iniciativa da publicação das obras completas do poeta catarinense. A influência dessa relação fez com que Nestor Vítor se tornasse um dos principais articuladores do movimento simbolista em Curitiba, ao lado de nomes como Emiliano Perneta e Dario Velozzo.
Cosmopolita, Nestor Vítor teve a oportunidade de conhecer grandes metrópoles do final do século XIX e tal experiência lhe serviu de parâmetro ao escrever A Terra do Futuro, no qual trata das mudanças ocorridas no paraná entre os anos de 1875 e 1912. Apesar de sua importância para o simbolismo, Nestor Vítor viu com otimismo a gênese do movimento modernista no Brasil. Morreu no dia 13 de outubro de 1932, na cidade do Rio de Janeiro.
Newton França Bittencourt (1911-1967)
Regional Matriz
Bairro: Ahú
Newton França Bittencourt nasceu a 13 de outubro de 1911. Era filho de Cezar Bittencourt e Maria José de França. Desde cedo colaborou para o sustento da família. Tornou-se técnico em economia e contabilidade, sendo o fundador da entidade representativa da classe no Paraná.
Fundou também o Conselho Regional de Contabilidade. Integrou as diretorias de entidades como a Empresa Construtora de estradas ltda, Fábrica de Pianos Schneider, Santa Casa de Misericórdia, Instituto de Cegos, Clube Curitibano, Rotary Curitiba e Clube Atlético Paranaense, entre outros.
Colaborou em jornais e revistas, com artigos sobre Finanças e Contabilidade e outros temas. Em 1959 recebeu da Sociedade de Geografia Brasileira a comenda "Marechal Cândido Rondon". Faleceu em 12 de setembro de 1967, em Curitiba.
Nicola Pellanda (1875-1955)
Regional Bairro Novo
Bairro: Umbará
Italiano da cidade de Pádua, em 6 de julho de 1875, Nicola Pellanda chegou ao Brasil com 17 anos em companhia de seus pais Bortolo Pellanda e Domingas Bernardi Pellanda e de três irmãos Miguel Angelo Pellanda, Benvenuto Pellanda e Giovanni Pellanda. Desembarcaram do navio Vapore Nord em Paranaguá, e subiram a serra a pé, instalando-se por seis meses em São José dos Pinhais. Com auxílio do padre Pietro Cobalchini (líder espiritual dos italianos que moravam nas colônias), Bortolo compra um terreno, na região do Umbará, onde passa a dividir o espaço com os filhos.
A família dedicou-se ao plantio (vinhedos duraram de 1894 a 1962), à criação de animais, ao corte da madeira (atividade comum no início do século XX) e, a administração de olarias. Nicola Pellanda não respondeu à convocação das forças armadas italianas e se casou com Paula Miqueletto, com quem veio a ter 15 filhos. O grande marco do bairro ainda é a Igreja de São Pedro, construída com o esforço de imigrantes como os da família Pellanda.
Nilo Cairo (1874-1928)
Regional Matriz
Bairro: Centro - Alto da XV
Nascido em Paranaguá a 12 de novembro de 1874, Nilo Cairo da Silva mudou-se cedo para a cidade do Rio de Janeiro, onde se incorporou ao Exército. Graduado em engenharia militar, trabalhou nessa seara entre os anos de 1891 e 1904, quando foi vítima de um incidente que lhe custou o rompimento dos tímpanos. Transferido para a reserva, Nilo Cairo se dedicou a estudos diversos obtendo o bacharelado em medicina, ciências físicas e matemática.
Em 1906, mudou-se para Curitiba onde abriu uma clínica especializada em medicina homeopática. Cairo se tornou um entusiasta do tema, tendo publicado várias obras a respeito. Sua mais significativa contribuição enquanto pessoa pública foi a luta em prol do desenvolvimento da Universidade do Paraná, ideia gestada ainda no século XIX por intelectuais como Rocha Pombo. O grupo conseguiu concretizar o projeto e a universidade foi inaugurada em 19 de Dezembro de 1912. Após essa iniciativa, Cairo lecionou disciplinas diversas nos cursos de Medicina, Odontologia e Engenharia. Em 1925 afastou-se das atividades profissionais.
Segundo Wilson Bóia, Nilo Cairo era "dono de risadas homéricas, de piadas mordazes, às vezes irritadiço, caminhava célere, afobado, cumprimentando bruscamente amigos e conhecidos, acenando-lhes com a mão. Impulsivo e franco, arregimentou inimigos e indiferentes. Mostrava-se irônico e impiedoso contra os que se antepunham a ses projetos. Enciclopédico, cérebro privilegiado, casado por três vezes, faleceu no Rio de Janeiro em 6 de junho de 1928". Seus restos mortais encontram-se junto ao seu busto na Praça Santos Andrade, em frente à sede da Universidade federal do Paraná.
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O
Osiel Fonseca de Souza (1975-2008)
Regional Cidade Industrial
Bairro: Augusta
Osiel Fonseca de Souza nasceu em 30 de Julho de 1975 em Curitiba. Foi pianista e compositor de renome na cidade. Tecladista da Orquestra a base de Sopro, tocou piano no Vocal Brasileirão e no Coral Brasileirinho, foi arranjador e lecionou música em vários locais, com destaque para o Conservatório de Música de Curitiba. Recentemente foi homenageado pela Orquestra a Base de Sopros com a inclusão de alguns temas de sua autoria no cd/dvd Nossos Compositores. Osiel participou do grupo desde sua fundação em 1993 até seu falecimento, em 2008.
Ottoni Ferreira Maciel (1870-1944)
Regional Portão Fazendinha
Bairro: Vila Izabel
Nascido em 28 de outubro de 1870, na cidade de Palmeira a 70 Km de Curitiba, Ottoni Ferreira Maciel era filho do "coronel" Pedro Ferreira Maciel, líder político regional. Advogado e promotor público na sua cidade natal, também foi presidente da Câmara Municipal daquela localidade. Mais jovem deputado estadual a integrar a constituinte estadual de 1892, Ottoni Ferreira defendeu a República por ocasião da Revolta Federalista, em 1894. Entre os anos de 1896 e 1901, foi eleito deputado estadual por três vezes.
No ano de 1907, foi eleito vice-presidente do estado do Paraná, ao lado do médico João Cândido Ferreira. Foram destituídos por uma articulação descrita pelo próprio Ottoni Ferreira no livro Bastidores Políticos, lançado em 1925. Entre 1914 e 1915, retornou ao Legislativo Estadual. Em 1918, foi eleito deputado federal. Já no final da década de 20, foi um dos líderes da chamada Aliança Liberal.
Sua participação foi decisiva para que as tropas revolucionárias do general Miguel Costa alcançassem o território paulista, tornando-se, portanto, figura estratégica para a vitória da Revolução de 1930, no estado. Exercendo, também, influência junto ao interventor Manuel Ribas. Faleceu em29 de outubro de 1944, foi homenageado por Curitiba com o empréstimo de seu nome a uma das ruas do bairro Vila Izabel.
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P
Paulo Groetzner (1873-1933)
Regional Cidade Industrial
Bairro: Cidade Industrial (nas proximidades do Bosque do Trabalhador)
Nascido em São Paulo a 15 de maio de 1873, Paulo Groetzner morou no Paraná até os oito anos, quando a família retornou para aquele estado. Posteriormente, Groetzner instalou-se definitivamente em Curitiba, onde inaugurou uma padaria na Avenida João Pessoa (atual Luiz Xavier).
O sucesso desse empreendimento foi ampliado com a incorporação da fábrica Lucinda, localizada na divisa entre os bairros Ahú e Cabral. Os produtos da Fábrica Lucinda marcaram época, e Paulo Groetzner se tornou um dos nomes mais expressivos do cenário industrial em Curitiba.
A Fábrica de Biscoitos Lucinda funcionou sob este nome até 1980, ao ser incorporada pela indústria de alimentícios Tip Top. Paulo Groetzner faleceu no ano de 1933, em Curitiba e sua importância enquanto empreendedor foi reconhecida com a escolha de seu nome para o batismo de uma via da Cidade Industrial.
Paulo José Friebe (1962-2006)
Regional Boa Vista
Bairro: Bairro Alto
Nasceu em 24 de abril de 1962. Em 1980 resolveu investir na carreira dramática e frequentou o curso permanente de teatro, do Teatro Guaíra, por quatro anos. Em 1988, dirigiu o grupo de teatro "Vida e Sonho", constitído por jovens entre 16 e 20 anos, moradores do Bairro Alto, que ensaiavam e encenavam suas peças no espaço do colégio Madalena Sofia.
Entre os diversos trabalhos como ator em cinema e vídeo, destacam-se: "A Ervilha da Fantasia" (1985), de Werner Schumann; "Muiraquitã" (1986), de Willy Schumann e Eloi Pires Ferreira; "A Guerra do Pente" (1986), de Nivaldo Lopes; "Sr. Power" (1990), de Ozualdo Candeias; "Cronicamente Inviável" (2000), de Sérgio Bianchi. Entre seus trabalhos no teatro, destaca-se a participação durante anos na peça "O Vampiro e a Polaquinha", baseada em contos do escritor Dalton Trevisan. Figura popular do meio cênico paranaense, Paulo Friebe morreu em 12 de maio de 2006.
Pedro Luiz Scroccaro (1926-1976)
Regional Santa Felicidade
Bairro: Ganchinho
Pedro Luiz Scroccaro era filho de Aurélio Scroccaro e Domingas Margarida Scroccaro. Nasceu no bairro Umbará, em 27 de dezembro de 1926. Aos 13 anos, mudou para a casa que seu pai construiu na localidade do Ganchinho. Sempre esforçado, desde criança esteve envolvido com o trabalho na lavoura, mas também exerceu a função de motorista. Prestativo com os demais moradores, Scroccaro é um exemplo de cidadão cuja vida humilde e simples lhe valeu a homenagem de batizar um logradouro. Faleceu em 7 de março de 1976, deixando viúva e sete filhos.
Pedro Viriato Parigot de Souza (1916-1973)
Regional Santa Felicidade
Bairro: Campina do Siqueira
Pedro Viriato Parigot de Souza, nasceu em Curitiba, Paraná, a 26 de fevereiro de 1916, filho de Luiz Parigot de Souza e Aline Cordeiro Parigot de Souza. Concluiu seus estudos elementares em Curitiba. Formado em engenharia pela UFPR especializou-se em Hidráulica e hidrologia na França. Quando retornou ao país, passou a integrar a Secretaria de Viação e Obras públicas e, posteriormente, o Departamento Nacional de Rios e Canais. Nestas entidades, participou da regularização do rio Iguaçu e da construção do cais de atracação do Porto de Paranaguá.
Teve expressivo destaque à frente da Copel, órgão pelo qual pode viabilizar a construção de usinas e a implantação de energia elétrica em regiões de difícil acesso. Foi também membro do Conselho de Hidráulica e Hidrologia da UFPR. Em 1971 assumiu o governo do estado, em virtude da renúncia de Leon Peres.
Apesar de, já nesta época, estar acometido de grave enfermidade, conseguiu concretizar relevantes contribuições, como a criação da CEXPAR (Instituto de Comércio Exterior do Paraná). Casado com a senhora Egipcialinda Parigot de Souza, faleceu a 11 de julho de 1973. Parigot de Souza foi homenageado com a atribuição de seu nome a uma das ruas de Curitiba e também a uma usina de força em Antonina. Além da rua que leva seu nome em Curitiba, Parigot de Souza também nomina uma usina de força em Antonina
Petit Carneiro (1876-1940)
Regional Portão-Fazendinha
Bairro: Água Verde
Filho de Manoel Ricardo Carneiro e Délphica Guimarães Carneiro, Abdon Guimarães Petit Carneiro nasceu no dia 29 de outubro de 1876, na cidade de Paranaguá. Formou-se na Academia de Medicina do Rio de Janeiro em 1898 e, em seguida já atuou na epidemia de varíola que dominou Paranaguá na virada do século.
Em 1901, trabalhou na Santa Casa de São Paulo e também prestou serviços no Instituto Bacteriológico, sob a direção de Adolfo Lutz. A epidemia de peste bubônica que irrompeu nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro naquele mesmo ano de 1901, motivou a criação do Instituto Butantan, sob a liderança do médico e pesquisador Vital Brasil. Petit Carneiro novamente foi atuante para a contenção de mais essa crise epidemiológica.Em 1902, retornou à Paranaguá, onde além de manter um consultório particular, foi responsável pelo Hospital Público e pelo Serviço de Higiene Municipal. Em 1905, Petit Carneiro mudou-se para Ponta Grossa, onde exerceu a medicina até 1910.
Instalou-se permanentemente em Curitiba a partir de 1911. Foi figura proeminente na criação da Universidade do Paraná, onde, por quase 30 anos, lecionou diversas disciplinas, com destaque para a histologia (estudo dos tecidos biológicos). De forma paralela a todas essas atividades, Petit Carneiro também dirigiu os serviços médicos da Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (R.V.P.S.C.). Faleceu em Curitiba, a 24 de fevereiro de 1940.
Pórcia Guimarães Alves (1917-2005)
Regional Santa Felicidade
Bairro: Santa Felicidade (Ruas Augusto Comte e Terra Boa)
Logradouro: Jardinete
Pórcia Guimarães Alves nasceu em Curitiba, no ano de 1917. Filha de Orestes Augusto Alves, Pórcia era uma "nacarina", isto é, descendente do Visconde de Nácar (Manoel Antônio Guimarães, 1813-1891). Estava entre os formandos de 1940 do curso de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná. Inicialmente lecionou nos colégios Novo Ateneu e Nossa Senhora de Sion.
Em companhia do educador Lourenço Filho, Pórcia apresentou um projeto para a implantação dos cursos de psicologia no Brasil. Em 1954, Anísio Teixeira, então diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, auxiliou Pórcia na criação do Centro de Educação Guaíra, instituição pública que foi dotada da primeira clínica psicológica do estado, da primeira classe especial para crianças com limitações e do primeiro Pavilhão de Artes Industriais. Em 1961, Pórcia trabalhou na Escola Mercedes Stresser. No ano seguinte, Pórcia criaria o Instituto Decroly (particular), que oferecia assistência educacional a crianças super-dotadas.
Foram mais de 45 anos dedicados ao trabalho em prol da educação com vários artigos e livros publicados. Sua experiência no ensino foi solicitada para o assessoramento de três secretários de educação do estado. Professora Pórcia mantinha contatos com nomes como Jean Piaget, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, entre outros. Em 1997, lançou o livro Memórias da Psicologia no Paraná. Faleceu em 25 de junho de 2005.
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R
Rocha Pombo (1857-1933)
Regional Matriz
Bairro: Juvevê
José Francisco da Rocha Pombo nasceu no vilarejo de Anhaia em Morretes, a 4 de dezembro de 1857. Era filho de Manoel Francisco Pombo e de dona Angélica Rocha Pombo. Aos vinte anos publicou seu primeiro artigo em "A Escola", periódico do Rio. No ano de 1879, escreveu e editou O Povo, ainda em Morretes e, posteriormente, na cidade de Castro, dirigiu O Eco dos Campos. Ambas as publicações eram de franca tendência republicana e abolicionista. Em 1886 foi eleito deputado estadual. Atuou ainda em 1892 no jornal Diário do Comércio, do qual se tornou proprietário.
Exerceu alguns mandatos parlamentares na condição de deputado estadual, mas desgostou-se da política em virtude dos excessos decorrentes da Revolução Federalista. Em 1900 foi aceito como membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi professor, deputado estadual, escritor e um dos primeiros entusiastas de uma Universidade do Paraná, mais de vinte anos antes do projeto ser concretizado.
Entre seus escritos, destacam-se: Nova crença, 1889; A supremacia do ideal, 1889; Visões, 1891; A Guairá, 1891; In Excelsis, 1895; Marieta, 1896; No hospício, 1905; O Paraná no Centenário, 1900; História da América, 1900 e Para a História, lançado oficialmente na década de 1980. Neste livro, Rocha Pombo esclarece os eventos relativos à morte do Barão do Serro Azul. Faleceu a 26 de junho de 1933, no Rio de Janeiro, antes de assumir a cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras.
Remo de Persis (1881-1967)
Regional Cajuru
Bairro: Jardim das Américas
Remo de Persis nasceu na cidade de Roma, a oito de agosto de 1881. Desde cedo, o italiano se dedicou à música. Em 1928, Persis esteve no Brasil junto a uma companhia lírica que se apresentou em várias cidades. Depois das passagens por Rio e São Paulo, houve a apresentação em Curitiba e Remo de Persis resolveu permanecer na cidade.
Tornou-se professor de música no Ginásio Belmiro César, no Instituto Paranaense de Música e de Belas Artes e foi o fundador da renomada Academia Santa Cecília. Entre os muitos nomes que se destacaram com os ensinamentos de Persis, a pesquisadora Maria Nicolas destaca Túlio Lemos, Humberto Lavalle, Maria Jurandir e Francisco Bertoletti. O professor Remo de Persis faleceu em Roma, a 13 de junho de 1967.
Rodolpho Zaninelli (1898-1941)
Regional Santa Felicidade
Bairro: Mossunguê
Rodolpho Zaninelli nasceu a 19 de agosto de 1898. Filho de José Zaninelli e Eliza Zaninelli, passou a infância e a juventude na rua José Loureiro. Casou-se com Joana Daldegan, união que gerou 11 filhos. Instalou uma sapataria na Rua Monsenhor Celso e conseguiu reunir uma clientela fiel. Foi a primeira pessoa a produzir calçados com preparação específica para deficientes físicos em Curitiba. Faleceu no dia 19 de setembro de 1941.
Seu nome foi dado a uma rua que passa no bairro do Mossunguê, que em Tupi significa "milho que pula", isto é, pipoca. O aumento de condomínios de luxo na região - que agora também é chamada de Ecoville - fez com que o Mossunguê se tornasse o um dos três bairros com maior índice de renda em Curitiba.
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S
Sebastião Francisco Correia (1926-1948)
Regional Cajuru
Bairro: Capão da Imbuia
Nascido em 13 de setembro de 1926, Sebastião Francisco Correia era filho de Eduardo Francisco Correia e Catharina Correia de Jesus. Integrou o corpo de bombeiros de Curitiba na condição de voluntário. Dedicado, faleceu no dia 8 de junho de 1948, ao tentar salvar um funcionário da Companhia Força e Luz que estava preso a um cabo de alta-tensão. No ano seguinte, o Corpo de Bombeiros foi instituído como serviço público no estado do Paraná. Sebastião Francisco Correia recebeu homenagens póstumas e uma delas foi a atribuição de seu nome a um dos logradouros da cidade.
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T
Therezita Faria dos Santos Lima (1896-1950)
Regional: Boa Vista
Bairro: Pilarzinho
Filha de João Maximiano de Faria e Carlota Monteiro, Therezita nasceu em oito de junho de 1896, na cidade da Lapa. Iniciou seus estudos em Paranaguá, onde travou contato com música e línguas estrangeiras, particularmente espanhol e francês. Em 1918 foi nomeada professora-adjunta no Grupo Escolar Tiradentes e, no ano posterior, nomeada para o grupo Escolar de Antonina. Seu destino seguinte foi o Grupo Escolar Dona Izabel Branco, em Jaguariaíva, onde ficou até 1945. Nesse ano assumiu uma das turmas noturnas do grupo escolar Doutor Xavier da Silva, em Curitiba.
Quando jovem, foi presidente do Grêmio das Violetas, grupo feminino ligado ao Clube Curitibano (nos seus primórdios), e que acompanhava o escritor simbolista Dario Velozzo e seus companheiros literatos em encontros e festejos (como a Saudação à Primavera, no Passeio Público em 1911). Outra atividade a que se dedicou por muitos anos, foi o coro da Catedral Metropolitana. Casada com Eurides dos Santos Lima, Theresita faleceu em Curitiba, a 24 de janeiro de 1950.
Toaldo Túlio (1918-1957)
Regional Santa Felicidade
Bairros: Santa Felicidade, São Brás e Orleans
Nascido em Curitiba a 6 de julho de 1918, Toaldo Túlio era filho de Bortolo Túlio e de Ângela Toaldo Túlio. Profissionalmente desempenhou as funções de serventuário da justiça e de oficial do 6o cartório de registros de Curitiba. Além de ter sido presidente da Sociedade Beneficente Iguaçu, em Santa Felicidade, foi também membro da diretoria do Flamengo Futebol Clube (categoria amadora), da Sociedade Tiro ao Alvo e da Sociedade Filantrópica Pio X.
Foi eleito vereador por Curitiba em 1950 com votos apenas da região de Santa Felicidade. Quase no final do mandato, Túlio esteve no olho-do-furacão de uma crise política. O então prefeito José Luis Guerra Rego não pôde transmitir o cargo ao presidente da Câmara, Roberto Barroso Filho que, caso aceitasse, tornaria inviável a candidatura de seu pai, o jornalista Roberto Barroso, proprietário do jornal O Dia, ao Senado.
Barroso Filho deu posse ao vice-presidente da Casa, Toaldo Túlio que assumiu a Prefeitura de Curitiba em 31 de março daquele ano. O governador Bento Munhoz da Rocha, que também era candidato ao senado ignorou a posse de Túlio e nomeou para a prefeitura Ernani Santiago de Oliveira. O problema era jurídico pois alguns entendiam que o governador não tinha mais legitimidade pra fazer a indicação a prefeito após janeiro de 1954. O próprio governador entendia que sim. Diante dessa situação, Curitiba teve dois prefeitos por alguns dias, mas o entendimento do judiciário foi favorável ao governador e Toaldo Túlio retornou à Câmara. Faleceu dois anos depois, a 11 de abril de 1957.
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U
Ubaldino do Amaral (1842-1920)
Regional Matriz
Bairro: Alto da XV
Ubaldino do Amaral Fontoura era filho de Francisco das Chagas do Amaral e Gertrudes Pilar do Amaral. Nasceu na vila da Lapa, então pertencente à Província de São Paulo a 27 de agosto de 1842. Formado em direito em 1867, passou a exercer a advocacia no escritório do advogado e político Saldanha Marinho. Foi o primeiro paranaense a assumir simpatia pública pelo movimento republicano.
Exerceu vários cargos públicos na capital federal entre os anos de 1884 e 1891, quando foi eleito senador pelo Paraná. Presidiu a comissão encarregada de reavaliar a constituição vigente à época. Foi também Vice-Presidente e 1o Secretário do Senado. Entre 1895 e 1896 foi ministro do Supremo Tribunal Federal e, no ano posterior, foi nomeado prefeito do Rio de Janeiro. Exerceu também a direção do Banco da República e participou do Conselho da Junta Administrativa da Caixa de Amortização. Em 1909 presidiu o Banco do Brasil.
Entre outras atividades exercidas por Ubaldino do Amaral, foi árbitro do Brasil nas questões territoriais envolvendo Brasil, Bolívia e Peru.
Em 1902 candidatou-se à presidência, mas foi preterido em favor do candidato Rodrigues Alves. Cinco anos depois foi embaixador da Comissão Permanente de Arbitramento do Tribunal de Haia, ao lado de Ruy Barbosa em 1907. Alves. Ubaldino do Amaral faleceu em 22 de janeiro de 1920 e seu nome hoje batiza uma das vias mais importantes do bairro Alto da XV, em Curitiba.
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V
Verônica Mikosz Kucek, a "Tekla" (1914-1997)
Regional Boa Vista
Bairro: Abranches
Verônica Mikosz Kucek - mais conhecida pelo apelido de \'Tekla\', nasceu em Curitiba, no dia dez 10 de janeiro de 1914. Era filha de Ladislau Mikosz e Cecília Stensowski Mikosz. Em maio de 1936 casou com o Sr. Estanislau Kucek na Paróquia de Santa Ana de Abranches, entretanto o casal fixou residência na região que posteriormente ficou conhecida como Novo Mundo. Em 1962, Verônica e o esposo conseguiram oficializar a proposta para a construção da paróquia da sagrada Família, no Novo Mundo.
Sua dedicação ao lugar e sua preocupação com o bem-estar da comunidade fez com que o então arcebispo de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, a chamasse de "vigária do Novo Mundo". Em 74 voltou para o bairro Abranches com o intuito de atender as necessidades de seus pais, já idosos. Mãe de seis filhos, em 1986 festejou Bodas de Ouro em cerimônia realizada na mesma paróquia de Santa Ana de Abranches. Permaneceu neste bairro até sua morte, em 1997.
Vicente Machado (1860-1907)
Regional Matriz
Bairro: Centro
Vicente Machado da Silva Lima nasceu no dia 09 de agosto de 1860 na cidade de Castro, Paraná. Era filho do capitão José Machado da Silva Lima. Em 1881 graduou-se em Direito pela Academia de Direito de São Paulo, tornando-se promotor público em Curitiba. Lecionou filosofia no Instituto Paranaense e, em 1883, tornou-se juiz em Ponta Grossa, atividade que exerceu por um breve período. No ano seguinte, seus artigos sobre política chamaram atenção nos jornais Dezenove de Dezembro e A Província do Paraná.
Em 1885 assumiu uma cadeira na Assembléia Provincial pelo Partido Liberal. Aos poucos revelou suas simpatias republicanas, participando do pequeno grupo que elaborava o semanário A República. Tentou a reeleição naquele ano, mas não obteve respaldo popular. Apesar disso, com a proclamação da República em novembro de 1889, ocupou uma série de cargos que o projetaram politicamente: chefia de polícia do governo provisório, superintendência da instrução pública do estado e a presidência da Câmara Municipal de Curitiba.
Foi também relator da conturbada assembleia constituinte do estado do Paraná, em 1892. No ano seguinte, com o afastamento de Xavier da Silva da Presidência do Estado por motivos de saúde, Vicente Machado assume o cargo, com a aprovação do Marechal Floriano Peixoto.
Ainda em 1893, eclode a Revolta Federalista no Rio Grande do Sul. Os revolucionários que se opunham ao governo do Marechal Floriano, precisavam passar pelo Paraná para atingir o Rio de Janeiro (capital federal à época). O conflito gerou episódios sangrentos como o Cerco da Lapa. A inevitável aproximação dos revoltosos fez com que Vicente Machado se refugiasse na cidade de Castro (transformada em capital do estado). Quando Curitiba foi invadida, Machado já estava em São Paulo. A duração do Cerco da Lapa permitiu que as forças governistas se organizassem e os revolucionários retornaram para o Rio Grande do Sul.
Apesar de ser acusado de abusos no exercício do poder, Vicente Machado conseguiu se eleger senador em 1895, substituindo Generoso Marques. Foi de sua autoria a polêmica lei 409 que equiparava o imposto de exportação da erva-mate bruta e da beneficiada. Em 1903, Vicente Machado era o único candidato à presidência do estado. Neste cargo, revitalizou os serviços de colonização, implantou a rede de fornecimento de água e os esgotos da capital, entre outras iniciativas. Já doente, esteve na Europa em 1906, mas o tratamento não gerou resultados e o então governador veio a falecer em março de 1907. Era descendente de Mateus Leme e de Baltazar Carrasco dos Reis
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Z
Zezé Ribas (1922-2003)
Regional Santa Felicidade
Bairro: Orleans (Rua José Michna Filho)
Logradouro: jardinete
Lysette Ribas Puglielli nasceu em Jaguariaíva a 24 de janeiro de 1922. Era filha de Alfredo Puglielli e Adelaide Ribas Puglielli. Também conhecida como Zezé Ribas, foi um dos nomes mais marcantes da época de ouro do rádio brasileiro, com passagens pelas Rádio Nacional, Tupy e Mayrink Veiga. Antes disso, já era conhecida no Paraná, por suas participações como cantora e apresentadora em rádios como Marumby, Cultura e a Rádio Clube Paranaense. Por esta última, apresentou o programa Zezé Ribas, a Rainha do Samba.
Além das suas atividades artísticas, Zezé Ribas também foi funcionária pública. Trabalhou mais de trinta anos na Secretaria de Saúde, quatro anos no Tribunal de Contas do Estado, dez anos na Assembléia Legislativa e dois anos no cerimonial do Palácio Iguaçu. Também foi ativa em trabalhos assistenciais. Casada com Jacinto Cunha, o primeiro locutor de rádio do Paraná, faleceu em 3 de janeiro de 2003, em Curitiba.
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