“A próxima licitação tem que ser limpa”, diz presidente da CPI
Presidente da CPI do Transporte, Jorge Bernardi, diz à imprensa que defende nova licitação para o transporte público em Curitiba. (Foto – Anderson Tozato)
O presidente da CPI do Transporte Coletivo, Jorge Bernardi (PDT), afirmou nesta quinta-feira (3), em entrevista à imprensa, que um dos encaminhamentos que a comissão de inquérito poderá adotar é ratificar os pedidos de nulidade da licitação. “A próxima licitação tem que ser limpa”, reclamou o vereador. Hoje foi ouvido o presidente do Instituto Curitiba de Informática (ICI), Jacson Carvalho Leite, de 2006 a 2010, período em que a empresa Dataprom foi contratada pelo órgão para implementar o sistema de bilhetagem do transporte (mais informações aqui).
Ao comentar o resultado prévio da CPI do Transporte, que pode concluir seu trabalho até o final deste mês, Bernardi usou as expressões “fraude”, “negócio de compadres” e “farsa” para se referir ao processo licitatório que, em 2010, desenhou o atual sistema de transporte público da capital (dividido em três consórcios). Os vereadores aproveitaram a ocasião para questionar Jacson Leite sobre contratos do ICI com outras cidades, órgãos públicos e a cessão de servidores públicos para o órgão (oriundos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, o Ippuc).
“É a primeira vez que um representante do ICI vem prestar esclarecimentos na Câmara Municipal”, lembrou a vereadora Professora Josete (PT). Anualmente, cerca de R$ 100 milhões são pagos pela prefeitura ao ICI, uma Organização Social criada em 1998. “Há quem diga que a caixa-preta do transporte não é a Urbs, mas o ICI”, comentou Bernardi durante a tomada do depoimento. Jacson Leite disse que a falta de informações sobre o órgão era “uma pena”.
Requerimentos
A CPI do Transporte Coletivo aprovou requerimento para que o presidente da Urbs, Roberto Gregório, manifeste-se quanto à manutenção do sistema de bilhetagem eletrônica. O requerimento é do vereador Chico do Uberaba (PMN), que havia alertado, junto ao vice-relator, Valdemir Soares (PRB), quanto à informalidade na prestação do serviço, cujo contrato expirou dia 29 de agosto.
O requerimento também questiona Gregório sobre a impossibilidade de, sem algumas ferramentas de acesso ao sistema, ser contratada outra empresa para realizar a manutenção da bilhetagem. Outros encaminhamentos foram quanto aos convocados da próxima quinta-feira (10).
Pela manhã, deve ser ouvida a servidora municipal Cássia Ricardo de Aragão, que fez parte da Comissão de Licitação do sistema. A oitiva seria na semana passada, mas foi reagendada. Já no período da tarde, será realizada a acareação entre a Dataprom e a Enterhelp. A iniciativa era do vereador Tiago Gevert (PSC), e requerimento de Valdemir Soares, aprovado nesta quinta, inclui a participação do presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Dante Gulin.
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